PERSONALIDADES DO ESPORTE

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ENTREVISTA COM VAGNER MANCINI, IDEALIZADOR DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TREINADORES!!!

Entrevista
18/10/2013 00:00:00
           
Vagner Mancini, idealizador da Federação Brasileira de Treinadores
           
"Mais da metade dos treinadores no Brasil não tem contrato assinado. Isso é uma vergonha", afirma Guilherme Yoshida        
               
As demissões dos treinadores no Campeonato Brasileiro deste ano, mais uma vez, foram mais frequentes do que os gols do artilheiro da competição.
 
Disputa para não ser rebaixado, algumas rodadas sem vitórias, muitos gols sofridos, críticas da torcida, motivação extra para o elenco, esquema tático indefinido, enfim. São vários os motivos apontados pelos dirigentes na hora de justificar o troca-troca destes profissionais em uma mesma temporada.
 
No entanto, este cenário pode estar com os dias contados se a Federação Brasileira de Treinadores de Futebol conseguir colocar em prática todas as suas propostas para mudar o tratamento que os técnicos têm atualmente no futebol nacional.
"Mais da metade dos treinadores no Brasil não tem contrato assinado. Isso, aos meus olhos, é uma vergonha. Queremos que os contratos de todos os treinadores sejam registrados nas federações e na CBF, como acontece com os atletas, entre outras reivindicações", afirma Vagner Mancini, principal idealizador da nova entidade da categoria, em entrevista exclusiva à Universidade do Futebol.
 
As demissões em grande rotatividade, porém, são apenas uma parte das mudanças que os técnicos buscam no atual cenário do futebol brasileiro. Outros fatores, como regulamentação da categoria, legislação adequada para o setor, falta de representatividade no governo federal e até de uma qualificação especifica para o exercício da profissão, entre outros, também minam o desenvolvimento desta classe, aponta Mancini.
 
Segundo o atual treinador do Atlético-PR, este panorama deverá mudar com o projeto de lei que será encaminhado em breve ao Senado, pelo qual a entidade pretende promover algumas mudanças que reflitam nos resultados dentro de campo.
"Nosso país tem dimensões continentais. Com isso, temos dificuldades para unificação de ideias e regulamentos. Então, qualquer pessoa pode ser treinador no Brasil e isso não é correto. Em primeiro lugar, o treinador tem de ter noção de treinamentos, de intensidade de treinos, de táticas, etc. Mas, ele também deve ser um educador, pois está lidando com seres humanos. Além disso, a cultura do jeitinho brasileiro, no qual o treinador é escolhido sem nenhum planejamento e a mentalidade amadora também fazem com que as estruturas não melhorem", analisa.
 
"A cultura do 'ter de ganhar' sem se preocupar com o trabalho em longo prazo, o discurso da mídia, que quer vender jornais e ter cada vez mais audiência, sem se preocupar em conhecer o dia a dia dos clubes e trabalhar em prol da evolução do esporte, também influenciam com este cenário ruim", completa.
 
Nesta entrevista, Mancini ainda revela como a federação vai se diferenciar do trabalho dos sindicatos e como a entidade pretende auxiliar os interessados em iniciar a carreira como treinador de futebol.
 
Confira a íntegra:
 
Universidade do Futebol – Como surgiu a ideia de se criar esta Federação? Quais são seus principais objetivos?
 
Vagner Mancini – A ideia surgiu em conversa com alguns treinadores que também estavam indignados com o tratamento dado aos técnicos. Resolvemos, então, sentar e dialogar pensando no que poderia ser feito para melhorar nossa classe e, consequentemente, regulamentar e organizar a profissão.
 
E para se atingir os principais objetivos é preciso regulamentar e organizar a profissão, dar ao treinador a possibilidade de ser respeitado, contrato reconhecido na CBF saindo no BID, com repasse de encargos à União, de ser qualificado através de cursos ministrados pela federação, de termos um representante no STJD, um representante no Conselho Nacional de Esportes, tempo mínimo de contrato com os clubes, entre outros objetivos.
"Com o formato que temos hoje em dia no Brasil, só estamos protegidos com vitórias e conquistas, não há maneira de proteger ninguém, com ou sem federação. Em primeiro lugar, temos de mudar a mentalidade dos dirigentes, da imprensa e dos torcedores", afirma Mancini

Universidade do Futebol – Quais serão os campos de atuação da Federação? O que vai diferenciar sua atuação de entidades como os Sindicatos de Treinadores, por exemplo?
 
Vagner Mancini – A federação vai atuar acima dos sindicatos, com mais força politica e com maior representatividade. No inicio queríamos fazer uma Associação de Treinadores. Mas, conversando com pessoas influentes, decidimos que seria melhor fundarmos uma federação.
 
No Brasil, já temos algumas associações, todas bem intencionadas, mas, com pouca força política para mudar esse quadro atual destes profissionais no futebol brasileiro. Os treinadores são filiados aos sindicatos e os sindicatos à federação.
"Em primeiro lugar, o treinador tem de ter noção de treinamentos, de intensidade de treinos, de táticas, etc. Mas, ele também deve ser um educador, pois está lidando com seres humanos", aponta o atual treinador do Atlético-PR

Universidade do Futebol – Que mecanismos estão sendo criados para que esta federação não seja mais uma entidade que começa com bons propósitos, mas que aos poucos se enfraquece diante da realidade dos treinadores, com pouco tempo e interesse de se dedicarem à causa do fortalecimento desta categoria profissional?
 
Vagner Mancini – Primeiramente, não somos sindicalistas, somos treinadores. Nenhum treinador quer seguir carreira dentro da federação. Queremos é que a esta classe profissional ganhe seus direitos através de projetos levados a Brasília.
 
Por exemplo, mais da metade dos treinadores no Brasil não tem contrato assinado. Isso, aos meus olhos, é uma vergonha. Queremos que os contratos de todos os treinadores sejam registrados nas federações e na CBF, como acontece com os atletas, entre outras coisas.
 
Temos pouco tempo para dedicar à federação, mas temos muita força para reivindicar e exigir mudanças em um país que é pentacampeão mundial dentro de campo e subdesenvolvido na sua estrutura fora dele.
A ideia surgiu em conversa com alguns treinadores que também estavam indignados com o tratamento dado aos técnicos. Resolvemos, então, sentar e dialogar pensando no que poderia ser feito para melhorar a nossa classe e, consequentemente, regulamentar e organizar a profissão, justifica

Universidade do Futebol – Como a FBTF pretende auxiliar os interessados em iniciar a carreira como treinador de futebol?
Vagner Mancini – A ideia da federação é criar cursos de preparação e formação para novos treinadores e também qualificar melhor os que já são profissionais na área do treinamento. Tudo isso com a chancela da Fifa e da CBF.
 
Com o atual modelo, nossos cursos não são aceitos em alguns países do exterior e, por isso, perdemos grandes oportunidades de atuarmos fora do Brasil. Em um futuro, a ideia é nos associarmos a uma universidade para oferecermos um curso superior para treinador de futebol.
Queremos que os contratos de todos os treinadores sejam registrados nas federações e na CBF, como acontece com os atletas, recomenda Mancini

Universidade do Futebol – Em sua opinião, quais são os principais entraves para a profissionalização dos profissionais que atuam nesta função dentro do futebol brasileiro?
 
Vagner Mancini – São muitos. Nosso país tem dimensões continentais. Com isso, temos dificuldades para unificação de ideias e regulamentos. Então, qualquer pessoa pode ser treinador no Brasil e isso não é correto.
 
Em primeiro lugar, o treinador tem de ter noção de treinamentos, de intensidade de treinos, de táticas, etc. Mas, ele também deve ser um educador, pois está lidando com seres humanos. Além disso, a cultura do jeitinho brasileiro, no qual o treinador é escolhido sem nenhum planejamento e a mentalidade amadora também fazem com que as estruturas não melhorem.
 
A cultura do "ter de ganhar" sem se preocupar com o trabalho em longo prazo, o discurso da mídia que quer vender jornais e ter cada vez mais audiência sem se preocupar em conhecer o dia a dia dos clubes e trabalhar em prol da evolução do esporte.
 
Outra coisa, a falta de organização dos profissionais, no caso os treinadores, para buscar coisas novas e compartilhar com os outros colegas de profissão ou profissionais do futebol, a carência de simpósios e encontros para a qualificação dos mesmos, a falta de uma liderança que possa organizar a classe e dar respaldo a esses profissionais, entre outros entraves.

Segundo o ex-jogador, a carência de simpósios e encontros para a qualificação dos técnicos e a falta de uma liderança que possa organizar a classe e dar respaldo a esses profissionais também são outros entraves
Universidade do Futebol – Como vocês pretendem proteger os treinadores da cultura do curtíssimo prazo, onde dois ou três resultados negativos precipitam a demissão do treinador? O que pode ser feito neste sentido? Que mecanismos podem ser propostos?
 
Vagner Mancini – A ideia é modificar o panorama através de um projeto de lei que será encaminhado ao Senado, onde queremos promover algumas mudanças na legislação atual.
Por exemplo, o pagamento total do contrato em caso de demissão. Nesse caso, o treinador não poderia atuar em outro clube naquela temporada e, quando um clube demitir o treinador, a diretoria só poderá contratar um outro profissional quando tiver a assinatura da rescisão encaminhada à CBF, entre outras ideias.
 
Com o formato que temos hoje em dia no Brasil, só estamos protegidos com vitórias e conquistas, não há maneira de proteger ninguém, com ou sem federação. Em primeiro lugar, temos de mudar a mentalidade dos dirigentes, da imprensa e dos torcedores, todos imediatistas, que querem resultados e conquistas a todo instante, como se o treinador tivesse uma varinha mágica para desenvolver trabalhos produtivos sem ter tempo adequado para executá-los.
 
Então, a única maneira é conseguirmos por meio de um projeto de lei, conforme citado, dar ao treinador um respaldo maior na legislação para que o dirigente saiba que demiti-lo gera um prejuízo aos cofres de sua agremiação, além de dar tempo a este profissional.
Com o atual modelo, nossos cursos não são aceitos em alguns países do exterior e, por isso, perdemos grandes oportunidades de atuarmos fora do Brasil, diz Mancini

Universidade do Futebol – A profissionalização do treinador de futebol, neste século XXI, passa inevitavelmente por uma boa formação e atualização de conhecimentos que lhe dê suporte. Você acredita que somente a formação em Educação Física é o caminho? Ou você pensa em um modelo de formação específico? Como você vê esta questão?
 
Vagner Mancini – Não acho que um estudante de Educação Física formado tenha capacidade de dirigir um clube de futebol somente pelos conhecimentos adquiridos no curso. Terá de ter também capacidade técnica e tática para desenvolver o seu trabalho.
Estamos longe do modelo ideal, no qual através da universidade, esse profissional aprendesse regras e conhecimentos essenciais para a profissão. Atualmente, a maioria dos treinadores é formada por ex-atletas, que pela experiência adquirida durante a carreira, acabam tendo uma chance maior de trabalho.
 
Se conseguirmos unir essa experiência prévia à parte acadêmica, teremos uma melhor formação dos técnicos de futebol no país, com noções básicas de psicologia, gestão de pessoas, estratégias, etc.
A pressão exercida em qualquer clube tem início na mídia e agora nas redes sociais e acaba ultrapassando os limites de segurança, revela

Universidade do Futebol – Muitas vezes, a relação entre a mídia e os treinadores é tensa e conturbada. No seu modo de entender, como isto impacta no reconhecimento social e na pressão que os treinadores sofrem?
 
Vagner Mancini – A mídia é feita de bons e maus profissionais, assim como qualquer área ou categoria da sociedade. Existem os profissionais que contribuem para a evolução do esporte e também há quem prejudique. Muitas vezes, até por despreparo.
 
Então, a relação entre mídia e treinadores é conturbada e sempre será porque o treinador é julgado de uma forma desproporcional de tempo. A pressão exercida em qualquer clube tem início na mídia e agora nas redes sociais e acaba ultrapassando os limites de segurança. Nós, treinadores, somos, muitas vezes, ameaçados em lugares públicos.
 
O fato de "vender" jornal e ter audiência é mais forte do que caráter, sinceridade e dignidade. Nesse ponto estamos atrasados. O Brasil é um dos poucos países que ofender pessoas que estão trabalhando é normal. Por isso, as pessoas pagam ingresso e se sentem no direito de ofender aos outros, como se isso fosse uma coisa normal.
A ideia da federação é criar cursos de preparação e formação para novos treinadores e também qualificar melhor os que já são profissionais na área do treinamento. Tudo isso com a chancela da Fifa e da CBF, avisa Mancini

Universidade do Futebol – A Uefa vem realizando há mais de 10 anos um trabalho de apoio na direção de formar melhores treinadores através de diversos programas de qualificação. A FBTF tem conhecimento destes trabalhos? Quais seriam as dificuldades para se fazer algo semelhante no Brasil?
Vagner Mancini – Temos conhecimento sim desse trabalho feito na Europa. Queremos exatamente nos espelhar em quem trabalha direito e forma profissionais melhores a cada ano.
Para isso, necessitamos de uma união entre federação, CBF, sindicatos e clubes. E só conseguiremos isso quando estivermos mais bem estruturados e nosso futebol mais evoluído em profissionalismo.
 
Como podemos qualificar melhor nossos profissionais se não temos contrato assinado com mais da metade desses profissionais? Primeiramente, vamos arrumar a base, depois vamos melhorar as condições de trabalho, aí sim capacitar.


Universidade do Futebol – Em grande parte das profissões no futebol ainda permanece o conhecimento empírico devido à nossa pouca cultura de formação. No seu modo de entender, como a federação pode ajudar a mudar este cenário?
 
Vagner Mancini – Acho que a federação pode auxiliar e muito a estrutura do futebol brasileiro, pois vamos caminhar em direção à formação de melhores treinadores. Com a ideia de um curso superior, novas portas se abrirão também para outros cargos e categorias que também fazem parte da nossa estrutura.
 
Os executivos também estão se profissionalizando. Quem sabe um dia, teremos o prazer de anunciar uma Federação de Profissionais do Futebol.

Leia mais:Especial: a importância da formação do treinador de futebol
Especial: a importância da formação do treinador de futebol – parte II
Especial: a importância da formação do treinador de futebol – parte III
Especial: a importância da formação do treinador de futebol – parte IV
Especial: a importância da formação do treinador de futebol – parte final                                          Marcelo Martins, preparador físico do Bayern de Munique Francisco Navarro Primo, treinador da base do Valencia 
Pedro Boesel, gestor financeiro
Emily Lima, treinadora da seleção brasileira sub-17
João Burse, técnico do Mogi Mirim sub-20
Mariano Moreno, diretor da escola de técnicos da Espanha
Núcleo de Futebol da Faculdade de Motricidade Humana
Baltemar Brito, ex-auxiliar de José Mourinho
Kemal Alispahic, treinador da seleção do Tadjiquistao
Maurice Steijn, treinador do ADO Den Haag
Hidde Van Boven, treinador do sub-13 do VV De Meern
Wim van Zeist, instrutor técnico do De Graafschap
Reinier Robbemond, treinador da equipe sub-13 do AZ Alkmaar
Jefta Bresser, ex-treinador da academia de jovens do PSV Eindhoven
Ron Jans, treinador do SC Heerenveen
Aleksandar Rogic, assistente técnico da seleção principal de Gana
João Aroso, treinador adjunto da seleção portuguesa de futebol
Roberto Landi, treinador da seleção da Libéria
Gustavo Almeida, técnico do Red Bull sub-15
Cláudio Roberto Silveira, treinador do Sri Lanka

Entrevista
Universidade do Futebol        
18/10/2013 00:00:00

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

PELÉ COMPLETA 73 ANOS!!!

Pelé completa 73 anos e comemora com “festa surpresa” no México
No México, onde está há alguns dias, Pelé acabou recepcionado com um bolo e uma pequena comemoração em sua homenagem Foto: Twitter
No México, onde está há alguns dias, Pelé acabou recepcionado com um bolo e uma pequena comemoração em sua homenagem
Foto: Twitter
Nesta quarta-feira, dia 23 de outubro, Edson Arantes do Nascimento, ou simplesmente Pelé, completa 73 anos de idade. Para comemorar a data, o maior jogador da história do futebol foi pego de surpresa. No México, onde está há alguns dias, acabou recepcionado com um bolo e uma pequena comemoração em sua homenagem.

Adepto das redes sócias, ele tratou de compartilhar o momento com seus seguidores do Twitter e Facebook e postou a foto da "festa" que ganhou durante sua ida a um canal de TV local. "Foi grande surpresa para mim, não esperava passar o aniversário no México. Mas foi um prazer. Agora vou comemorar com a família. Agradeço a Deus pela saúde e por me dar mais um ano de vida!", escreveu.
Beatles foram proibidos de fazer show privado para Pelé
 
O Santos, clube pelo qual o Rei do Futebol brilhou, também se lembrou de Pelé nesta quarta-feira e prepara uma série de ações promocionais com seus sócios torcedores. A cidade natal do ex-jogador, Três Corações, também está em festa. As comemorações começaram na última sexta-feira e vão até o final desta semana, com a inauguração de um museu em homenagem à Dona Celeste, mãe do ex-atacante.
Pelé dispensa modelos para tirar foto com "tiazinha da cozinha"
 
Nascido na cidade do sul de Minas Gerais, Pelé se consolidou como maior jogador da história do futebol no Santos e na Seleção Brasileira. Pelo clube alvinegro, conquistou 10 títulos paulistas, seis Campeonatos Brasileiros, duas Copas Libertadores e dois Mundiais Interclubes. Já pela Seleção, venceu três Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970) e se tornou o maior artilheiro da história da equipe verde e amarela. Encerrou a sua carreira em 1977, no New York Cosmos, dos Estados Unidos, e, em 1366 partidas por quase 20 anos, anotou 1283 gols. Em 1981, foi eleito o maior atleta do século XX.
Terra
23 de Outubro de 2013 atualizado às 12h41

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

ENTREVISTA COM SEBASTIÃO BELMINO: "EU MORRIA DE MEDO DE CÂMARE"!!!

Entrevista com Sebastião Belmino: "Eu morria de medo de câmera"


 A Entrevista desta semana é com um dos apresentadores mais carismáticos e queridos da mídia cearense. Sebastião Belmino é o típico cearense, principalmente no seu jeito de se comunicar.

Com quase 50 anos de carreira, foi goleiro e disse que era dos bons. Garante que morria de medo de câmera, teve em seu programa, na antiga TV Educativa, o ex-governador Ciro Gomes como comentarista, já torceu por Fortaleza, Ceará, Bangu e Ferroviário, e diz que já está perto de encerrar a carreira.

O bate-papo foi realizado na última sexta-feira (04/10), quando revelou em primeira mão que se filiou ao PEN e, se acordar de bom humor, deve sair candidato a deputado. Belmino revelou ainda que é católico, tem pressão alta, mas está controlada e afirma que tem muito político ator.
Você foi goleiro mesmo ou é só brincadeira sua na bancada do “A Grande Jogada”?
É verdade. E era bom. Comecei jogando futebol de salão no infanto-juvenil. Joguei na equipe de um pernambucano que veio embora para cá, Seu Edson, dono de uma loja chamada Nações Unidas. Ele criou uma quadra na casa dele e um time chamado RAC, Recinto Atlético Clube, foi onde passei minha primeira juventude. Lá tinha um slogan “Mais Esporte Menos Vício”. Foi graças a ele e a esse projeto que eu nunca entrei em negócio de droga ou me envolvi com droga. Ele nos mantinha praticamente a semana toda ocupados treinando e jogando. Mas o seu Edson teve de voltar pra Recife e o time infelizmente acabou. De lá, fui para o CEM, Centro Esportivo Moradanovense, ainda joguei na AABB. Quando estava passando para adulto, eu comecei a trabalhar na TV Ceará Canal 2. Aí fiquei com medo. Quando fui convocado para defender a Seleção Cearense, por volta de 65,66, fui disputar o Campeonato Brasileiro, em São Bernardo do Campo (SP). Mas na volta, meu emprego na TV tava meio perigando. Aí tive de desistir do Futebol de Salão, porque eu trabalhava à noite, e os jogos e os treinos eram no mesmo horário. Aí tive de abdicar. Então, fiquei só jogando nos finais de semana em times de futebol de subúrbio. O famoso suburbão. O legal é que hoje eu vejo o pessoal indo pros jogos de ônibus e tudo. No meu tempo, era em cima de um caminhão com uma corda no meio pra gente ficar se segurando. Mas joguei ainda um bocado. Ainda fui reserva no time do América, acho que em 66. Mas com o trabalho na TV também não deu para conciliar.
 
Seu estilo consegue agradar os mais jovens e também os mais velhos. Quando você adotou esse estilo? Você se inspirou em alguém?
Quando fui diretor da TV Educativa, que hoje é a TVC, eu quis fazer uma equipe de esportes. E o superintendente na época era o Teobaldo Landim e disse que eu poderia contratar quem eu quisesse. E naquele tempo, década de 1970, o pau que troava aqui, era Celso Martinelli e Paulino Rocha. Eu levei o Martinelli para ser comentarista na TV. Com ele, eu levei também o Ney Botto Guimarães, ambos da Rádio Dragão do Mar, e criei um Programa de TV, “Na Boca do Túnel”. Os dois apresentavam. Só que o Celso era meio doidão e deixou a emissora, e o Ney ficou. Por um motivo que até hoje eu não sei. Depois, o Ney saiu e me deixou uma carta, que até hoje eu tenho guardada, dizendo que ia embora e fez um pedido. Que eu não deixasse outra pessoa fazer o programa. Que eu apresentasse o programa no meu estilo. Como eu era no dia a dia. Com meu jeito brincalhão. Só que eu morria de medo de câmera. Eu me escondia quando via uma câmera perto de mim. O Ney foi embora de domingo para segunda. E na segunda a carta tava lá na TV. E alguém tinha que fazer a apresentação do programa. Não tinha ninguém. Fui falar com o meu diretor e saudoso amigo um dos grandes professores que eu tive, Guilherme Dantas. Expliquei a ele. Mas ele disse pra eu ir apresentar e me deu uma dica. “Antes de começar o programa vai ao bar aqui perto e toma duas doses de cachaça”. O Programa era dez da noite. Aí eu pensei, se eu tomar essa cachaça, eu só vou conseguir apresentar se for desse jeito. Então, eu decidi ir no seco mesmo. E fui apresentar a mesa. Do qual participavam o Alan Neto, o Wilton Bezerra, Ximenes Filho e o Paulo Karam. Só que aquele meu jeito de brincar com os câmeras, era uma auto defesa, era um medo. Só que a coisa foi pegando, foi dando certo e até hoje tem gente que gosta desse meu jeito, dessas minhas doidices.
 
Deve ter sido difícil no começo mostrar esse jeito?
Eu recebi muitas críticas. Porque aquilo que eu fazia não existia para os padrões da época. Televisão era coisa séria, ainda mais para um apresentador. Eu sempre gostei de desmistificar a televisão. Eu quando trabalhei como “cameraman” e assistente de estúdio em novelas, eu achava que as pessoas queriam ver o outro lado. Ver os bastidores. Quando eu subi para a mesa de corte do canal 2, um dia no programa chamado TV Juventude, eu botei no ar e mostrei a iluminação, mostrei as câmeras, os microfones... O Doutor Rômulo Siqueira, que era diretor comercial da TV Ceará, na mesma hora disse que eu não fizesse mais isso. Não deixasse mais eu cortar programa ao vivo, porque aquilo não existia em televisão. Eu fiquei na minha. 20 dias depois, chega a fita com o Programa do Chacrinha, que mostrava tudo. Aí, o Doutor Rômulo me chamou para a sala dele, junto com o Dr. Manelito Eduardo, diretor da emissora, me pediu desculpa. Ele disse que infelizmente não tinha alcançado o futuro da televisão e a partir daí eu comecei a desmistificar a TV e tô até hoje.
 
Hoje você está na Rádio Clube. Qual foi o motivo da sua saída da Rádio Verdes Mares?
Na realidade, eu fiz o inverso da turma que está por aí na TV, né? Eu sai da TV e só depois que fui para o rádio. Eu fiz o contrário. O problema da Verdinha foi exclusivamente porque o programa era feito aos domingos. E eu tinha um horário entre 12 e duas da tarde. A programação era do Gomes Farias. E houve uma mudança a pedido do Farias para que ficasse de 11 a uma da tarde. Eu adorava fazer o programa. Mas aí tinha um problema. Eu perdia meu final de semana. Eu não podia viajar, eu não podia ir para uma beira duma praia passar o domingo, eu não podia sair pra canto nenhum, porque eu tinha de preparar o programa, fazer a produção, saber o que ia acontecer, as músicas, essas coisas. O Farias ficou de me arrumar um horário. Não me ligou, eu também não fui atrás. E eu fiquei sem prefixo. Fui convidado por outras emissoras, mas eram tudo para o final de semana, e eu não queria. Aí, quando foi agora, o Henrique Gondim, diretor comercial da Ceará Rádio Clube, me convidou para fazer um programa num horário compatível durante a semana. E tá mais ou menos dando certo. É claro que a gente não tá jogando no Flamengo, mas de vez em quando o Olaria pode ganhar, né?
 
Você já era bastante conhecido pelas passagens na TVC e na extinta Manchete, mas creio que com a TV Diário houve um crescimento da fama ainda maior...
É verdade. O pulo foi grande. Mas eu já vinha de um pinote bom, quando saí da TV Educativa e fui para a TV Manchete, graças ao Guto Benevides que me levou para lá. Eu passei sete anos na Manchete e a popularidade foi muito grande, mas a TV era pequena e não tinha todo esse potencial técnico e de reportagem que a TV Diário tem. Quando cheguei na TV Diário, o mundo se ampliou. A TV Diário é cearense e dá oportunidade às pessoas cearenses. Graças a Deus, eu tive a chance de fazer um programa totalmente da terra e com linguajar cearense. Então, pra mim a TV Diário foi e é sem dúvida alguma o meu maior pico profissional.
 
Aliás, a saída da TV Diário da antena parabólica foi um baque muito pesado para a emissora. Como foi que você analisou todo aquele episódio?
Foi um baque muito grande, sim. Até porque a TV Diário foi uma coqueluche muito grande não só no interior do Ceará, mas em todo o Brasil. Principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde há muito nordestino e cearense. Eu cansei de viajar de carro pelo interior e via casas que não tinham nem como se segurar, mas no terreno havia uma parabólica. Lugares assim bem distantes mesmo. Eu passava e alguém gritava: olha o Belmino da televisão. Tem uma história engraçada. Eu vinha de Juazeiro com minha mulher de carro. Depois de Iguatu, ela pediu para eu parar o carro porque tava com muita sede, mas não havia nada, foi quando depois avistamos uma casinha bem humilde escrito: vende-se água. Eu desci, tinha um garotinho, eu perguntei se tinha, ele me atendeu, ficou olhando pra mim e perguntou: “Você é aquele cara que eu tô pensando?” Eu disse: “acho que sou”. Ele gritou: “Mãe, venha ver aquele homem gordo e doido que a senhora gosta”. Aí, apareceu uma senhora bem humilde, já de idade, bonita, e ficou pegando em mim. Eu tirei um escapulário que eu usava e dei para ela. Mas ela queria porque queria que eu esperasse ela matar uma galinha pra eu comer na casa dela. O que eu pude fazer para ela, foi esperar o menino ir de moto chamar os familiares, vizinhos, pessoal que morava lá perto para eles verem que era eu que tinha ido na casa dela. Segundo ela, porque se eu tirasse uma foto, todo mundo ia achar que era montagem ou mentira dela. Então, a parabólica provocou tudo isso. Fiquei muito triste. A negrada gostava desse meu jeito, das minhas brincadeiras, de ser matuto como eles. E com sinceridade, até hoje eu não sei o motivo do sinal da TV Diário ter saído das parabólicas.
 
 
Como é o seu dia a dia profissional. Você chega que horas para trabalhar e sai que horas?
Eu chego na TV Diário por volta das oito e trinta, nove horas da manhã. Eu não faço mais a produção do programa. Graças a Deus. Eu não tenho mais idade para isso. Você sabe que dá muito trabalho. A produção é toda do Haroldo (Pedreira) e do George (Facundo), com a supervisão do Roberto Moreira. Fazer produção é muita preocupação, às vezes, você nem dorme. Eu só apresento. Então, eu fico lá até meio-dia. Pego o carro na carreira e vou para a Ceará Rádio Clube. Gravo antes a abertura, que são cerca de 5 minutos e faço meu programa até uma hora da tarde. Mas eu gosto dessa correria, porque fazer o que você gosta não tem coisa melhor na sua vida profissional.
 
Há um debate de que o jornalismo esportivo está caindo mais para o entretenimento. Com matérias pitorescas e humorísticas. Qual a sua opinião sobre esse assunto?
Eu acho bom. Porque só tem desgraça na televisão. Acho legal esse novo estilo. Apesar de que hoje é o pior momento da televisão brasileira. Desde quando comecei até agora, a TV brasileira passa por uma situação lamentável, caiu. Caiu muito. O padrão da TV Globo, que tá até repetindo novela, está diminuindo. Acho que tá faltando criatividade para fazer coisas melhores. Então, eu acho legal esse lado do humor, porque é desgraça demais. As maiores audiências hoje são sobre desgraça, são os programas policiais. Até o Jornal Nacional é só desgraça. Mas é uma realidade brasileira. Então, um pouco de humor nesse jornalismo faz bem.
 
Vamos mudar um pouco de assunto.  Como você avalia o Governo Cid Gomes?
Eu gosto do Cid Gomes. Primeiro como figura humana. Eu acho ele uma criatura muito boa. Eu o encontrei pela primeira vez, quando ele era prefeito de Sobral, numa festa em Flecheiras. Eu conhecia bem o irmão dele, o Ciro, que inclusive foi comentarista no meu programa Boca do Túnel. Eu perguntei ao Cid o que ele iria fazer depois que terminasse o mandato de Prefeito. Ele me disse que ia estudar e depois iria ser governador. E foi. Olha, se não fosse tanta polêmica em cima desse rapaz... Eu acho o governo dele muito bom. Eu gosto dele. É uma pessoa simples, dirige o próprio carro, chega num restaurante, desce e vem falar com as pessoas. Eu acho o governo dele bem feito. As pessoas podem pensar que quando a gente elogia um governo, a gente tem alguma coisa envolvida, mas eu não tenho nada. Eu não preciso de governador Cid, mas eu sou a favor do Governo dele. De um a dez, eu daria um oito.
 
E o da Presidenta Dilma?
Aí é que a porca torce o rabo. Eu não acredito muito que a Dilma governe este nosso País sem o Lula. O Lula não entregaria esse governo a alguém se ele não pudesse mandar. De todos os companheiros que ele tinha no PT, ele ter escolhido ela, tinha alguma coisa. Porque falando assim bem popular, eu não acho que a Dilma vá no banheiro e não pergunte ao Lula. Ninguém entregaria uma coisa muito boa, no caso a presidência da república, um presente, a qualquer pessoa. Mas ela tem boas propostas nesse plano popular do PT. Nada contra ela. Pelo contrário. Eu respeito minha presidenta. Agora, não acredito que ela governe sem o pitaco do Lula. Opinião minha. Claro que muitos podem discordar.
 
Daqui a dez anos como você se enxerga?
Se eu tiver vivo, eu quero já ter parado. Tem muita gente nova surgindo. Pessoas boas. Um exemplo disso é o Kaio Cezar, que agora foi para a TV Verdes Mares. Um ótimo narrador, ótimo profissional, grande figura. Eu até brinco com os meninos no programa que lá só tem dinossauro, eu, o Tom Barros e o Wilton Bezerra. Mas daqui a dez anos, se vivo for, eu quero estar numa boa, quieto numa beira de praia, brincando com meus netos. Batendo papo. Vou sentir saudade. Mas já tá na hora de dar a vaga a esse povo jovem.
 
Você usa as redes sociais (Facebook), é raro hoje em dia alguém da sua idade nesse mundo. Ajuda no seu trabalho e contato com os fãs? Como você analisa essas novas mídias?
Eu vou ser sincero. Eu não sei mexer em quase nada ali. Eu só uso por causa dos meus filhos. Eu não mexo bulhufas daquilo ali. Mas eu gosto de ler e dar um pitaco. É o futuro. Essas redes sociais é o futuro da mídia. Mas eu sou um metido no Facebook. Eu não sei colocar uma foto. É como se eu fosse uma caravela e passasse um Boeing. Mas acho paidegua. Eu me divirto.
 
Longe das câmeras, como é o Sebastião Belmino?
Eu acho que sou do mesmo jeito. Quer dizer, algumas pessoas perguntam a gente mais próxima se eu sou daquele jeito mesmo da televisão e respondem que eu sou pior, mais fuleiro. Eu sou do jeito que sou. Eu sou um péssimo ator. Não tem jeito. Eu sou desse jeito mesmo.
 
Você acredita em Deus? Tem alguma religião?
Eu sou católico. Acredito muito em Deus. Se um dia você for em minha casa, você vai ver que tem um santuário lá. Algumas pessoas chegam a dizer, “mas Belmino isso não é o culto da imagem”. Não. Não é. A imagem é uma representação do que você acredita ser. Então, eu passo em frente a uma igreja e faço o sinal da cruz. O pessoal pergunta o motivo. Eu sempre respondo que quando um militar passa em frente a uma bandeira do país ele num bate continência, eu também faço a minha. Acredito muito em Jesus Cristo. Não só como homem na terra, mas como ser supremo. Agora, eu tenho contrato com a Nossa Senhora de Fátima. Uma das minhas protetoras. Dia 13, eu não vou à missa. Eu digo pra ela que é porque tem muita gente, mas dia 12 ou 14 eu vou à igreja sozinho, assisto à missa, faço minhas orações e depois meto o pé na carreira.
 
Você já foi convidado para ser filiado a algum partido ou ser candidato a algum cargo público?
Já. Inclusive hoje eu me filiei a um partido (a entrevista foi feita dia 04/10, penúltimo dia para mudanças de partido àqueles que quiseram se candidatar nas eleições do próximo ano). Me filiei ao PEN (Partido Ecológico Nacional) do Samuel Braga. Eu era filiado ao Partido do (Deputado) Ely Aguiar (PSDC). Na eleição passada, eu me “empiriquitei” me embanderei todo para ser candidato a vereador. Mandei fazer faixa para levar lá para inaugurar o comitê central da campanha. Era um domingo. Só que eu acordei de ressaca. E decidi. Não vou. Não quero mais. Vai ser um enchimento de saco. Eu não tenho paciência para isso mais não. Mandei queimar as faixas. Alguns amigos ficaram até com raiva, porque consegui dinheiro para comprar uma Kombi com sistema de som para ficar passando pelas ruas. Mas agora, o Samuel me convidou e eu me filiei para ser candidato a deputado federal ou estadual. Só não sei se até lá vou até o fim. Porque para isso eu sou muito preguiçoso.
 
Como está a saúde? Você está se cuidando?
Está tudo sobre controle. Eu tenho pressão alta. Ultimamente estou com a glicose alta, mas eu tô tomando remédio e tá controlado. Eu sou um cara que passa a semana toda em casa. Não saio. Só fumo dia de sexta-feira. Que é o dia que tomo meu whiskyzinho, minha caninha. Mas eu faço caminhada de manhã e de tarde e tá tudo bem, graças a Deus. Deus tem sido muito bom comigo.
 
 
Você torce mesmo ferroviário ou é pra não dizer que torce Ceará ou Fortaleza?
Essa pergunta... Só vindo de você, Kempes. Na realidade, eu nunca fui torcedor mesmo. Vou lhe explicar. Primeiro jogo que fui na minha vida foi do Fortaleza contra o Nacional de Manaus. Inclusive, eu tenho a súmula dessa partida lá em casa. O Alfredo Sampaio me deu de presente uma cópia. Foi 9 a 2 para o Fortaleza. Eu fui pra esse jogo com meu pai, que era Fortaleza. Mas sem ir a Estádio, porque meu pai era juiz de direito e vivia nos interiores, só depois que veio para a Capital. Fiquei por um tempo gostando do Fortaleza. Só que, veja como é besteira de criança, uma vez o Bangu veio jogar aqui e eu achei lindo os meões do Bangu e aquilo me encantou por um bom período. Pra você ver. Aí, passou o tempo, e eu me apaixonei pelo Ceará Sporting Club. Ah, o Ceará do meu goleiro Aluisio Linhares. Só que quando chegou o América de 1966 com aquele timão. Eu mudei para o América. Era torcedor do América. Mas sem grande entusiasmo. Voltou o Maguary. Fui torcer para o Maguary. De verdade, eu sempre gostei do futebol cearense. Ninguém gosta mais de ser cearense como eu. Eu dou valor, ó. E o Ferroviário veio eu já praticamente com barba na cara. Conheci uma corriola espetacular que dirigia o clube. Ruy Ceará, Caetano Paiva, o Jumbo e vários outros. Aí, comecei acompanhar e torcer pelo Ferroviário. Hoje eu torço, mas não sou entusiasmado. Com sinceridade, gosto do futebol cearense, que merecia estar num lugar melhor. Adoro o futebol daqui, acho paidegua.
 
Você fica no ar até quando?
Eu não quero dia marcado. Eu quero chegar um dia, acordar e dizer: é hoje. Mas eu não tenho planos. Mas de uma coisa é certa. Tá chegando a hora. Tem de dar a vaga pros mais jovens. O Gomes Farias é que diz né? Quando tá narrando: O tempo passou! Pois é, acho que tá na hora de ir cuidar das galinhas pé duro.
 
Mas continua no Rádio?
Eu gosto do Rádio. Adoro aquele imediatismo do Rádio. Você tá apresentando um programa e recebe um telefonema, a pessoa fala com você, diz o que tá acontecendo. Se eu parar na TV, eu acho que continuo no Rádio. Acho muito paidegua.
Pra fechar: um “bate-pronto’ pra você dizer suas preferências:
 
Carro? Maverick
Jogador de futebol? Zé Eduardo, mas meu ídolo foi o goleiro Aloísio Linhares.
Político? Juscelino Kubitschek
Ator? São tantos bons atores no Brasil. Inclusive tem muito político ator. Mas eu fico com Chico Anysio.
Atriz? Todo mundo diz Fernanda Montenegro. Mas aqui no Ceará tem tantas: Dora Barros, Carla Peixoto... Mas ator e atriz maior é o povo brasileiro que tem que viver com esse salário.
Bebida? Cachaça ou Wisky
Comida? Galinha cabidela ou carne de bode
Filme? É antigo. Filme lindíssimo. “O Hino de uma Consciência”. Nunca encontrei em fita de vídeo. E no lado do cowboy eu fico com o “Duelo de Titãs” com Kirk Douglas e Antony Quinn.
Livro? O Advogado do Diabo e Róbson Crusoé
Novela? Roque Santeiro.
Apresentador (a) de TV? A dupla Cid Moreira e Sérgio Chapelin pra mim é inigualável.
Repórter? Francisco José e Nelson Faheina

Lugar inesquecível? Fernando de Noronha
Lugar pra conhecer? O céu
segunda-feira, 7 de outubro de 2013