PERSONALIDADES DO ESPORTE

sábado, 23 de outubro de 2010

BIOGRAFIA DO REI - PELÉ 70 ANOS!!!

Adjetivar PELÉ é desnecessário. Descrevê-lo, idem. O Rei do Futebol, o Atleta do Século, Edson Arantes do Nascimento, completa 70 anos neste sábado, dia 23 de outubro. Por isso, relembramos aqui momentos marcantas da carreira do Rei e faz uma homenagem ao melhor jogador de todos os tempos.

Confira detalhes da vida e da obra deste gênio.

BIOGRAFIA
Mineiro de Três Corações, cidade ao Sul de Minas Gerais,
a aproximadamente 290 quilômetros de Belo Horizonte, Edson Arantes do Nascimento nasceu no dia 21 de outubro de 1940 - como mostra sua Certidão de Nascimento localizada no cartório daquele município. Mas ele próprio e sua família consideram o aniversário dele como dia 23 de outubro. Então, por que vamos discordar?

Filho de João Ramos do Nascimento - o popular Dondinho, que também foi jogador de futebol - e de dona Celeste Arantes do Nascimento, Pelé mudou-se com a família para Bauru, no interior de São Paulo, em 1946. Menino levado, conta que era obrigado a ficar ajoelhado em grãos de feijão quando fazia malcriação na escola.

Dico, como era chamado pela família, começou a jogar futebol no time infanto-juvenil do Canto do Rio, depois pelo Sete de Setembro - criado por iniciativa de seu pai - e, finalmente, pelo Bauru Atlético Clube. Aos 15 anos, foi levado pelo ex-jogador Valdemar de Brito para treinar pelo Santos, onde brilhou e conquistou inúmeros títulos.

Na Seleção Brasileira, Pelé foi chamado ainda com 16 anos, dez meses depois de chegar ao Santos, e estreou em 1957 na derrota para a Argentina por 2 a 1, pela extinta Copa Rocca - foi dele o gol brasileiro. Fez 114 gols em 95 partidas pela Seleção, tendo conquistado as Copas de 1958, 1962 (onde se machucou na segunda partida) e 1970.

PELÉ e GARRINCHA (Foto) - Após os títulos pela Seleção e pelo Santos - foram 10 campeonatos paulistas, duas Libertadores e duas Copas Intercontinentais (atual Mundial de Clubes) - e do milésimo gol - marcado em 1969, no Maracanã, contra o Vasco -, Pelé aventurou-se pelo futebol americano, onde atuou pelo New York Cosmos entre 1975 e 1977, com o objetivo de difundir o futebol na terra da bola oval.

Depois de pendurar as chuteiras, a vida de Pelé não ficou menos movimentada. Antes mesmo de encerrar a carreira, se formou em Educação Física pela Universidade Metropolitana de Santos. Namorou a apresentadora de TV Xuxa. Foi ministro dos Esportes de 1995 a 1998, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Nessa função, aprovou mudanças na Lei Zico e a legislação, que passou a ser conhecida como Lei Pelé, foi criticada por muitos dirigentes e especialistas do desporto.

Pelé parou uma guerra na África, em 1969, gravou inúmeros comerciais de televisão, gravou vídeos em que tentava ensinar a arte de jogar futebol, jogou com camisas de outros clubes em amistosos e excursões - como Fluminense, Flamengo e Vasco -, recebeu o título de "Sir" da Ordem do Império Britânico, deu (ou melhor, esqueceu de dar) a bandeirada final no GP do Brasil de Fórmula 1, em 2002...

Deu nome ao principal estádio de Alagoas - o Rei Pelé -, inaugurado em 1970. Foi eleito pelo jornal francês "L'Équipe" o Atleta do Século, em 1981. A mesma honraria foi concedida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), em 1999. Em eleição realizada em 2000 com ex-atletas, dirigentes e ex-técnicos, a Fifa o elegeu como o Melhor Jogador de Futebol do Século XX.

O APELIDO
- O jovem Edson Arantes do Nascimento era chamado de Dico pela família. O apelido Pelé
veio depois, numa história repleta de ironias. Assistindo ao jogo de seu pai em São Lourenço, cidade próxima a Três Corações, o menino de 5 anos ficava maravilhado com as defesas do goleiro Bilé, destaque nos jogos de futebol da região. Só que o garoto não conseguia pronunciar o nome do goleiro direito e gritava "Pilé, Pilé". A criançada ficava brincando com o garoto sobre a pronúncia errada e o começaram a chamar de Pelé. O apelido chateou o garoto, mas pegou e perdura até hoje.

LANCENET!

CADA VEZ MAIS "MITO"!!!

PARABÉNS AO "REI PELÉ - O ATLETA DO SÉCULO" - 70 ANOS DE IDADE!!!
- 23/10/2010: Mais do que conhecido como o maior gênio do Futebol Mundial, PELÉ chega aos 70 anos como uma marca indelével.


Quarta-feira, 20 de outubro de 2010, os professores de Educação Física Laércio e Walter se preparam para mais uma aula com os alunos do Ensino Fundamental 1 do Colégio Madre Alix, em São Paulo. Antes da corrida inicial dos alunos, uma pergunta para os garotos e meninas de até 6 anos de idade. "Quem conhece o PELÉ?" A resposta das crianças é rápida e decidida, como era característica do maior jogador de futebol de todos os tempos: "Eu, eu, eu". No ano de 2007, na entrega do prêmio da Fifa ao Melhor Jogador do Mundo, em Zurique, Suíça, o brasileiro Kaká, o argentino Messi e o português Cristiano Ronaldo disputavam o primeiro lugar na disputada eleição, mas quem chamou a atenção do seleto público foi Edson Arantes do Nascimento.

São dois exemplos da imortalidade de um personagem esportivo, que se transformou na maior marca pessoal que já existiu e que neste sábado completa 70 anos de vida. Sem chutar uma bola profissionalmente desde 1977, PELÉ permanece com credibilidade, respeito e admiração por parte do público, o que o torna alvo predileto dos mais diversos tipos de produtos para os quais negocia quantias milionárias e assim liga sua imagem a comerciais para todos os tipos de mídias pelo mundo. Um estudo dos autores ingleses Des Dearlove e Stuart Crainer, especialistas em poder das grifes, diz que a marca PELÉ poderia atingir US$ 1 bilhão, superando os astros Michael Jordan, Tiger Woods e Muhammad Ali.

Levantamento recente da revista Dinheiro aponta que, para se explorar a marca PELÉ nos próximos 20 anos, seriam necessários R$ 600 milhões, o que garantiria ao Rei do Futebol R$ 30 milhões anuais, o mesmo que Cristiano Ronaldo recebe para defender o Real Madrid. O salário do jogador português é o maior do futebol mundial na atualidade. Ibrahimovic, do Milan, Messi, do Barcelona, Samuel Eto´o, da Internazionale, e Kaká, do Real Madrid, na ordem, todos ficam atrás do eterno camisa 10 do Santos e da seleção brasileira.

Mas o que faz PELÉ ser diferente de outros grandes ídolos do futebol, que também já pararam e com o tempo perderam parte da aura que acumularam em suas carreiras? Muitos especialistas indicam que o maior "golaço" do Rei não foi nenhum dos 1.284 que estufaram as redes adversárias em duas décadas. Mas, sim, ter ido jogar nos Estados Unidos em 1975, para defender o Cosmos, de Nova York. Além dos salários de US$ 4,5 milhões por ano (excepcionais para a época) e a divulgação de um esporte com pouco interesse na terra do Tio Sam, PELÉ teve a oportunidade de conviver com grandes investidores dos EUA, que lhe abriram as portas para vantajosos contratos publicitários. Há tempos, PELÉ sonha com a aposentadoria. Mas parece que essa disputa ele não vai vencer nunca.

NASCE A LEGENDA
PELÉ
surgiu quando o garoto Edson, aos 4 anos, jogava bola com seus amigos. Na época, ele atuava no gol - talento que só seria reconhecido anos depois, como atleta profissional - e gritava a cada defesa: "segura Bilé, defende Bilé". Homenagem ao goleiro do Vasco de São Lourenço (MG), time que seu pai defendia antes de ser contratado pelo Bauru Atlético Clube. Como os companheiros não entendiam quem era "Bilé" passaram a chamá-lo de PELÉ, apelido que PELÉ de início detestou e acabou incentivando os colegas a seguirem com a gozação.

INIGUALÁVEL
O maior camisa 10
possuía habilidades múltiplas.

Uma pergunta eterna no meio esportivo é para se saber qual o melhor atleta em cada modalidade. No futebol, não é diferente. As discussões são eternas e jamais se chegará a um acordo. "Ninguém teve maior domínio de bola que Diego Maradona", apontam os argentinos. "O conhecimento tático de Johan Cruyff foi indiscutível", assinalam os holandeses. "Não existiu alguém que driblasse como Garrincha", atestam os botafoguenses. "Nenhum jogador teve a classe e categoria do francês Zinedine Zidane", reverenciam os franceses. "Zico foi o maior cobrador de faltas da história", anunciam os flamenguistas. Pois bem, cada grupo ressalta o que cada um de seus ídolos fez de melhor em sua carreira. Nessa briga de opiniões, os brasileiros, principalmente os torcedores do Santos, se sentem à vontade para destacar que o futebol de PELÉ foi inigualável. Isto porque o eterno camisa 10 conseguiu realizar todos os fundamentos sempre muito bem.

PELÉ sabia driblar curto, carregar a bola (sem olhar para ela) em uma velocidade quase sempre superior à de seus marcadores. Tocava a bola e finalizava a gol com a mesma precisão e potência com ambas as pernas. Tinha total controle sobre ela e seu passe, na maioria das vezes, deixava seus companheiros na cara do goleiro adversário. Como herança de seu pai, Dondinho, sabia cabecear de olhos abertos, para procurar o local mais longe do alcance dos goleiros. Tinha técnica para cobrar faltas e até se apresentava com totais condições para atuar no gol. Enfim, ele conseguiu reunir a habilidade para realizar todas as características que cada um dos gênios citados anteriormente conseguia fazer.

OS OUTROS APENAS APLAUDEM
Este dom
lhe proporcionou atingir marcas que se transformam a cada dia cada vez mais intransponíveis. PELÉ não foi o único a atingir a marca de 500 gols. Mas o detalhe é que tal feito foi atingido aos 21 anos e dez meses, enquanto Romário só foi alcançar aos 31 anos e Bebeto, aos 35. E mais. Em 1958, temporada em que completou 18 anos, apenas a sua segunda pelo time do Santos, PELÉ anotou 58 gols só no Campeonato Paulista.

ÍCONE
No futebol, a camisa 10
só se transformou o uniforme preferido dos craques a partir da Copa do Mundo de 1958.

GOLEIRO
"O Pelé era muito bom no gol.
Se tivesse se dedicado à posição poderia ter rivalizado com o Gylmar (dos Santos Neves, maior goleiro da história do futebol brasileiro)", disse Pepe, ponta-esquerda do time do Santos na década de 1960.

A MAIOR PARCERIA
Foi com Garrincha que PELÉ
obteve os resultados mais expressivos. Com os dois em campo, a Seleção Brasileira jamais perdeu. Em 40 jogos, foram 35 vitórias e 5 empates.

RECORDES
Em 21 anos de carreira (1956 a 1977), Pelé somou 59 conquistas e marcou 1.284 gols,
com uma média de 0,93 por jogo. Ele é o maior artilheiro em uma temporada - em 1959, com 127 gols. Pela Seleção, foram 115 jogos (92 oficiais), com 95 gols, e conquistou por 11 vezes a artilharia do Paulistão.

CONTRA O CEARÁ
Presidente Vargas foi palco do jogo mil de PELÉ.
Um jogador como PELÉ era atração em todo lugar do mundo
. E no estado do Ceará não foi diferente. O "atleta do século" desfilou toda sua elegância nos gramados cearenses, em confrontos com Ceará, Fortaleza e Ferroviário, no Presidente Vargas.

E um confronto em especial marcou o futebol cearense. O jogo mil de PELÉ com a camisa do Santos. No dia 3 de maio de 1972, no estádio Presidente Vargas, o Ceará receberia o time paulista pela Série "A" daquele ano. O atual técnico do Ceará, Dimas Filgueiras, que jogou pelo Vovô naquele dia, lembra como o estádio estava lotado. "O PELÉ foi sempre atração. O PV estava lotado. Mas quem veio assistir o Pelé, viu o Ceará, pois vencemos por 2 a 1, de virada".

Dimas também lembra
um feito do Vovô: quando Pelé enfrentou o Alvinegro, nunca venceu. "O Ceará sempre foi uma pedra no sapato do PELÉ".

GENTILEZA
- O ex-volante Edmar Araújo (Foto)
, lembra a fidalguia de PELÉ. "Em 1968, o Ferroviário, pelo qual também joguei, foi campeão invicto e fez um jogo de entrega de faixas contra o Santos. Houve um pênalti duvidoso para eles e quando o Pepe foi cobrar, o PELÉ disse: "não estrague a festa deles, chute para fora. E foi o que Pepe fez", lembrou ele.

ENTREVISTA - MÁRIO JORGE LÔBO ZAGALLO
"O PELÉ era completo, Maradona era só mais um bom jogador".

Vocês conviveram juntos por muito tempo, além de serem contemporâneos no futebol. Que recordações o senhor guarda do início da carreira dele?

- Quando PELÉ chegou à Seleção, em 1957, todo mundo ficou surpreso. O comentário geral era de que aquele garoto só podia ser um prodígio, um fenômeno. Garrincha, Nilton Santos, todos já olhavam para ele com alguma admiração.

Devido a essa convivência, vocês eram próximos? Por ser nove anos mais velho, chegou a dar conselhos?
- Ele sempre foi muito bacana comigo. Mas quem deveria dar conselhos para quem? O que eu fazia era observar o jeito dele, como dava os dribles sensacionais, os gols, as jogadas.

De algum modo, tentou aprender algo com o PELÉ?
- Claro, sempre. Teve um jogo do Santos, não lembro se eu estava no Flamengo ou Botafogo, em que o adversário veio roubar a bola e eu dei só um toquezinho com o bico da chuteira. O cara passou direto que nem uma flecha. Aí o Pelé veio e me disse: "você é inteligente, hein?" Eu não respondi nada, na verdade eu fiz aquela jogada no melhor estilo PELÉ.

Como foi sua experiência como treinador dele em 1970?

- Logo no primeiro treino da Seleção, ele me disse: "Zagallo, você pode me botar na reserva, só não quero que seja desleal comigo". Referia-se a uma declaração atribuída ao João Saldanha (técnico demitido para dar vez a Zagallo), de que ele, Pelé, estaria cego. Naquele momento, eu lhe respondi: "PELÉ, aqui na Seleção é você e mais dez".

Como era o PELÉ nas concentrações da Seleção?
- Era 100%.
Uma vez estávamos num hotel do Rio, a poucos dias da Copa de 70, e havia um aglomerado de gente na recepção. Estava um clima festivo e o PELÉ pediu uma reunião dos jogadores com a comissão técnica. Disse que aquilo parecia uma diversão, que não estava gostando daquela festa toda.

PELÉ acumulou inúmeros momentos marcantes na história do futebol. Das grandes jogadas feitas por ele, qual a que você destacaria?
- A do jogo com a Tchecoslováquia, em 70, em que ele chuta do meio de campo tentando encobrir o goleiro. Eu estava no banco e não entendi nada. "O que ele está fazendo, meu Deus?", pensei comigo. A minha dedução, nunca perguntei a ele, foi que ele estava dando resposta ao Saldanha, de que não era cego.

Há comparações entre Maradona e PELÉ?
- Muitas. O PELÉ foi tricampeão mundial. O Maradona só ganhou uma Copa. O PELÉ marcou quase 1.300 gols. O Maradona não chegou nem aos 400. O PELÉ era completo. O outro foi um bom jogador.

Estiveram juntos por muito tempo, mas agora, que já se aposentaram, vocês mantêm contato?
- Não tenho o número do telefone dele. É uma pessoa muito difícil de encontrar, está sempre viajando.

Vai enviar um telegrama ao PELÉ pelos 70 anos?
- Meu filho, se você souber o endereço dele... Eu não consigo falar com esse homem. Vou aproveitar essa entrevista e, por meio de vocês, vou mandar os parabéns ao Pelé por tudo que ele representa. É o nosso Rei.

Mário Jorge Lôbo Zagallo
Diário do Nordeste
23/10/2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ROMÁRIO - Entrevista!!!

ENTREVISTA - ROMÁRIO.
- "Good boys não resolvem".
- O ex-jogador critica a Lei Pelé e promete trabalhar para tentar criar novas propostas e erradicar suas falhas.

Recém-eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, Romário fala sobre os desafios de sua nova profissão, para a qual confessa ainda não estar preparado, e diz que é fã do estilo "marrento" de Neymar.

Você já procurou se aprofundar sobre o papel desempenhado por um parlamentar?

- Um deputado federal tem seus deveres e obrigações e, com certeza, uma delas é fiscalizar, outra delas é legislar e, se você me perguntasse hoje se eu estou preparado para isso, eu diria: preparado não, mas eu estou me preparando. E irei procurar me acompanhar de profissionais competentes e honestos para cumprir com os meus objetivos.

Como você pretende utilizar a Copa 2014 e as Olimpíadas do Rio como pontos de partida para projetos voltados para os jovens?
- A gente tem que aproveitar este momento e passar para estes jovens e crianças que a oportunidade que eu tive eles também poderão ter. O meu objetivo é fazer vilas olímpicas, centros poliesportivos dentro das comunidades ou próximo a elas, centros de tratamento para as crianças com necessidades especiais... enfim, estou com vários projetos na cabeça.

O que você pode trazer de positivo para ser discutido sobre a Lei Pelé, que desde sua criação sempre teve como característica a complexidade de inúmeras emendas que já sofreu?
- Existem algumas coisas que são falhas na Lei Pelé, como em quase todas as leis do nosso país, e tentarei rever e consertar estas falhas. Hoje o clube é um dos mais prejudicados pela Lei Pelé. Hoje, o atleta faz sua base, o clube tem gastos com ele por quase sete anos, abre as portas para ele jogar e, se o atleta chegar aos 16 anos e não tiver um contrato com ele, vai embora. E tudo aquilo que o clube fez é deixado para trás. Isto, é uma das falhas dessa lei.

Ser jogador de futebol famoso e rico, hoje em dia, na sua opinião, é mais fácil do que na época em que você começou?
- É. Hoje em dia, o jogador de futebol ganha muito mais do que na época em que comecei. E é isso mesmo, as coisas mudam e, com certeza, daqui a alguns anos as coisas vão mudar para mais. Eu, particularmente, não tenho nada do que reclamar, tive a minha fase, aproveitei bastante e eu espero que estes jogadores de hoje saibam ganhar dinheiro e que, também, possam representar bem a Seleção, que na minha opinião é o que mais vale na carreira.

Aqui, tivemos o caso de um jogador que estourou no início da década como grande revelação, o Clodoaldo. Inclusive, muitos comparavam o estilo dele com o seu. Só que ele não conseguiu vingar nacionalmente porque não soube lidar com a fama repentina. Você, de alguma forma, se preparou para ser famoso?
- Não. As coisas foram acontecendo na minha vida quando tinham de acontecer. E a gente é que escolhe os caminhos bons ou ruins. Resolvi escolher o caminho bom e positivo, mesmo com todas as dificuldades que tive. Meus pais sempre me ensinaram a ter uma boa índole. Então, acho que a preparação de cada um vem da família e não quero dizer com isto que as famílias de muitos que não conseguiram vingar são as culpadas.

Quando surgiu, exatamente, a ideia de virar político?
- Enquanto jogava, nunca pensei em ingressar na vida política. Isso aconteceu no ano passado, quando tive uma reunião com o presidente regional do PSB (Partido Socialista Brasileiro) do Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso. A gente conversou algumas coisas, na verdade, tivemos umas quatro ou cinco reuniões, até eu decidir. Essa transição de ex-jogador e ídolo para político foi uma coisa totalmente diferente, não tinha a menor ideia de como as pessoas iriam reagir, mas, foram quase 150 mil votos e fiquei muito feliz.

Você pensa em ocupar algum cargo no Executivo no futuro?
- É muito cedo. Fui eleito para o cargo de deputado federal e pretendo exercer, no mínimo, esses quatro anos de mandato. Claro que um cargo no Executivo, para um cara como eu, que sempre fui de fazer e executar, me daria muito mais oportunidades de realizar, mas como deputado, tenho certeza de que conseguirei fazer o que projetei.

Como você conseguiu ter uma carreira tão longa, sendo, como todos sabem, um cara da noite?
- Continuo gostando muito da noite, mas talvez a minha diferença para muitos é a de que nunca bebi, não fumei e nunca usei nenhum tipo de droga. A minha noite era mesmo para ouvir a minha música, para dançar e sair com os amigos. Infelizmente, muitos não curtem como eu curtia e como ainda curto, embora um pouco menos que antes, e talvez essa tenha sido a diferença.

O Neymar tem tido um início de carreira marcado pela sua genialidade e algumas polêmicas. Qual a sua opinião sobre ele?
- Particularmente, sou fã do Neymar por ele ser polêmico e bom jogador. O Brasil precisa de jogadores assim. E chega de bonzinhos que não resolvem p... nenhuma. Talvez eu tenha sido um dos últimos polêmicos que apareceram no Brasil e estes "good boys" não resolvem. Se o Neymar for polêmico e resolver, principalmente na Seleção, para mim é muito bem aceito.

Você vê algum tipo de semelhança entre ele e você?
- Não tem semelhança nenhuma. Já tive a mesma idade dele e arrumei alguns problemas, pelo fato de ser jovem e não ter experiência, mas tudo isso faz parte da vida de um jogador. Daqui a pouco vai passar.

Até que ponto você pode servir de referência para seu filho Romarinho?
- O Romarinho sabe que ele vai ter pela frente algumas dificuldades por conta de ser meu filho. Ele já tem 17 anos, já entende muito bem das coisas, está seguindo a carreira de futebol no juvenil do Vasco e acredito que ele possa vir a ser respeitado. É inevitável, sempre irão comparar. Mas, acredito muito nele, principalmente, porque ele tem muita força de vontade, sabe jogar futebol.

Qual era a melhor dupla: Stoichkov e Romário; Bebeto e Romário ou Romário e Ronaldo?
- Tive o privilégio de fazer parte destas grandes duplas. Mas para mim, a que mais marcou foi a que fiz com o Bebeto. Vestimos por muito tempo a camisa da Seleção, ganhamos todos os títulos que disputamos.

Você se arrepende de ter jogado no futebol brasileiro, apenas no Rio de Janeiro?
- Não. Não tive nenhum tipo de prejuízo. Sou Rio até no nome: Romário. Sempre respeitei os outros Estados e clubes, mas não me arrependo de ter atuado em quatro (Flamengo, Vasco, Fluminense e América) dos cinco grandes clubes cariocas.

Qual sua relação com o Estado do Ceará? Você ainda costuma passar férias aqui?
- Sempre gostei de Fortaleza. Sempre nos finais de temporada, quando ainda jogava, eu pegava minha esposa e meus filhos e vinha para cá. Me sinto bem a vontade aqui.

Você tem ou teve algum projeto voltado para o Ceará?
- Já tive convites para vir trabalhar com o futebol aqui do Ceará depois que eu parei. Mas, a gente acabou não acertando e fiquei pelo Rio mesmo. Na política, como deputado federal, dentro do que um parlamentar pode fazer pelo Brasil, eu sempre irei trabalhar em prol do Nordeste. O Nordeste é sempre uma região do nosso País que a gente tem sempre muito carinho e respeito. E o que seria o Brasil sem o Nordeste? Na minha opinião nada.

ÍKARA RODRIGUES
REPÓRTER

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

EVANDRO LEITÃO EXPLICA CANDIDATURA!!!

EVANDRO LEITÃO EXPLICA CANDIDATURA.

Evandro Leitão (Foto) e a Torcida do Ceará.
“Nossa intenção não é apenas que o Ceará esteja na Série "A", mas transformar o Ceará em um Clube de Série "A"”, Evandro Leitão.


Único dirigente de Clube do estado do Ceará a se colocar como candidato na disputa eleitoral desse ano com a promessa de ser representante do próprio Clube, o presidente do Ceará Sporting Club, Evandro Leitão, acredita na força da torcida Alvinegra para chegar ao cargo de deputado estadual. O Artilheiro procurou saber do dirigente do Ceará sobre a sua intenção em relação ao Ceará após as eleições. “Nossa intenção não é apenas que o Ceará esteja na Série A, mas transformar o Ceará em um Clube de Série "A"”, Evandro Leitão.

Artilheiro: O que o motivou a se candidatar a deputado estadual?

Evandro Leitão:
A vontade de dar ao Ceará uma representação na assembléia legislativa, na política de uma forma geral, mas um representante de verdade, realmente comprometido com o Clube.

Artilheiro: O fato de historicamente a torcida do Ceará ter sido responsável pela eleição de pessoas que passaram pela direção do Clube não teve nenhum tipo de influência na decisão de ser candidato?

Evandro Leitão:
Olha, de certa forma sim. Mas foi uma motivação de fazer diferente. Como qualquer torcedor do Ceará eu votei em candidatos que se colocaram como defensores do Clube e fui frustrado. A minha intenção é fazer o contrário dos que nos frustraram. Meu mandato estará realmente a serviço do que é melhor para o Clube, essa é a minha real motivação.

Artilheiro: O que o faz pensar que a torcida do Ceará, como você mesmo disse, frustrada com candidatos que se elegeram e esqueceram o Clube, vai votar mais uma vez em um candidato com essa proposta?

Evandro Leitão:
Exatamente por essa experiência que o torcedor do Ceará tem. Basta comparar nossa gestão com as gestões dos outros dirigentes que se colocaram como candidatos. Não quero fugir a ética citando nomes, mas as ações são notórias. Nunca fiz da minha gestão a frente do Ceará uma campanha, é só comparar.

Artilheiro: O fato do Clube não ter sido campeão esse ano pode atrapalhar sua eleição?

Evandro Leitão:
Acredito que não, mas é bom tocar nesse assunto. Poderíamos ter feito loucuras financeiras para nos valer de conquistas efêmeras e enganar o torcedor como aconteceu em outros momentos, mas ao invés disso saneamos financeiramente o Clube, preparamos para ter maiores conquistas e que possam vir com mais constância.

Artilheiro: Mas essas conquistas ainda não aconteceram, por que?

Evandro Leitão:
Eu discordo desse pensamento e tenho certeza que o torcedor do Ceará também discorda. Foi essa nossa forma de gestão que nos levou a uma Séria A do Campeonato Brasileiro. O Ceará voltou a disputar uma primeira divisão após 16 anos e não conseguiu o acesso em um golpe de sorte, o Ceará foi preparado para isso.

Artilheiro: Sobre a Série "A", o Clube vive um momento complicado, próximo da zona de rebaixamento...

Evandro Leitão:
(Interrompe) Estamos disputando a Série "A" depois de muito tempo e nossos adversários diziam que na metade da competição o time estaria rebaixado, mas ao contrário disso não entramos em nenhum momento na zona de rebaixamento. É claro que não estamos satisfeitos e estamos fazendo o possível para melhorarmos a nossa posição.

Artilheiro: As inscrições para o Campeonato Brasileiro se encerraram, não foi um erro não fazer algumas grandes contratações que poderiam ajudar a equipe e a sua eleição também?

Evandro Leitão:
De forma nenhuma. Nunca trabalhamos assim e não seria gora. Nós pagamos em dia, temos um clube que não gasta mais do que arrecada, temos a confiança de mais de 10 mil torcedores oficiais. Essa é uma responsabilidade que como presidente do Clube preciso cumprir. Espero que o torcedor entenda que nossa intenção não é apenas que o Ceará esteja na Série A, mas transformar o Ceará em um Clube de Série A. Nossa meta é transformarmos o Ceará no maior Clube do Nordeste. Se continuarmos agindo dessa forma um dia poderemos contratar jogadores já reconhecidos de forma natural, sem sairmos da nossa política financeira, mas isso tudo leva tempo e determinação.

Artilheiro: Quer dizer que a atual gestão dentro do Ceará tem como base única essa política de não gastar mais do que se arrecada?

Evandro Leitão:
Não é a base única da nossa gestão, mas precisamos perceber que isso precisa nortear qualquer economia. Mesmo na nossa casa se gastarmos mais do que ganhamos nossa tendência é o endividamento, imagine em um Clube como o Ceará. O maior Clube do estado, a maior torcida do estado e todos os olhos do estado voltados para ele. A pressão é grande, mas o nosso trunfo é que o torcedor estava tão desgastado com o Ceará que ganhava alguns campeonatos, fazia contratações bombásticas e depois jazia em causas trabalhistas. Por isso o torcedor entende nossa forma de agir.

Artilheiro: Se a política de não gastar mais do que se arrecada não é a base única, o que mais norteia a sua gestão?

Evandro Leitão:
São tantas coisas. A valorização das categorias de base, voltamos a ganhar títulos nas categorias de base, nunca tínhamos ganhado um Campeonato Cearense Sub/18 e fomos campeões esse ano. Além disso, estamos revelando atletas. Atualmente já temos o zagueiro Pablo em nosso elenco e no futuro teremos outros atletas do grupo que está sendo preparado para disputar o brasileiro Sub/20 no final do ano. Na estrutura física do Clube a mudança foi muito grande, basta uma pessoa que conhecia como era a estrutura do Ceará antes chegar agora e verá a diferença. Mas há outro ponto, pouco explorado, que torna nossa gestão ímpar no Ceará, a construção de um patrimônio dentro de campo. A maioria dos atletas que atuam pelo Ceará tem direitos federativos ligados ao Clube. Isso significa que o Clube não precisa mais ficar contratando um elenco inteiro a cada início de temporada. Hoje já temos mais que um time para o próximo ano. Podemos somar a isso que alguns desses atletas são bastante jovens e podem gerar lucros para o Ceará em caso de transferência de seus direitos federativos.

Artilheiro: Que jogadores são esses que podem gerar lucros para o Clube no caso de serem transferidos?

Evandro Leitão:
Na verdade quase todos os atletas do elenco atual têm contratos além do final do ano e todos com multas rescisórias, mas é importante salientar que não temos interesse imediato em negociar nenhum desses jogadores. Parece claro, no entanto, que atletas jovens como Misael, Anderson, João Marcos e o próprio Pablo, que foi revelado pela nossa categoria de base, não devem jogar pelo Ceará até o final de suas carreiras, em algum momento devem ser alvo do interesse de outras equipes e é aí que a multa rescisória nos será útil. Ao contrário do que acontecia em outros momentos os valores entrarão para o Clube e não para os empresários.

Artilheiro: Em relação a estrutura física do Clube é verdade que nada novo foi feito, apenas reformas no que já existia.

Evandro Leitão:
Não, não é verdade. Criamos vários equipamentos novos, as salas para o departamento de futebol próximo dos jogadores, antigamente funcionava de forma precária, construímos uma picina para os atletas, com a finalidade de ser um equipamento a disposição do departamento físico, mas também para o lazer dos jogadores. Criamos o departamento de fisiologia, um avanço para o Ceará. E também foi construído um consultório de odontologia para completar o nosso complexo de saúde. Mas é claro que temos muito orgulho de termos deixado em condição de uso ou em melhorarmos os equipamentos que já existiam. A entrada de nossa sede administrativa, os vestiários e a rouparia do Clube, a área interna do setor de futebol profissional, transformamos o alojamento principal em hotel e nosso outro alojamento em um espaço para os atletas repousarem e o Clube ainda está em obras, sempre melhorando, agora mesmo está sendo construído um estacionamento para a imprensa.

Artilheiro: Qual das opções o levaria a deixar a presidência do Ceará, ser eleito ou não ser eleito?

Evandro Leitão:
Vou ser bem direto para não deixar nenhuma dúvida. Em nenhum dos dois casos eu estaria inclinado a deixar a presidência do Ceará. Se for eleito acredito que nossa colaboração com o Ceará iria além das funções de presidente da instituição, mas se isso não ocorrer já demonstramos que com a capacidade do nosso grupo e nossa vontade de trabalhar faremos um Ceará cada dia mais próximo do que cada torcedor gostaria.

Equipe Artilheiro