PERSONALIDADES DO ESPORTE

domingo, 12 de dezembro de 2010

RIVALDO, JOGADOR E PRESIDENTE!!!

Rivaldo: "Com marketing, seria o melhor do mundo três ou quatro vezes".
- Rivaldo dispara: "Poderia ter sido quatro vezes melhor do mundo".
- Em entrevista exclusiva, presidente e jogador do Mogi Mirim fala sobre sua carreira.
Rivaldo (Foto) gostaria de ter saído antes do Brasil para a Europa.

Campeão do Mundo, melhor jogador eleito pela Fifa, título brasileiro, espanhol, grego e até do Uzbequistão.
Todos estes troféus o meio de campo Rivaldo, de 38 anos, colecionou até aqui em sua carreira.

Em quase 20 anos correndo atrás da bola, o pernambucano da cidade de Paulista também ostentou uma timidez ímpar, capaz de sempre afastá-lo das câmeras e dos principais holofotes. E nada tira da cabeça de Rivaldo que ele poderia ter chegado mais longe, caso tivesse o marketing pessoal de outros concorrentes.

- Se eu tivesse saído mais jovem para a Europa e tivesse alguém me orientando, dizendo onde ir, onde dar entrevista, que marca usar, tenho certeza de que eu poderia ter sido o melhor do mundo três ou quatro vezes.

Aos poucos, ele está perdendo sua timidez.
Ou melhor, está permitindo que outras pessoas conheçam suas opiniões, seja em 140 caracteres, nos seus "posts" no Twitter, seja nas entrevistas em Mogi, como esta que o LANCENET! fez com o camisa 10, pentacampeão há oito anos no Japão.

No bate-papo de quase uma hora, Rivaldo deu suas opiniões como jogador e como presidente do Mogi Mirim, dupla função que ele assumiu até o fim do Paulistão-2011. Falou sobre Palmeiras, discordou de Felipão e garantiu que jogaria até no Barcelona de hoje, com Messi, Iniesta e cia.

Veja nas próximas linhas...

LANCE: Rivaldo, você está no twitter, defendeu um candidato a presidente durante as eleições e tem dado opiniões firmes sobre diversos assuntos. É um novo 'Rivaldo'?

RIVALDO:
Sou tímido, mas quando comecei minha carreira eu era muito quieto. E percebi ao longo dos anos que sempre sobra para o quieto. Você tem que dar a sua opinião e pronto. Se alguém discorda, você respeita, mas sempre fica com sua opinião.

L!: Com um pouco de marketing na carreira, onde você acha poderia ter chegado? Teria sido mais vezes o melhor do mundo?

R: Umas três ou quatro vezes.
Nota da redação: Rivaldo foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa em 1999. E foi o terceiro em 2000.

L!: Por quê?

R: Porque confio na maneira como jogo. Se eu tivesse ido mais cedo para a Europa (ele foi para o La Coruña, em 1996, com 24 anos). Com pessoas ajudando, patrocínios aqui, ali, alguém falando para você ir na televisão na hora certa. 'Ah, você usa Mizuno, então muda para Nike ou
Adidas...' Não sei o que acontece por trás dessas coisas, por isso que eu poderia ter chegado lá. Mas prefiro do jeito que foi, porque sei que cheguei com meus próprios méritos.

L!: Sua melhor fase foi no Barcelona. Jogaria lá hoje?

R: Para ser sincero, jogaria com 38 anos nesse Barcelona de hoje. Neste time é fácil, porque quem corre é a bola, você não precisa correr. E fico um pouco triste por não ser a minha época, porque eu peguei um Barcelona e os caras diziam: 'Toca a bola para Rivaldo.' E olha que tinham bons jogadores como o Luís Henrique e Guardiola. E eles falavam: 'Rivaldo, quando apertar, a gente vai tocar para você decidir!' E no time de hoje o forte é o conjunto. Messi se destaca porque é o que faz mais lances individuais. Futebol é simples.

L!: Simples? Como assim?

R: No Brasil, os treinadores inventam muito, essa que é a verdade. Marcam treino de manhã e de tarde, concentração de vários dias... Nenhum jogador gosta de treinar em dois períodos, treina porque é obrigado. A Espanha é a atual campeã do mundo e não treina deste jeito, e os jogadores não se machucam. O Barcelona goleou o Real Madrid e os jogadores não concentraram. Por isso que eu acho que alguns treinadores brasileiros tiveram a carreira curta fora, porque quiseram levar esta cultura, em vez de se adequar aos costumes que têm na Europa.

L!: Qual sua opinião sobre os fracassos no Mundial da Seleção?

R: Copa do Mundo é complicado. Não existe aquele clima de 'já ganhou', como vai acontecer em 2014. É preciso ter o máximo de atenção durante os 90 minutos. Um exemplo disso foi esse jogo contra a Holanda. Em 2002 a gente respeitou todas as seleções e jogou concentrado o tempo todo, por isso que ganhamos os sete jogos. Eu me sinto um privilegiado por ter jogado duas Copas e ter chegado na final das duas, com oito gols feitos pelo Brasil.
Rivaldo foi o último camisa 10 da Seleção Brasileira a marcar um gol em Copa do Mundo (na vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra, nas quartas-de-final em 2002). Ronaldinho Gaúcho, em 2006, e Kaká, em 2010, usaram a 10 e passaram em branco.

L!: Há muito tempo que o brasileiro não vê o Rivaldo jogar. Como foi esse período no Uzbequistão?

R: Acho que o presidente do Bunyodkor me chamou para ampliar o futebol no país, porque quando eu cheguei não parecia futebol profissional:
campos com buracos, você tinha de pegar a roupa no chão... Eu conversava com a minha esposa pelo telefone e falava que minha vontade era a de ir embora, que eu não precisava daquilo. A estrutura lá só melhorou quando o presidente me deu carta branca para investir no clube. Compramos máquinas, arrumamos várias coisas e tenho certeza que lá está bem melhor hoje.

L!: Depois de voltar ao Brasil, foi uma surpresa você não ter ido ao Palmeiras. Por que não deu certo?

R: Não voltei porque não tive contato com ninguém, nem com a diretoria, nem com o Felipão.

L!: Ficou chateado com ele? Porque ninguém sabia da sua condição melhor que o Felipão, que era o seu treinador no Uzbequistão.

R: Não tem motivo para eu ficar chateado com ele. Você sabe que hoje em dia futebol é comércio. Tenho 38 anos e não sou um investimento para clube grande, ninguém vai fazer dinheiro comigo. Soube das coisas via imprensa, gosto muito do Palmeiras, tenho um carinho enorme pela torcida e seria legal na época se eu tivesse ido jogar pelo clube.

L!: Mas ainda tem esse sonho?

R: Fica difícil pela idade e é complicado jogar em um clube onde você é ídolo. Você não sabe o que vai acontecer, e se não for bem, não se pode
manchar uma história construída por causa deste retorno. Aí você vai mal, a torcida vaia, e eu não quero perder esse carinho que eu tenho da torcida do Palmeiras.

L!: O Palmeiras mudou muito desde sua saída. Você fica triste com os maus resultados da equipe?

R: O Palmeiras hoje tem bons jogadores, mas falta confiança, como naquela época. O Felipão é um grande treinador, mas o jogador precisa falar na imprensa, precisa se promover, fazer a sua vida profissional. Eu converso com alguns atletas e eles ficam chateados, eu sei. Jogador
se sente um pouco escravo com esta situação. Gosto do Felipão, mas discordo da atitude que ele teve.
Pouco depois que chegou ao Palmeiras, Felipão proibiu que os atletas dessem entrevistas dentro do gramado, no intervalo e após as partidas.

L!: Quando planeja se aposentar?

R: É complicado isso. Eu quando estava jogando no Barcelona eu pensava que jogaria mais um ou dois anos, e terminaria minha carreira com 32 ou 33 anos. Mas as coisas vão acontecendo, você joga e se sente bem, Deus está sempre me ajudando e eu não tive nenhuma lesão grave. Aí eu vou jogando, até porque jogar futebol é a coisa que eu mais gosto de fazer. Por isso, hoje eu nem penso em aposentadoria, quero agora jogar o Paulistão, para depois ver o que pode acontecer.

L!: Mas e depois? Existe a chance de você ser o presidente do Mogi Mirim e jogador de outro clube durante o Brasileirão, por exemplo?

R: Existe. Tudo depende do meu rendimento em campo e do interesse dos outros clubes, além daquela minha vontade de sair de Mogi. Estou feliz aqui, tranquilo, é bom estar próximo do clube, saber o que está acontecendo. Até pensei quando estava saindo do Uzbequistão em jogar em clube grande, mas pensei bem e quis ficar por aqui mesmo, ao lado dos atletas.

LANCE

sábado, 23 de outubro de 2010

BIOGRAFIA DO REI - PELÉ 70 ANOS!!!

Adjetivar PELÉ é desnecessário. Descrevê-lo, idem. O Rei do Futebol, o Atleta do Século, Edson Arantes do Nascimento, completa 70 anos neste sábado, dia 23 de outubro. Por isso, relembramos aqui momentos marcantas da carreira do Rei e faz uma homenagem ao melhor jogador de todos os tempos.

Confira detalhes da vida e da obra deste gênio.

BIOGRAFIA
Mineiro de Três Corações, cidade ao Sul de Minas Gerais,
a aproximadamente 290 quilômetros de Belo Horizonte, Edson Arantes do Nascimento nasceu no dia 21 de outubro de 1940 - como mostra sua Certidão de Nascimento localizada no cartório daquele município. Mas ele próprio e sua família consideram o aniversário dele como dia 23 de outubro. Então, por que vamos discordar?

Filho de João Ramos do Nascimento - o popular Dondinho, que também foi jogador de futebol - e de dona Celeste Arantes do Nascimento, Pelé mudou-se com a família para Bauru, no interior de São Paulo, em 1946. Menino levado, conta que era obrigado a ficar ajoelhado em grãos de feijão quando fazia malcriação na escola.

Dico, como era chamado pela família, começou a jogar futebol no time infanto-juvenil do Canto do Rio, depois pelo Sete de Setembro - criado por iniciativa de seu pai - e, finalmente, pelo Bauru Atlético Clube. Aos 15 anos, foi levado pelo ex-jogador Valdemar de Brito para treinar pelo Santos, onde brilhou e conquistou inúmeros títulos.

Na Seleção Brasileira, Pelé foi chamado ainda com 16 anos, dez meses depois de chegar ao Santos, e estreou em 1957 na derrota para a Argentina por 2 a 1, pela extinta Copa Rocca - foi dele o gol brasileiro. Fez 114 gols em 95 partidas pela Seleção, tendo conquistado as Copas de 1958, 1962 (onde se machucou na segunda partida) e 1970.

PELÉ e GARRINCHA (Foto) - Após os títulos pela Seleção e pelo Santos - foram 10 campeonatos paulistas, duas Libertadores e duas Copas Intercontinentais (atual Mundial de Clubes) - e do milésimo gol - marcado em 1969, no Maracanã, contra o Vasco -, Pelé aventurou-se pelo futebol americano, onde atuou pelo New York Cosmos entre 1975 e 1977, com o objetivo de difundir o futebol na terra da bola oval.

Depois de pendurar as chuteiras, a vida de Pelé não ficou menos movimentada. Antes mesmo de encerrar a carreira, se formou em Educação Física pela Universidade Metropolitana de Santos. Namorou a apresentadora de TV Xuxa. Foi ministro dos Esportes de 1995 a 1998, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Nessa função, aprovou mudanças na Lei Zico e a legislação, que passou a ser conhecida como Lei Pelé, foi criticada por muitos dirigentes e especialistas do desporto.

Pelé parou uma guerra na África, em 1969, gravou inúmeros comerciais de televisão, gravou vídeos em que tentava ensinar a arte de jogar futebol, jogou com camisas de outros clubes em amistosos e excursões - como Fluminense, Flamengo e Vasco -, recebeu o título de "Sir" da Ordem do Império Britânico, deu (ou melhor, esqueceu de dar) a bandeirada final no GP do Brasil de Fórmula 1, em 2002...

Deu nome ao principal estádio de Alagoas - o Rei Pelé -, inaugurado em 1970. Foi eleito pelo jornal francês "L'Équipe" o Atleta do Século, em 1981. A mesma honraria foi concedida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), em 1999. Em eleição realizada em 2000 com ex-atletas, dirigentes e ex-técnicos, a Fifa o elegeu como o Melhor Jogador de Futebol do Século XX.

O APELIDO
- O jovem Edson Arantes do Nascimento era chamado de Dico pela família. O apelido Pelé
veio depois, numa história repleta de ironias. Assistindo ao jogo de seu pai em São Lourenço, cidade próxima a Três Corações, o menino de 5 anos ficava maravilhado com as defesas do goleiro Bilé, destaque nos jogos de futebol da região. Só que o garoto não conseguia pronunciar o nome do goleiro direito e gritava "Pilé, Pilé". A criançada ficava brincando com o garoto sobre a pronúncia errada e o começaram a chamar de Pelé. O apelido chateou o garoto, mas pegou e perdura até hoje.

LANCENET!

CADA VEZ MAIS "MITO"!!!

PARABÉNS AO "REI PELÉ - O ATLETA DO SÉCULO" - 70 ANOS DE IDADE!!!
- 23/10/2010: Mais do que conhecido como o maior gênio do Futebol Mundial, PELÉ chega aos 70 anos como uma marca indelével.


Quarta-feira, 20 de outubro de 2010, os professores de Educação Física Laércio e Walter se preparam para mais uma aula com os alunos do Ensino Fundamental 1 do Colégio Madre Alix, em São Paulo. Antes da corrida inicial dos alunos, uma pergunta para os garotos e meninas de até 6 anos de idade. "Quem conhece o PELÉ?" A resposta das crianças é rápida e decidida, como era característica do maior jogador de futebol de todos os tempos: "Eu, eu, eu". No ano de 2007, na entrega do prêmio da Fifa ao Melhor Jogador do Mundo, em Zurique, Suíça, o brasileiro Kaká, o argentino Messi e o português Cristiano Ronaldo disputavam o primeiro lugar na disputada eleição, mas quem chamou a atenção do seleto público foi Edson Arantes do Nascimento.

São dois exemplos da imortalidade de um personagem esportivo, que se transformou na maior marca pessoal que já existiu e que neste sábado completa 70 anos de vida. Sem chutar uma bola profissionalmente desde 1977, PELÉ permanece com credibilidade, respeito e admiração por parte do público, o que o torna alvo predileto dos mais diversos tipos de produtos para os quais negocia quantias milionárias e assim liga sua imagem a comerciais para todos os tipos de mídias pelo mundo. Um estudo dos autores ingleses Des Dearlove e Stuart Crainer, especialistas em poder das grifes, diz que a marca PELÉ poderia atingir US$ 1 bilhão, superando os astros Michael Jordan, Tiger Woods e Muhammad Ali.

Levantamento recente da revista Dinheiro aponta que, para se explorar a marca PELÉ nos próximos 20 anos, seriam necessários R$ 600 milhões, o que garantiria ao Rei do Futebol R$ 30 milhões anuais, o mesmo que Cristiano Ronaldo recebe para defender o Real Madrid. O salário do jogador português é o maior do futebol mundial na atualidade. Ibrahimovic, do Milan, Messi, do Barcelona, Samuel Eto´o, da Internazionale, e Kaká, do Real Madrid, na ordem, todos ficam atrás do eterno camisa 10 do Santos e da seleção brasileira.

Mas o que faz PELÉ ser diferente de outros grandes ídolos do futebol, que também já pararam e com o tempo perderam parte da aura que acumularam em suas carreiras? Muitos especialistas indicam que o maior "golaço" do Rei não foi nenhum dos 1.284 que estufaram as redes adversárias em duas décadas. Mas, sim, ter ido jogar nos Estados Unidos em 1975, para defender o Cosmos, de Nova York. Além dos salários de US$ 4,5 milhões por ano (excepcionais para a época) e a divulgação de um esporte com pouco interesse na terra do Tio Sam, PELÉ teve a oportunidade de conviver com grandes investidores dos EUA, que lhe abriram as portas para vantajosos contratos publicitários. Há tempos, PELÉ sonha com a aposentadoria. Mas parece que essa disputa ele não vai vencer nunca.

NASCE A LEGENDA
PELÉ
surgiu quando o garoto Edson, aos 4 anos, jogava bola com seus amigos. Na época, ele atuava no gol - talento que só seria reconhecido anos depois, como atleta profissional - e gritava a cada defesa: "segura Bilé, defende Bilé". Homenagem ao goleiro do Vasco de São Lourenço (MG), time que seu pai defendia antes de ser contratado pelo Bauru Atlético Clube. Como os companheiros não entendiam quem era "Bilé" passaram a chamá-lo de PELÉ, apelido que PELÉ de início detestou e acabou incentivando os colegas a seguirem com a gozação.

INIGUALÁVEL
O maior camisa 10
possuía habilidades múltiplas.

Uma pergunta eterna no meio esportivo é para se saber qual o melhor atleta em cada modalidade. No futebol, não é diferente. As discussões são eternas e jamais se chegará a um acordo. "Ninguém teve maior domínio de bola que Diego Maradona", apontam os argentinos. "O conhecimento tático de Johan Cruyff foi indiscutível", assinalam os holandeses. "Não existiu alguém que driblasse como Garrincha", atestam os botafoguenses. "Nenhum jogador teve a classe e categoria do francês Zinedine Zidane", reverenciam os franceses. "Zico foi o maior cobrador de faltas da história", anunciam os flamenguistas. Pois bem, cada grupo ressalta o que cada um de seus ídolos fez de melhor em sua carreira. Nessa briga de opiniões, os brasileiros, principalmente os torcedores do Santos, se sentem à vontade para destacar que o futebol de PELÉ foi inigualável. Isto porque o eterno camisa 10 conseguiu realizar todos os fundamentos sempre muito bem.

PELÉ sabia driblar curto, carregar a bola (sem olhar para ela) em uma velocidade quase sempre superior à de seus marcadores. Tocava a bola e finalizava a gol com a mesma precisão e potência com ambas as pernas. Tinha total controle sobre ela e seu passe, na maioria das vezes, deixava seus companheiros na cara do goleiro adversário. Como herança de seu pai, Dondinho, sabia cabecear de olhos abertos, para procurar o local mais longe do alcance dos goleiros. Tinha técnica para cobrar faltas e até se apresentava com totais condições para atuar no gol. Enfim, ele conseguiu reunir a habilidade para realizar todas as características que cada um dos gênios citados anteriormente conseguia fazer.

OS OUTROS APENAS APLAUDEM
Este dom
lhe proporcionou atingir marcas que se transformam a cada dia cada vez mais intransponíveis. PELÉ não foi o único a atingir a marca de 500 gols. Mas o detalhe é que tal feito foi atingido aos 21 anos e dez meses, enquanto Romário só foi alcançar aos 31 anos e Bebeto, aos 35. E mais. Em 1958, temporada em que completou 18 anos, apenas a sua segunda pelo time do Santos, PELÉ anotou 58 gols só no Campeonato Paulista.

ÍCONE
No futebol, a camisa 10
só se transformou o uniforme preferido dos craques a partir da Copa do Mundo de 1958.

GOLEIRO
"O Pelé era muito bom no gol.
Se tivesse se dedicado à posição poderia ter rivalizado com o Gylmar (dos Santos Neves, maior goleiro da história do futebol brasileiro)", disse Pepe, ponta-esquerda do time do Santos na década de 1960.

A MAIOR PARCERIA
Foi com Garrincha que PELÉ
obteve os resultados mais expressivos. Com os dois em campo, a Seleção Brasileira jamais perdeu. Em 40 jogos, foram 35 vitórias e 5 empates.

RECORDES
Em 21 anos de carreira (1956 a 1977), Pelé somou 59 conquistas e marcou 1.284 gols,
com uma média de 0,93 por jogo. Ele é o maior artilheiro em uma temporada - em 1959, com 127 gols. Pela Seleção, foram 115 jogos (92 oficiais), com 95 gols, e conquistou por 11 vezes a artilharia do Paulistão.

CONTRA O CEARÁ
Presidente Vargas foi palco do jogo mil de PELÉ.
Um jogador como PELÉ era atração em todo lugar do mundo
. E no estado do Ceará não foi diferente. O "atleta do século" desfilou toda sua elegância nos gramados cearenses, em confrontos com Ceará, Fortaleza e Ferroviário, no Presidente Vargas.

E um confronto em especial marcou o futebol cearense. O jogo mil de PELÉ com a camisa do Santos. No dia 3 de maio de 1972, no estádio Presidente Vargas, o Ceará receberia o time paulista pela Série "A" daquele ano. O atual técnico do Ceará, Dimas Filgueiras, que jogou pelo Vovô naquele dia, lembra como o estádio estava lotado. "O PELÉ foi sempre atração. O PV estava lotado. Mas quem veio assistir o Pelé, viu o Ceará, pois vencemos por 2 a 1, de virada".

Dimas também lembra
um feito do Vovô: quando Pelé enfrentou o Alvinegro, nunca venceu. "O Ceará sempre foi uma pedra no sapato do PELÉ".

GENTILEZA
- O ex-volante Edmar Araújo (Foto)
, lembra a fidalguia de PELÉ. "Em 1968, o Ferroviário, pelo qual também joguei, foi campeão invicto e fez um jogo de entrega de faixas contra o Santos. Houve um pênalti duvidoso para eles e quando o Pepe foi cobrar, o PELÉ disse: "não estrague a festa deles, chute para fora. E foi o que Pepe fez", lembrou ele.

ENTREVISTA - MÁRIO JORGE LÔBO ZAGALLO
"O PELÉ era completo, Maradona era só mais um bom jogador".

Vocês conviveram juntos por muito tempo, além de serem contemporâneos no futebol. Que recordações o senhor guarda do início da carreira dele?

- Quando PELÉ chegou à Seleção, em 1957, todo mundo ficou surpreso. O comentário geral era de que aquele garoto só podia ser um prodígio, um fenômeno. Garrincha, Nilton Santos, todos já olhavam para ele com alguma admiração.

Devido a essa convivência, vocês eram próximos? Por ser nove anos mais velho, chegou a dar conselhos?
- Ele sempre foi muito bacana comigo. Mas quem deveria dar conselhos para quem? O que eu fazia era observar o jeito dele, como dava os dribles sensacionais, os gols, as jogadas.

De algum modo, tentou aprender algo com o PELÉ?
- Claro, sempre. Teve um jogo do Santos, não lembro se eu estava no Flamengo ou Botafogo, em que o adversário veio roubar a bola e eu dei só um toquezinho com o bico da chuteira. O cara passou direto que nem uma flecha. Aí o Pelé veio e me disse: "você é inteligente, hein?" Eu não respondi nada, na verdade eu fiz aquela jogada no melhor estilo PELÉ.

Como foi sua experiência como treinador dele em 1970?

- Logo no primeiro treino da Seleção, ele me disse: "Zagallo, você pode me botar na reserva, só não quero que seja desleal comigo". Referia-se a uma declaração atribuída ao João Saldanha (técnico demitido para dar vez a Zagallo), de que ele, Pelé, estaria cego. Naquele momento, eu lhe respondi: "PELÉ, aqui na Seleção é você e mais dez".

Como era o PELÉ nas concentrações da Seleção?
- Era 100%.
Uma vez estávamos num hotel do Rio, a poucos dias da Copa de 70, e havia um aglomerado de gente na recepção. Estava um clima festivo e o PELÉ pediu uma reunião dos jogadores com a comissão técnica. Disse que aquilo parecia uma diversão, que não estava gostando daquela festa toda.

PELÉ acumulou inúmeros momentos marcantes na história do futebol. Das grandes jogadas feitas por ele, qual a que você destacaria?
- A do jogo com a Tchecoslováquia, em 70, em que ele chuta do meio de campo tentando encobrir o goleiro. Eu estava no banco e não entendi nada. "O que ele está fazendo, meu Deus?", pensei comigo. A minha dedução, nunca perguntei a ele, foi que ele estava dando resposta ao Saldanha, de que não era cego.

Há comparações entre Maradona e PELÉ?
- Muitas. O PELÉ foi tricampeão mundial. O Maradona só ganhou uma Copa. O PELÉ marcou quase 1.300 gols. O Maradona não chegou nem aos 400. O PELÉ era completo. O outro foi um bom jogador.

Estiveram juntos por muito tempo, mas agora, que já se aposentaram, vocês mantêm contato?
- Não tenho o número do telefone dele. É uma pessoa muito difícil de encontrar, está sempre viajando.

Vai enviar um telegrama ao PELÉ pelos 70 anos?
- Meu filho, se você souber o endereço dele... Eu não consigo falar com esse homem. Vou aproveitar essa entrevista e, por meio de vocês, vou mandar os parabéns ao Pelé por tudo que ele representa. É o nosso Rei.

Mário Jorge Lôbo Zagallo
Diário do Nordeste
23/10/2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ROMÁRIO - Entrevista!!!

ENTREVISTA - ROMÁRIO.
- "Good boys não resolvem".
- O ex-jogador critica a Lei Pelé e promete trabalhar para tentar criar novas propostas e erradicar suas falhas.

Recém-eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, Romário fala sobre os desafios de sua nova profissão, para a qual confessa ainda não estar preparado, e diz que é fã do estilo "marrento" de Neymar.

Você já procurou se aprofundar sobre o papel desempenhado por um parlamentar?

- Um deputado federal tem seus deveres e obrigações e, com certeza, uma delas é fiscalizar, outra delas é legislar e, se você me perguntasse hoje se eu estou preparado para isso, eu diria: preparado não, mas eu estou me preparando. E irei procurar me acompanhar de profissionais competentes e honestos para cumprir com os meus objetivos.

Como você pretende utilizar a Copa 2014 e as Olimpíadas do Rio como pontos de partida para projetos voltados para os jovens?
- A gente tem que aproveitar este momento e passar para estes jovens e crianças que a oportunidade que eu tive eles também poderão ter. O meu objetivo é fazer vilas olímpicas, centros poliesportivos dentro das comunidades ou próximo a elas, centros de tratamento para as crianças com necessidades especiais... enfim, estou com vários projetos na cabeça.

O que você pode trazer de positivo para ser discutido sobre a Lei Pelé, que desde sua criação sempre teve como característica a complexidade de inúmeras emendas que já sofreu?
- Existem algumas coisas que são falhas na Lei Pelé, como em quase todas as leis do nosso país, e tentarei rever e consertar estas falhas. Hoje o clube é um dos mais prejudicados pela Lei Pelé. Hoje, o atleta faz sua base, o clube tem gastos com ele por quase sete anos, abre as portas para ele jogar e, se o atleta chegar aos 16 anos e não tiver um contrato com ele, vai embora. E tudo aquilo que o clube fez é deixado para trás. Isto, é uma das falhas dessa lei.

Ser jogador de futebol famoso e rico, hoje em dia, na sua opinião, é mais fácil do que na época em que você começou?
- É. Hoje em dia, o jogador de futebol ganha muito mais do que na época em que comecei. E é isso mesmo, as coisas mudam e, com certeza, daqui a alguns anos as coisas vão mudar para mais. Eu, particularmente, não tenho nada do que reclamar, tive a minha fase, aproveitei bastante e eu espero que estes jogadores de hoje saibam ganhar dinheiro e que, também, possam representar bem a Seleção, que na minha opinião é o que mais vale na carreira.

Aqui, tivemos o caso de um jogador que estourou no início da década como grande revelação, o Clodoaldo. Inclusive, muitos comparavam o estilo dele com o seu. Só que ele não conseguiu vingar nacionalmente porque não soube lidar com a fama repentina. Você, de alguma forma, se preparou para ser famoso?
- Não. As coisas foram acontecendo na minha vida quando tinham de acontecer. E a gente é que escolhe os caminhos bons ou ruins. Resolvi escolher o caminho bom e positivo, mesmo com todas as dificuldades que tive. Meus pais sempre me ensinaram a ter uma boa índole. Então, acho que a preparação de cada um vem da família e não quero dizer com isto que as famílias de muitos que não conseguiram vingar são as culpadas.

Quando surgiu, exatamente, a ideia de virar político?
- Enquanto jogava, nunca pensei em ingressar na vida política. Isso aconteceu no ano passado, quando tive uma reunião com o presidente regional do PSB (Partido Socialista Brasileiro) do Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso. A gente conversou algumas coisas, na verdade, tivemos umas quatro ou cinco reuniões, até eu decidir. Essa transição de ex-jogador e ídolo para político foi uma coisa totalmente diferente, não tinha a menor ideia de como as pessoas iriam reagir, mas, foram quase 150 mil votos e fiquei muito feliz.

Você pensa em ocupar algum cargo no Executivo no futuro?
- É muito cedo. Fui eleito para o cargo de deputado federal e pretendo exercer, no mínimo, esses quatro anos de mandato. Claro que um cargo no Executivo, para um cara como eu, que sempre fui de fazer e executar, me daria muito mais oportunidades de realizar, mas como deputado, tenho certeza de que conseguirei fazer o que projetei.

Como você conseguiu ter uma carreira tão longa, sendo, como todos sabem, um cara da noite?
- Continuo gostando muito da noite, mas talvez a minha diferença para muitos é a de que nunca bebi, não fumei e nunca usei nenhum tipo de droga. A minha noite era mesmo para ouvir a minha música, para dançar e sair com os amigos. Infelizmente, muitos não curtem como eu curtia e como ainda curto, embora um pouco menos que antes, e talvez essa tenha sido a diferença.

O Neymar tem tido um início de carreira marcado pela sua genialidade e algumas polêmicas. Qual a sua opinião sobre ele?
- Particularmente, sou fã do Neymar por ele ser polêmico e bom jogador. O Brasil precisa de jogadores assim. E chega de bonzinhos que não resolvem p... nenhuma. Talvez eu tenha sido um dos últimos polêmicos que apareceram no Brasil e estes "good boys" não resolvem. Se o Neymar for polêmico e resolver, principalmente na Seleção, para mim é muito bem aceito.

Você vê algum tipo de semelhança entre ele e você?
- Não tem semelhança nenhuma. Já tive a mesma idade dele e arrumei alguns problemas, pelo fato de ser jovem e não ter experiência, mas tudo isso faz parte da vida de um jogador. Daqui a pouco vai passar.

Até que ponto você pode servir de referência para seu filho Romarinho?
- O Romarinho sabe que ele vai ter pela frente algumas dificuldades por conta de ser meu filho. Ele já tem 17 anos, já entende muito bem das coisas, está seguindo a carreira de futebol no juvenil do Vasco e acredito que ele possa vir a ser respeitado. É inevitável, sempre irão comparar. Mas, acredito muito nele, principalmente, porque ele tem muita força de vontade, sabe jogar futebol.

Qual era a melhor dupla: Stoichkov e Romário; Bebeto e Romário ou Romário e Ronaldo?
- Tive o privilégio de fazer parte destas grandes duplas. Mas para mim, a que mais marcou foi a que fiz com o Bebeto. Vestimos por muito tempo a camisa da Seleção, ganhamos todos os títulos que disputamos.

Você se arrepende de ter jogado no futebol brasileiro, apenas no Rio de Janeiro?
- Não. Não tive nenhum tipo de prejuízo. Sou Rio até no nome: Romário. Sempre respeitei os outros Estados e clubes, mas não me arrependo de ter atuado em quatro (Flamengo, Vasco, Fluminense e América) dos cinco grandes clubes cariocas.

Qual sua relação com o Estado do Ceará? Você ainda costuma passar férias aqui?
- Sempre gostei de Fortaleza. Sempre nos finais de temporada, quando ainda jogava, eu pegava minha esposa e meus filhos e vinha para cá. Me sinto bem a vontade aqui.

Você tem ou teve algum projeto voltado para o Ceará?
- Já tive convites para vir trabalhar com o futebol aqui do Ceará depois que eu parei. Mas, a gente acabou não acertando e fiquei pelo Rio mesmo. Na política, como deputado federal, dentro do que um parlamentar pode fazer pelo Brasil, eu sempre irei trabalhar em prol do Nordeste. O Nordeste é sempre uma região do nosso País que a gente tem sempre muito carinho e respeito. E o que seria o Brasil sem o Nordeste? Na minha opinião nada.

ÍKARA RODRIGUES
REPÓRTER

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

EVANDRO LEITÃO EXPLICA CANDIDATURA!!!

EVANDRO LEITÃO EXPLICA CANDIDATURA.

Evandro Leitão (Foto) e a Torcida do Ceará.
“Nossa intenção não é apenas que o Ceará esteja na Série "A", mas transformar o Ceará em um Clube de Série "A"”, Evandro Leitão.


Único dirigente de Clube do estado do Ceará a se colocar como candidato na disputa eleitoral desse ano com a promessa de ser representante do próprio Clube, o presidente do Ceará Sporting Club, Evandro Leitão, acredita na força da torcida Alvinegra para chegar ao cargo de deputado estadual. O Artilheiro procurou saber do dirigente do Ceará sobre a sua intenção em relação ao Ceará após as eleições. “Nossa intenção não é apenas que o Ceará esteja na Série A, mas transformar o Ceará em um Clube de Série "A"”, Evandro Leitão.

Artilheiro: O que o motivou a se candidatar a deputado estadual?

Evandro Leitão:
A vontade de dar ao Ceará uma representação na assembléia legislativa, na política de uma forma geral, mas um representante de verdade, realmente comprometido com o Clube.

Artilheiro: O fato de historicamente a torcida do Ceará ter sido responsável pela eleição de pessoas que passaram pela direção do Clube não teve nenhum tipo de influência na decisão de ser candidato?

Evandro Leitão:
Olha, de certa forma sim. Mas foi uma motivação de fazer diferente. Como qualquer torcedor do Ceará eu votei em candidatos que se colocaram como defensores do Clube e fui frustrado. A minha intenção é fazer o contrário dos que nos frustraram. Meu mandato estará realmente a serviço do que é melhor para o Clube, essa é a minha real motivação.

Artilheiro: O que o faz pensar que a torcida do Ceará, como você mesmo disse, frustrada com candidatos que se elegeram e esqueceram o Clube, vai votar mais uma vez em um candidato com essa proposta?

Evandro Leitão:
Exatamente por essa experiência que o torcedor do Ceará tem. Basta comparar nossa gestão com as gestões dos outros dirigentes que se colocaram como candidatos. Não quero fugir a ética citando nomes, mas as ações são notórias. Nunca fiz da minha gestão a frente do Ceará uma campanha, é só comparar.

Artilheiro: O fato do Clube não ter sido campeão esse ano pode atrapalhar sua eleição?

Evandro Leitão:
Acredito que não, mas é bom tocar nesse assunto. Poderíamos ter feito loucuras financeiras para nos valer de conquistas efêmeras e enganar o torcedor como aconteceu em outros momentos, mas ao invés disso saneamos financeiramente o Clube, preparamos para ter maiores conquistas e que possam vir com mais constância.

Artilheiro: Mas essas conquistas ainda não aconteceram, por que?

Evandro Leitão:
Eu discordo desse pensamento e tenho certeza que o torcedor do Ceará também discorda. Foi essa nossa forma de gestão que nos levou a uma Séria A do Campeonato Brasileiro. O Ceará voltou a disputar uma primeira divisão após 16 anos e não conseguiu o acesso em um golpe de sorte, o Ceará foi preparado para isso.

Artilheiro: Sobre a Série "A", o Clube vive um momento complicado, próximo da zona de rebaixamento...

Evandro Leitão:
(Interrompe) Estamos disputando a Série "A" depois de muito tempo e nossos adversários diziam que na metade da competição o time estaria rebaixado, mas ao contrário disso não entramos em nenhum momento na zona de rebaixamento. É claro que não estamos satisfeitos e estamos fazendo o possível para melhorarmos a nossa posição.

Artilheiro: As inscrições para o Campeonato Brasileiro se encerraram, não foi um erro não fazer algumas grandes contratações que poderiam ajudar a equipe e a sua eleição também?

Evandro Leitão:
De forma nenhuma. Nunca trabalhamos assim e não seria gora. Nós pagamos em dia, temos um clube que não gasta mais do que arrecada, temos a confiança de mais de 10 mil torcedores oficiais. Essa é uma responsabilidade que como presidente do Clube preciso cumprir. Espero que o torcedor entenda que nossa intenção não é apenas que o Ceará esteja na Série A, mas transformar o Ceará em um Clube de Série A. Nossa meta é transformarmos o Ceará no maior Clube do Nordeste. Se continuarmos agindo dessa forma um dia poderemos contratar jogadores já reconhecidos de forma natural, sem sairmos da nossa política financeira, mas isso tudo leva tempo e determinação.

Artilheiro: Quer dizer que a atual gestão dentro do Ceará tem como base única essa política de não gastar mais do que se arrecada?

Evandro Leitão:
Não é a base única da nossa gestão, mas precisamos perceber que isso precisa nortear qualquer economia. Mesmo na nossa casa se gastarmos mais do que ganhamos nossa tendência é o endividamento, imagine em um Clube como o Ceará. O maior Clube do estado, a maior torcida do estado e todos os olhos do estado voltados para ele. A pressão é grande, mas o nosso trunfo é que o torcedor estava tão desgastado com o Ceará que ganhava alguns campeonatos, fazia contratações bombásticas e depois jazia em causas trabalhistas. Por isso o torcedor entende nossa forma de agir.

Artilheiro: Se a política de não gastar mais do que se arrecada não é a base única, o que mais norteia a sua gestão?

Evandro Leitão:
São tantas coisas. A valorização das categorias de base, voltamos a ganhar títulos nas categorias de base, nunca tínhamos ganhado um Campeonato Cearense Sub/18 e fomos campeões esse ano. Além disso, estamos revelando atletas. Atualmente já temos o zagueiro Pablo em nosso elenco e no futuro teremos outros atletas do grupo que está sendo preparado para disputar o brasileiro Sub/20 no final do ano. Na estrutura física do Clube a mudança foi muito grande, basta uma pessoa que conhecia como era a estrutura do Ceará antes chegar agora e verá a diferença. Mas há outro ponto, pouco explorado, que torna nossa gestão ímpar no Ceará, a construção de um patrimônio dentro de campo. A maioria dos atletas que atuam pelo Ceará tem direitos federativos ligados ao Clube. Isso significa que o Clube não precisa mais ficar contratando um elenco inteiro a cada início de temporada. Hoje já temos mais que um time para o próximo ano. Podemos somar a isso que alguns desses atletas são bastante jovens e podem gerar lucros para o Ceará em caso de transferência de seus direitos federativos.

Artilheiro: Que jogadores são esses que podem gerar lucros para o Clube no caso de serem transferidos?

Evandro Leitão:
Na verdade quase todos os atletas do elenco atual têm contratos além do final do ano e todos com multas rescisórias, mas é importante salientar que não temos interesse imediato em negociar nenhum desses jogadores. Parece claro, no entanto, que atletas jovens como Misael, Anderson, João Marcos e o próprio Pablo, que foi revelado pela nossa categoria de base, não devem jogar pelo Ceará até o final de suas carreiras, em algum momento devem ser alvo do interesse de outras equipes e é aí que a multa rescisória nos será útil. Ao contrário do que acontecia em outros momentos os valores entrarão para o Clube e não para os empresários.

Artilheiro: Em relação a estrutura física do Clube é verdade que nada novo foi feito, apenas reformas no que já existia.

Evandro Leitão:
Não, não é verdade. Criamos vários equipamentos novos, as salas para o departamento de futebol próximo dos jogadores, antigamente funcionava de forma precária, construímos uma picina para os atletas, com a finalidade de ser um equipamento a disposição do departamento físico, mas também para o lazer dos jogadores. Criamos o departamento de fisiologia, um avanço para o Ceará. E também foi construído um consultório de odontologia para completar o nosso complexo de saúde. Mas é claro que temos muito orgulho de termos deixado em condição de uso ou em melhorarmos os equipamentos que já existiam. A entrada de nossa sede administrativa, os vestiários e a rouparia do Clube, a área interna do setor de futebol profissional, transformamos o alojamento principal em hotel e nosso outro alojamento em um espaço para os atletas repousarem e o Clube ainda está em obras, sempre melhorando, agora mesmo está sendo construído um estacionamento para a imprensa.

Artilheiro: Qual das opções o levaria a deixar a presidência do Ceará, ser eleito ou não ser eleito?

Evandro Leitão:
Vou ser bem direto para não deixar nenhuma dúvida. Em nenhum dos dois casos eu estaria inclinado a deixar a presidência do Ceará. Se for eleito acredito que nossa colaboração com o Ceará iria além das funções de presidente da instituição, mas se isso não ocorrer já demonstramos que com a capacidade do nosso grupo e nossa vontade de trabalhar faremos um Ceará cada dia mais próximo do que cada torcedor gostaria.

Equipe Artilheiro

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

PAULO CÉSAR GUSMÃO "PC"

Paulo César Gusmão abre a sua casa e revela: pensa em futebol 24 horas por dia.
- Treinador diz que está maduro, lamenta decisões precipitadas do passado e fala do bom ambiente que vive em família e com o elenco vascaíno.


PC Gusmão abriu o seu apartamento para o GLOBOESPORTE.COM. Treinador falou de sua intimidade e chegou até a mostrar um vídeo dos tempos de Ceará Sporting Club.

Nesta arracanda do Vasco no Campeonato Brasileiro, tempo livre é algo raro na vida do técnico Paulo César Gusmão. Foram três vitórias e três empates, aproveitamento que daria o terceiro lugar ao Gigante da Colina se a competição tivesse começado após a pausa para a Copa do Mundo. Mesmo de folga em casa, ele não relaxa. Futebol não sai da cabeça de PC. Abre o computador, analisa o adversário e vê com quem pode contar para o próximo desafio.

- Os meus amigos me ligam e brincam: "sai da toca" - brincou o treinador.

Paulo César Gusmão sentiu saudade do Rio de Janeiro, da bela vista de sua varanda de frente para o mar da praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O convite do Vasco foi providencial. Juntou a vontade de retornar à Cidade Maravilhosa e de trabalhar no clube de coração, local onde inciou a carreira de preparador de goleiros e teve a primeira chance como treinador de uma equipe profissional.

Longe da badalação carioca, ele prefere curtir a casa. Sair? Para quê? Só para jogar vôlei ou para ir aos compromissos familiares, sempre obrigatórios. E foi justamente nesse ambiente aconchegante e ao lado da mulher, Ana Beatriz, que o comandante vascaíno recebeu o GLOBOESPORTE.COM para um um bate-papo informal.

Logo de cara, PC Gusmão faz um convite para o andar superior de seu apartamento duplex. Ao subir os primeiros degraus, um painel mostra vários momentos da carreira do treinador. Títulos pelo Vasco, passagem pela Seleção Brasileira, na época comandada por Vanderdei Luxemburgo, e imagens com o parceiro Romário, companheiro de quarto na década de 80 no Gigante da Colina. Sem pensar duas vezes, o treinador corre para o aparelho de DVD e exibe com orgulho um vídeo sobre a sua passagem no Ceará. Com os olhos marejados, ele comenta.

- Vocês precisam ver como foi a nossa chegada a Fortaleza. O jogo que garantiu a volta à Série "A" foi em Campinas e, no retorno, os torcedores estavam nos esperando, uma coisa linda - comentou.

No armário, um troféu dado pelo governo do Ceará de honra ao mérito esportivo, tudo por ter conquistado o acesso do Vovô à Série "A" para a temporada 2010. No ambiente, PC respira futebol. São taças, medalhas e vídeos. Na estante, outra paixão do comandante vascaíno, a leitura. A biografia do nadador Michael Phelps, vencedor de oito medalhas de ouro nas Olimpíadas de Pequim, em 2008 ("Sem Limites"), e títulos como "Inteligência Emocional", de Daniel Goleman, e "Semente da Vitória", de Nuno Cobra, fazem parte dos preferidos do técnico. Todas obras motivacionais.

Porém, no período em que assumiu o Vasco, uma nova leitura tem chamado a atenção de PC.
- É um livro chamado "Onde Existe a Luz" de um indiano que eu não me recordo o nome (Paramahansa Yogananda). Ele fala de algumas palavras para você usar no dia a dia e outras para não usar nem dentro da sua casa. O mundo gira em torno de energia. É para você estar sempre em ambientes com energia positiva, com coisas boas. Se eu percebo que vou em um lugar e o ambiente está pesado, eu prefiro nem ir. Tem lugares que eu sou obrigado, porque eu tenho família, mas eu saio até pesado. Mas existem outros ambientes que eu sei que vou sair numa boa
- disse o treinador.

PC GUSMÃO abre o baú de São Januário.

Pc Gusmão ao lado de Romário, seu companheiro de quarto na concentração do Vasco.
PC Gusmão reencontra Donato, ex-companheiro de Vasco na década de 80.

PC Gusmão treina forte para tentar superar o titular Acácio.
PC Gusmão em ação em um treino do Vasco, em São Januário.

Mas não são apenas os livros que atraem o ávido leitor PC Gusmão. Reportagens jornalísticas também servem de exemplo para o trabalho do treinador. Até mesmo um material sobre uma orquestra sinfônica foi lembrado pelo comandante vascaíno. Na opinião dele, trabalho duro e disciplina não fazem mal a ninguém.

- Li sobre uma orquestra que estava falida e contratou um novo maestro. Ele apostou na disciplina e no trabalho para melhorar o desempenho. O problema é que tinha um monte de músicos reclamando que o cara cobrava demais, que parecia um militar. Lembro que teve um jogo do Brasil e o pessoal queria uma folga, mas ele colocou para ensaiar antes e até depois da partida. Todo mundo reclamou. Parecia até jogador de futebol encostando em repórter e dizendo: "aquele cara é chato demais, cobra isso, aquilo (risos)". Tudo mudou. O salário dos músicos passou de R$ 2,2 mil para R$ 6 mil, de 35 apresentações anuais para 85, os patrocinadores voltaram. Eu leio isso porque a linha vencedora não tem local, não tem hora. Em qualquer trabalho se você não tiver disciplina, trabalho e respeito, você não vai a lugar nenhum - disse.

No vestiário, tudo o que lembra o bom desempenho do Vasco na retomada do Brasileirão é utilizado pelo comandante.

- Coloco no vestiário o antes e o depois para eles verem o desempenho. Antes da Copa era de 33%, agora é de quase 67%. Isso motiva ainda mais - afirmou o comandante vascaíno.

PC Gusmão diante de uma de suas diversões: a churrasqueira de seu apartamento na Barra.

E quando o trabalho sai da cabeça do treinador por alguns instantes, o lazer é ficar em casa, no máximo um pulo até a rede de vôlei em frente ao seu condomínio. Diversão com os amigos mesmo é na frente da churrasqueira e, de preferência, perto da família Gusmão.

- Faço churrasco. As minhas filhas até tentam me carregar para o cinema, mas é difícil. O meu cachorro está atrás de mim para cima e para baixo (Toby). Outro dia, em uma folga, eu estava em uma sala de cirurgia veterinária para ficar com ele. Gosto da minha casa, gosto de ficar com as minhas filhas (Paula, de 22 anos e Beatriz, de 17), não sou de rua. Gosto de jogar um vôlei de praia com os meus amigos botafoguenses. É isso que eu faço para relaxar. Não tem muito mistério - contou.

E o churrasco? PC afirmou que até costuma começar a queimar a carne, mas que no fim deixa o comando com o cunhado Sid ou com o genro Rodrigo.

- Um dos dois termina. Eu prefiro beber um pouco (risos) - brincou o comandante.

Com o passar da conversa, o assunto volta ao Vasco. Saudoso, ele relembra quando chegou ao clube. Já formado em Educação Física, era um jogador diferente, principalmente por já ter uma profissão fora das quatro linhas.

- Quando cheguei ao Vasco, com 23 ou 24 anos, era professor de Educação Física e tinha duas matrículas, uma no município e outra no Estado. Tinha uma academia de ginástica e musculação com a minha esposa. Parei de jogar com 28 anos por causa de uma contusão no ligamento cruzado anterior do joelho. Eu não queria operar, porque já dava sequência à minha vida profissional. Fui ao Vasco para conversar com o doutor Alexandre Campello e surgiu a chance de ser preparador de goleiros. Foi um convite do Paulo Angioni e do Eurico. E foi aí que eu comecei a carreira de preparador - contou o treinador, que tem tanta ligação com o clube que batizou as filhas na Capela Nossa Senhora das Vitórias, localizada dentro de São Januário.

PC afirmou ainda que buscou uma metodologia diferente para trabalhar com os profissionais e lembrou com carinho de seu primeiro aluno.

- Eu queria fazer um trabalho aplicando o que eu sabia de preparação física com o que eu fui como goleiro. Peguei uma cobaia chamada Carlos Germano. Ele foi o grande responsável pela minha evolução profissional, sempre foi um cara que reagiu bem aos treinos e me deu valor. Tive a felicidade de ele divulgar o trabalho. Devo muito do meu início a ele - elogiou PC, que trabalhou na Seleção e por conta disso deu clínicas na Europa, inclusive para goleiros da seleção inglesa.

De Carlos Germano, o assunto passou a ser o ex-atacante Romário. Nos tempos de jogador, PC dividiu quarto com o Baixinho. O treinador tem sempre uma história para contar.

Peguei uma cobaia chamada Carlos Germano. Ele foi o grande responsável pela minha evolução profissional, sempre foi um cara que reagiu bem aos treinos e me deu valor. Tive a felicidade dele divulgar o meu trabalho. Devo muito do meu início a ele "PC Gusmão, técnico do Vasco - O Romário era o meu companheiro de quarto. Lembro que ele tinha insônia e eu queria dormir. Nós ficávamos hospedados no Barra Beach, que era um flat. Tinha o quarto, com duas camas, uma televisão, e a sala. Ele dizia: "você quer dormir? Eu vou para a sala e vou levar a televisão". Mas eu dizia para ele apagar a luz e abaixar o volume, mas deixar a televisão para eu pegar no sono. E ele não pensava duas vezes em responder: "televisão não dá sono, tira o sono". Ele pegava o aparelho, levava o colchão e dormia na sala. Ele sempre foi sincero em suas colocações, sempre foi um cara franco. Quando ele gosta, ele gosta. Quando não gosta, não gosta. Até me ligou no início da semana para conversar - disse o comandante.

Dos tempos de Vasco, PC também não deixou de lembrar da final do Campeonato Carioca de 1988. Na partida decisiva, o lateral-direito Cocada entrou no segundo tempo e marcou o gol que selou o título do Gigante da Colina. Durante a festa, Renato Gaúcho, Romário e Alcindo se desentenderam, e o então goleiro reserva precisou intervir.

- O Romáio se desentendeu com o Renato e eu fui entrando para separar. Vi o Alcindo dando um pisão no Baixinho e eu dei outro pisão nele - disse PC.

Pisão? PC lembrou do lance e admitiu que pegou pesado com o companheiro. Atualmente, os dois são amigos e até riem da situação, mas na época...

- Foi uma voadora. O Alcindo diz que entrou para apartar, mas todo mundo viu no vídeo. Hoje em dia, os jogadores brincam: "professor, você nunca mais faz isso por causa do joelho" (risos) - comentou o treinador vascaíno, lembrando que tem problema no local.

Mas não são apenas de recordações boas que vive o atual treinador vascaíno. PC Gusmão abriu o coração a admitiu ter errado em algumas ocasiões de sua carreira. O treinador fez até um mea-culpa em sua saída do Botafogo. Tambem diz ter sido imaturo na decisão de deixar o Flamengo após pouco tempo de trabalho.

- Essas passagens rápidas por alguns clubes você pode classificar como imaturidade. A juventude, ligada a momentos de explosão, fizeram isso. Hoje, antes de tomar qualquer decisão eu paro, penso, respiro e ajo. Dessa forma, você tem menos chance de errar. No Botafogo, por exemplo, nós tínhamos tudo na mão, éramos líderes do campeonato, poderíamos ter estabilizado porque estava tudo bacana. O momento poderia ter sido prolongado, mas preferi sair. A saída do Flamengo foi mais por imaturidade e também pelo ambiente político que o clube vivia naquela época. Existiam duas correntes políticas e tudo se refletia dentro do futebol - relembrou o treinador vascaíno.

E o que mudou de lá para cá? PC fez uma análise e afirmou que a sua saída do eixo Rio-São Paulo o ajudou a mudar a forma de pensar. Mais maduro após passagens pelo Itumbiara, de Goiás, e pelo Ceará, ele garante que passou a se adaptar aos locais de trabalho em vez de obrigar os outros a se adaptatem ao seu estilo.

- Foi um amadurecimento, porque cheguei a trabalhar sem condições no início. Com o passar do tempo, as pessoas que estavam conduzindo o futebol desses clubes deram condições. Pudemos montar uma estrutura básica para o futebol profissional e tivemos a felicidade de conquistar títulos. O Itumbiara foi campeão pela primeira vez na história da cidade e pela primeira vez um time do interior era campeão sobre um time da capital. Em seguida, eu fui para o Ceará e lembro que fomos motivo de chacota após um empate por 3 a 3 com o Paraná e a entrada na zona de rebaixamento. Conseguimos chegar ao G-4 e à Série "A". Passei a me adaptar aos locais e a ir colocando a minha metodologia aos poucos - contou PC.

Ao ser questionado sobre as suas referências no futebol, PC não deixou de lembrar de Vanderlei Luxemburgo, com quem iniciou o trabalho de auxiliar técnico, em 2003, no Cruzeiro.

- Eu sempre cito o Vanderlei porque virei auxiliar trabalhando ao lado dele. Naquela época, eu trabalhei com ele no Cruzeiro, na Seleção, no Palmeiras. Foram anos de conquistas que tivemos. A forma de comando, a forma de motivação, a forma de treinamento, isso tudo não tem como eu esquecer. E o Luxemburgo foi o cara com quem vivi isso tudo. Também gosto muito do Oswaldo de Oliveira, um dos treinadores de alto nível do futebol brasileiro.

PC também aproveitou para falar do desempenho do Vasco no Campeonato Brasileiro e do que ele espera da equipe nas próximas rodadas. Confira abaixo os principais temas abordados pelo treinador durante o bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM.

PC Gusmão em ação em uma atividade na Colina

Durante muito tempo, o seu nome era especulado no Vasco e não vingava. O que acha que ocorreu agora para ser contratado de fato?
- Acho que foram por duas situações. Pelo momento parecido que o Vasco vive hoje com aquele vivido em 2001, quando eu assumi pela primeira vez. E pelo momento profissional em que eu estava no Ceará, de ser o líder do Brasileiro, ao lado do Corinthians. Isso fez com que o meu nome fosse forte para voltar e ter a aceitação da torcida. Era o momento de eu voltar ao Vasco, de voltar ao Rio, de voltar para a minha casa, de viver com as minhas filhas nesse momento de formação.

Até onde esse Vasco pode brigar? Pode ficar lá em cima?
- É o que nós esperamos. Até o fim do primeiro turno, nós vamos saber onde vamos brigar no campeonato. O que esperamos é brigar lá em cima, pelo G-4. Após a Copa, nós pegamos quem estava na parte de baixo com a gente, depois no meio da tabela e agora teremos o cruzamento com quem está em cima. Agora nós vamos saber aonde podemos chegar, aonde podemos brigar. O time está mais equilibrado e pronto para brigar de igual para igual. Nos protocolos de competição, força, potência, nós estamos em alto nível. Temos esses parâmetros de outros clubes e procuramos igualar o Vasco.

Ficou surpreso com a reação dos torcedores nessa sua volta?- Eu sempre espero o melhor, mas fiquei surpreso. Logo no segundo jogo, em São Januário, o torcedor gritou o meu nome e isso não tem dinheiro que pague. A gente está acostumado a ser chamado de burro. Quando o torcedor grita o seu nome é ótimo.

Você usa algum aparelho para acompanhar as estatísticas, grava os jogos?
- Tenho o Footstat, que é o programa de acompanhamento. Tenho um rapaz que faz as gravações, mas tenho o Acácio que edita para não ficar cansativo. Ele edita uns três ou quatro jogos, e nós passamos para os atletas. Eu vivo intensamente o meu clube. Chego ao Vasco antes das 7h da manhã, o treino começa às 8h. Não tenho problema de indisciplina, de horário, de nada. Todos os jogadores assimilaram, viram que é bom. Hoje, o nosso ambiente dentro do vestiário é maravilhoso, mesmo com tudo o que vocês sabem de atraso (de salários), nós não temos problema nenhum.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

BENÊ LIMA "Mundo da Bola"!

BENÊ LIMA

“Sou um autodidata convicto. Mas não faço rejeição alguma ao estudo formal, pelo contrario sou um incentivador. Porém, reconheço que um bom autodidata precisa possuir uma sólida base como discente, pois, é ai que a informação adquirida vai interagir com as capacidades inatas e também com as adquiridas, resultando no saber”.


CONFIRA A ENTREVISTA
- Homem de radio e do esporte, Benê Lima é figura conhecida no cenário esportivo cearense, por suas opiniões e comentários polêmicos sobre o “mundo da bola”. Inteligência privilegiada, rapidez de raciocínio, tranqüilo, porém firme em suas colocações.

Estas são algumas das facetas deste autodidata que flutua entre o estudo e a criação. “Sou um autodidata convicto. Mas não faço rejeição alguma ao estudo formal, pelo contrario sou um incentivador. Porém, reconheço que um bom autodidata precisa possuir uma sólida base como discente, pois, é ai que a informação adquirida vai interagir com as capacidades inatas e também com as adquiridas, resultando no saber”, afirma Benê.

Membro da organização místico-filosófica e iniciática, Ordem Rosacruz, há trinta e um anos, Benê atribui a essa proveitosa relação com a organização sua visão humanista e holística vivida no ambiente da filosofia mística.

Foi tomando por base recente convite internacional feito ao radialista, comentarista e âncora como ele mesmo se classifica que “batemos este papo” informal.

Artilheiro – Benê Lima, você é um comentarista “das coisas do Esporte” em especial do cearense. Qual a fonte de sua experiência na área esportiva?
- Benê Lima - A base da minha experiência é a observação aliada ao estudo. Repito, me considero, essencialmente, um autodidata. Mas um autodidata que possui uma muito boa base formal, a ponto de ter podido formular um caminho de autodescoberta, e o que é melhor, a baixo custo. Um bom exemplo disto é a experiência teórica vivida no cotidiano por nossos clubes, somada à experiência prática obtida no Caucaia [Caucaia Esporte Clube].

Uma outra experiência que tem tido boa visibilidade é a em que ele acumula os cargos de coordenador técnico, relações públicas e diretor superintende da Liga [Liga Cearense de Futebol Feminino], ao lado do professor Sérgio Ricardo [presidente da entidade]. “Demos um bom impulso no crescimento da entidade, direcionando o nosso trabalho para o aspecto educacional e social”.

Artilheiro – Com se deu o fato da sua escolha, para uma atividade como a de “Expert Commentator”?
- Benê Lima Penso que o mais decisivo foi nossa atuação no Chat trilingüe promovido pela coordenação do Desafio Nike Futebol, do Changemakers Ashoka do qual participamos, ocasião em que pudemos colaborar com inovações, idéias que representam acréscimos em relação aos projetos já divulgados. (Projetos do Desafio Transformando Vidas através do Futebol, emitindo pareceres, orientações e feedback sobre os mesmos, desse modo contribuindo para a iniciativa promovida e organizada pelo Consórcio Nike e Ashoka).

Artilheiro – Explique para o nosso internauta, o que é um “Expert Commentator”?
- Benê Lima - O “Expert Commentator”, pelo que pude sentir, deve reunir algumas precondições que o permitam realizar uma análise criteriosa dos projetos, e, além disto, somos pensadores que devemos compartilhar nossos conhecimentos e competências, oferecendo feedback sobre a forma como os cidadãos podem estimular as transformações sociais, orientando-os quanto às mudanças para que possam construir comunidades mais cooperativas e fortes.

Artilheiro – Qual a relação existente entre sua atividade como radialista da área esportiva e a nova atividade que o espera?
- Benê Lima - Relação direta mesmo, nenhuma. Mas, sem dúvida, quase toda minha trajetória de vida tem relação com o cargo, e mais ainda com as atividades a ele inerentes.

Minha visão de mundo tem como mais forte viés o aspecto humanista. Afora isto, minha trajetória no rádio e no esporte sempre foi pautada pelo aspecto educacional e pela difusão da informação e do conhecimento, até como maneira de oferecer aos ouvintes menos aquinhoados uma contrapartida em troca da audiência com que eles [ouvintes] nos brindam.

E, finalmente, essa mesma formação humanista (místico-filosófica) me colocou na vanguarda das mudanças que estão sendo processadas nos esportes, sobretudo no futebol. E, é bom que seja ressaltado, essas mudanças não excluem os esportes de alto rendimento, entre os quais o futebol profissional se encontra.

Artilheiro – Explique melhor como estas mudanças podem ser feitas.
- Benê Lima - Tomemos, por exemplo, o futebol amador. Podemos fazer do futebol amador um celeiro muito mais produtivo de talentos. E como isto pode ser feito? Estruturando o futebol amador. Essa é a nossa idéia. A idéia em si não traz nada de original [eu sei!]. Mas o grande pulo do gato está em executar a idéia.

Para não ficarmos só no distante campo dos sonhos, é importante dizer que eu mesmo tenho um pré-projeto para a criação de uma entidade nacional em nosso estado que represente e busque nela agregar as principais iniciativas do futebol amador. Aliás, posso até dizer que isto já está em andamento. E nesse pré-projeto há a previsão de se buscar apoio para ele nas três esferas [municipal, estadual e federal], exatamente para que tenhamos condição de dar sustentabilidade a esse surto desenvolvimentista do futebol amador que nós pretendemos alcançar. Claro que tudo começaria por aqui [no estado do Ceará].

A nossa idéia seria fazer com que as competições amadoras adotassem o modelo preconizado pela FIFA e CBF, com o aval e o comprometimento da federação [FCF], no que se refere ao cumprimento de um calendário. E desse modo, nossa expectativa é de que criaríamos novas perspectivas para atletas e também para os profissionais da área.

Portanto, organizar, disciplinar e estruturar as competições amadoras seria uma tarefa e um desafio que enfrentaríamos. Só assim, o futebol amador cresceria como o verdadeiro berçário do futebol profissional, desonerando os clubes, principalmente, no nosso caso, Ceará e Fortaleza, que serviriam de desaguadouro da melhor parte desta mão-de-obra.

Dentro dessa nova perspectiva, os agentes que possibilitariam essas mudanças seriam todos os profissionais da área, e desse modo teríamos que cuidar da qualificação desses profissionais. Assim, veríamos o futebol amador, em tese, como sendo o estágio inicial do futebol profissional. E por conseqüência, também estaríamos estimulando [mesmo que timidamente] até o crescimento da demanda nas instituições de ensino superior, bem como a criação de novos postos de trabalho, situação que daria certo reflexo positivo ao próprio mercado. Repito, estas mudanças devem alcançar a todos. A orientação geral dos gestores [ou atores] do mundo do futebol deve ser o alvo principal das mudanças. Isso inclui, obviamente, a administração dos nossos clubes, a administração da federação [FCF] e a crônica esportiva. Essa necessidade se dá em razão da escassez do capital intelectual na área esportiva para pensarmos nossos próprios projetos, para criarmos soluções alternativas moldadas na nossa realidade, e assim não precisaríamos importar modelos que não tenham afinidade com a nossa economia e com a nossa cultura.

Agora mesmo recebemos um convite para participarmos de um Laboratório de Gestão Esportiva (Lab-GE), que está sendo organizado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Esta iniciativa vem ao encontro daquilo que nós mais reivindicamos para o futebol cearense há mais de sete anos: um repensar do nosso futebol.

Artilheiro – Essa é uma posição de quem se quer progressista, ou é simplesmente uma maneira de chamar a atenção para si?
- Benê Lima - Eu diria que nenhuma dessas opções sintetiza com acerto minha visão. Sou neoprogressista quanto às idéias [costumo repetir isso], mas conservador quanto aos valores. Mas, por outro lado, a revolução que acredito e que defendo é a do conhecimento [das idéias], rejeitando todas as outras derivadas da força e das armas.

Se você fala de meus arremedos de projetos e idéias sobre o futebol, aí posso dizer que hoje tenho uma visão mais social e menos fragmentada do esporte. Quero contribuir mais e mais para que tenhamos uma visão intertransdisciplinar do futebol, criando relações sistêmicas entre suas categorias e subcategorias, entre o amador e o profissional, por exemplo.

Quanto a chamar a atenção, quem não gosta que se lhe dê importância?! Como todo ser humano, também me permito exercitar um pouquinho da minha vaidade imanente, mas sou vigilante no sentido de guiá-la para fins construtivos.(Risos)

Assim é Benê Lima, amigo e colaborador de www.artilheiro.com.br, mostrando sua visão futurista e humanística sobre o futebol, em especial o local. Como vimos suas idéias ultrapassaram as fronteiras nacionais e quebrantaram barreiras, provando que o intelecto não é regionalizado, é globalizado ou universalizado, como queiram.

Finalizamos parabenizando-o pelas suas recentes conquistas e desejando-lhe o máximo de sucesso nesta nova empreitada.

Ronaldo Déber

sábado, 24 de abril de 2010

ARMANDO DESESSARDS

* 06/04/2010: ARMANDO SEVERO DESESSARDS - Técnico de Futebol

- ARMANDO SEVERO DESESSARDS, foi Técnico do Ferroviário AC no Campeonato Cearense de 2010.

- Nome completo: Armando Severo Desessards.
- Nascimento: 28/01/1967.
- Idade: 43 anos.
- Naturalidade: Uruguaiana(RS).
- Formado em Educação Física pelo IPA-RS, e em Direito pela PUC-RS.
- Com especialização em Treinamento Esportivo e vários cursos na área de atuação como técnico de futebol.
- Carreira: São José-RS(sub-17), Grêmio-RS(bases), Riograndense, São Luiz(RS), Ulbra(RS), Brusque(SC), Esportivo(RS), Internacional de Santa Maria(RS), Santa Cruz(RS) e Brasil de Pelotas(RS).

* CONFIRA A ENTREVISTA

Artilheiro Como surgiu o seu nome para treinar o Ferroviário ?

- Armando Desessards: Foi o cruzamento do meu perfil como técnico de futebol e o perfil do clube, o Ferroviário, que procurava por um profissional cujo o trabalho fosse com jogadores jovens ou oriundos das categorias de base. Devido ao momento financeiro que atravessava e ainda passa o clube, o foco maior era trabalhar o elenco com um treinamento qualificado, daí o acerto com a direção do Ferroviário.

Artilheiro Você só acertou com a diretoria Coral após a visita feita ao Ferroviário ?
- Armando Desessards: Depois da minha primeira visita a cidade de Fortaleza, conheci a estrutura do clube, me interei da real situação que passava o Ferroviário, conversei bastante com os diretores do Ferroviário e a identificação com a minha maneira de trabalhar, acabou resultando no acerto para fazer o meu trabalho no Ferroviário.

Artilheiro Como na maioria dos técnicos de futebol, você também já foi jogador ?

- Armando Desessards:
Sim. Comecei minha carreira como jogador. Ainda menino com 16 anos, jogava como zagueiro, mas com o passar do tempo, fiquei baixo para a posição e mudei para lateral direito. Encerrei a carreira de jogador muito cedo, optando juntamente com a família pelo Curso de Direito. A paixão pelo futebol foi mais forte e então cursei também, a Faculdade de Educação Física, quando tive a oportunidade de começar a minha carreira como técnico de futebol. Só nas categorias de base do Grêmio(RS), foram 10 anos.

Artilheiro quem foi a sua referência no início de carreira como técnico de futebol ?

- Armando Desessards:
Como passei muito tempo no Grêmio(RS), e boa parte desse tempo convivendo de perto com Luiz Felipe Scolari, Felipão, procurei aprender o máximo e tirar o melhor proveito dessa oportunidade. Foram quatro anos podendo contribuir na formação de valores para o clube gremista. Tive outras oportunidades como a de trabalhar com o Tite, no Caxias(RS) e com o Carlos Alberto Parreira. Com o Parreira, em 1992, fui convidado a acompanha-lo em um jogo eliminatório de Copa do Mundo em Montevidéu(Uruguai).

Artilheiro Você trabalhou com jogadores que hoje brilham dentro e fora do Brasil ?

- Armando Desessards:
Sim. O próprio zagueiro Gaúcho, que hoje defende o Fortaleza, foi por muito tempo meu jogador. Outros nomes como o atacante Ronaldinho Gaúcho, Márcio, Rodrigo Trombeta, Tinga, Carlos Alberto, Gavião, Rodrigo Graw, Shaid, Cláudio Pitbull entre outros. Certamente estou cometendo uma injustiça, pois eram muitos os bons jogadores que tínhamos naquele tempo.

Artilheiro Um dos mais trágicos acidentes envolvendo um time de futebol no Brasil, você estava envolvido. Como foi a recuperação ?

- Armando Desessards:
Estava sim. O acidente aconteceu em Pelotas(RS), quando o ônibus do time do Brasil de Pelotas acidentou-se provocando a morte de dois jogadores e um membro da comissão técnica e deixando várias pessoas lesionadas, inclusive eu. Passei 10 meses me recuperando e usando um colete de proteção da coluna cervical. O acidente ocorreu em 15/01/2009, e somente em novembro, que voltei a trabalhar.

Artilheiro O Ferroviário abriu as portas para você no Nordeste do País ?

- Armando Desessards:
Como era final de ano, as equipes do Rio Grande do Sul já estavam estruturadas e trabalhando, era esperar ou sair. Foi então, que surgiu o convite do Ferroviário, dando seguimento a uma meta minha, de vir treinar algum clube do Nordeste.

Artilheiro Você foi procurado pelo Fortaleza para ser o novo treinador do Tricolor de Aço ?

- Armando Desessards:
De forma oficial não chegou nada. Fiquei sabendo através de especulações, mas já me sinto muito honrado de ter o nome lembrado, principalmente por esse trabalho que foi feito aqui no Ferroviário. É um momento importante da nossa vida, eu vim para a cidade de Fortaleza com esse propósito, de mostrar o meu trabalho que já é conhecido no Sul do País e abrir novo espaço no mercado de trabalho.

Artilheiro O fator financeiro atrapalhou a formação e o rendimento da equipe Coral ?

- Armando Desessards:
As dificuldades foram uma máxima desde quando agente chegou, a começar pela formação da equipe em tempo recorde. Nós fomos contratados em 28/11/2009, para uma apresentação no dia 07/12. O grupo era pequeno e muito jovem. As dificuldades financeiras sempre estiveram presente, mas não interferiram no rendimento da equipe dentro de campo.

Artilheiro O técnico Desessards é um paizão ou um durão ?

- Armando Desessards:
Ambos. Quando necessário tem que ser paizão e numa outra necessidade tem que ser durão. O que eu sou sempre é concentrado em valores, acho que não se faz nada no futebol e na vida sem valores. Lealdade, comprometimento, honestidade, dignidade e honra. Num outro momento, é necessário a disciplina, mas não se trata de disciplina militar e sim, a disciplina tática nas questões de treinamento.

Toni Mota
tonyy_mota@hotmail.com

domingo, 28 de março de 2010

FILINTO HOLANDA

FILINTO HOLANDA
- Atualmente no HORIZONTE o treinador está se destacando com uma campanha invejável com 04 vitórias, 02 empates e 01 derrota em 07 jogos, no segundo turno.

CONFIRA A ENTREVISTA
No futebol cearense há quatro meses, Filinto Holanda perdeu uma partida apenas no campeonato cearense 2010.

Veio para o Guarany de Sobral no início da temporada, deixando o cacique do vale, de maneira invicta, após várias partidas.

Atualmente no Horizonte, o treinador está se destacando com uma campanha invejável com 04 vitórias, 02 empates e 01 derrota em 07 jogos, no segundo turno.

ART-Fala aí da sua trajetória no futebol brasileiro!
Filinto -
Iniciei minha no futebol goiano. Estive em várias equipes como: Anapolina, Crack, Santa Helena, Horizonte, Caldas e outras. Em 1997 fui para o futebol candango onde conquistei o título do campeonato do Distrito Federal pelo Gama.
Em 1998 retornei ao futebol goiano, para o Caldas, onde conquistei o acesso à primeira divisão, sendo escolhido o melhor treinador da temporada.Continuei pelo futebol goiano por várias temporadas e em 2007 fui treinar o Guará-DF, permanecendo até 2008, indo para o Votoratti-SP, em 2008. Em 2009 fui convidado para treinar o
ASK. Ternitz, clube do futebol da Aústria, onde tive a oportunidade de enfrentar várias seleções, como: Seleção da Bósnia, Seleção da Eslovênia e clubes do futebol árabe.Agora estou aqui no futebol cearense.

ART- Essa experiência no futebol do exterior lhe trouxe algo positivo?
Filinto -
Sim. Treinar clubes de outros países sempre traz novas experiências. Vivenciamos novas culturas e comportamentos diferentes. Procuro aplicar tudo isso nos clubes por onde passo.

ART – Sua maneira e filosofia de trabalho!
Filinto –
Gosto sempre de ouvir, escutar os atletas e as pessoas envolvidas do ambiente de trabalho. No ambiente do futebol sempre levo sempre comigo uma frase: “Vim para dividir”! Dividir as experiências ganhas no mundo do futebol.

ART- Você foi jogador de futebol? Onde atuou e começou?
Filinto –
Fui. Iniciei a carreira de jogador de futebol, no Fortaleza, em 1978, com o amigo Jurandir Branco.
Joguei no Ceará em 81/82, Guarany de Sobral, América, Calouros do Ar, Desportiva-MG, estive no futebol português e encerrei no São Luis de Montes Bello-GO, onde iniciei minha carreira como treinador.

ART – Como treinador você já passou por uma experiência ou teve contato com algum técnico de nome no futebol brasileiro?
Filinto –
Estive por duas temporadas ao lado do técnico Luiz Felipe Scolari, no Palmeiras, onde aprendi bastante.
Também com o técnico Orlando Lelé, no Gama-DF, ganhei conhecimentos.

ART – Jogadores de nome no futebol brasileiro que trabalhou com você!
Filinto –
Muitos jogadores. Posso citar alguns como: Wellington Dias, ex-Brasiliense; Wilton Goiano, ex-Ceará; Finazzi, ex-Fortaleza; Vitor, ex-Goiás; dentre outros....

ART- Você esteve no Guarany de Sobral e agora no Horizonte! Qual melhor elenco em sua opinião?
Filinto –
O do Guarany é claro. O Guarany tem um grupo muito forte e com jogadores mais experientes.

ART – Você saiu do Guarany invicto! Você guarda alguma mágoa por ter saído de forma prematura?
Filinto –
De forma alguma! Fiz grandes amigos em Sobral e no Guarany. Foi o primeiro clube do futebol cearense que me deu oportunidade como treinador e espero retornar quem sabe um dia pra lá. Sou muito grato aos dirigentes do cacique do vale.

ART- Como você analisa o atual elenco do Horizonte! Dar pra chegar bem nessa reta final do segundo turno?
Filinto –
É um elenco de muita qualidade e também bastante jovem. Talvez o elenco mais jovem do campeonato. Claro que dar pra chegar e brigar com os demais pelo segundo turno. Meu grupo é bastante profissional e não tenho problemas extra-campo.

ART – Na sua visão quem é o favorito para conquistar o campeonato de 2010?
Filinto –
O Fortaleza leva vantagem por ter vencido o primeiro turno. É o favorito.
Porém o Ceará é um time grande e irá brigar para chegar à final.
O Guarany tem um elenco de qualidade e vai brigar muito.
O Horizonte briga por fora. É o time mais jovem do campeonato.

ART- Que você acha da estrutura do Horizonte?
Filinto –
Quando cheguei ao Horizonte fiquei impressionado com a estrutura do clube. Aqui não nos falta nada para o pleno desempenho das atividades. Alimentação, material de trabalho, concentração, enfim, poucos clubes no futebol brasileiro dão esta condição ao treinador e jogadores. Parece que estou no Horizonte há muito tempo pelo bom relacionamento e felicidade existente por aqui.

ART – Você falou que fez grandes amigos no futebol cearense! Cite alguns desses amigos.
Filinto –
Claro. Alberto Damasceno, Jurandir Branco, Loralbe Monteiro, Anacleto Pires, Júlio Abreu, e outros...

ART – Você se considera um treinador pé quente?
Filinto –
Sim! Nunca perdi uma partida estreando como treinador em uma equipe no inicio de competição.

ART – Pra finalizar você acha que a seleção brasileira tem boas chances de conquistar o mundial da África do Sul ou precisa melhorar?
Filinto –
A seleção brasileira sempre será favorita em qualquer mundial. Nosso futebol ainda é e sempre será o melhor futebol do planeta e tem tudo pra conquistar o hexa.

Artilheiro
Everaldo Baima