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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ROMÁRIO É 11! A imagem do Baixinho por onde passou!!!

Romário é 11: A imagem do Baixinho por onde passou
- Jornalistas relatam "efeito Romário" nos países em que ele atuou

Jornal australiano registra Romário jogando futvôlei, sob os olhares da esposa (Reprodução)

É fato que Romário é um ídolo indiscutível no Brasil. Vasco, Flamengo, Fluminense e a Seleção Brasileira foram as vitrines em que ele exibiu sua classe dentro de campo. Mas qual é a imagem que o Baixinho construiu nas experiências no futebol do exterior? Essa questão foi respondida por quatro jornalistas entrevistados pelo LANCENET! que relatam, neste décimo capítulo da série "Romário é 11", qual foi o legado que o atacante deixou na Holanda, Espanha, Estados Unidos e Austrália.

Thijs van Veghel, editor do site holandês "Voetbal International"
"Romário é muito famoso na Holanda e especialmente na região sul do país. Ele foi um dos grandes atacantes na História da liga holandesa. Não somente pelo número de gols, mas também pela forma com que os fazia. Quando as TVs aqui fazem uma matéria sobre ele, tem sempre um gol marcado contra o Steaua Bucareste, pela Copa dos Campeões da Europa. Foi o exemplo mais claro de brilhantismo demonstrado por Romário nos anos de PSV.


Sua forma de jogar era única, mas Romário também ficou famoso pelo que fazia fora dos gramados. Ele era frequentemente visto no centro de Eindhoven, onde aproveitou a vida, especialmente com seu antigo companheiro de time, Stan Valckx. Eles chegaram a se enfrentar nas quartas de final da Copa-94.

Romário foi uma mudança muito grande para o PSV. Nos anos 60 e 70, o PSV era bom, mas um pouco chato de se ver jogar. As estrelas da época jogavam no Ajax e Feyenoord. No meio dos anos 80, Rudd Gullit foi o primeiro astro a jogar pelo PSV. Depois dele, veio Romário. Um tipo diferente de estrela, mas era uma estrela. Infelizmente para o futebol holandês, aqueles dias acabaram".

Sergio Solé, repórter do catalão "El Mundo Deportivo"

Edição do "El Mundo Deportivo" em 1994, quando Romário voltou ao Brasil para ver o pai, liberto de um sequestro

Lembro que sua etapa no primeiro ano de Barcelona foi espetacular. Marcou gols fantásticos, prometeu que marcaria 30 gols na Liga e chegou ao alvo na última partida, quando o Barça acabou ganhando o título. Sempre teve uma relação boa com a imprensa.

Foi muito bem com a equipe no primeiro ano, sobretudo com Stoichkov e Bakero. Eles o ajudaram muito quando sequestraram seu pai no Brasil. Cruyff deixava ele sair à noite porque no campo correspondia com gols.

No segundo ano, as coisas mudaram porque chegou com atraso da Copa do Mundo dos Estados Unidos e a relação com Cruyff se enfraqueceu. Foi uma falta de compromisso que o técnico não aceitou. Ficou poucos meses a mais e foi embora em janeiro de 1995.

A lembrança da torcida é que Romário foi um dos melhores atacantes da história do Barça. Seus três gols no 5 a 0 contra o Real Madrid, em 8 de janeiro de 1994, são inesquecíveis".

Michelle Kaufman, repórter e colunista do americano "Miami Herald"
"Romário atuou em um time muito pequeno, o Miami, cujos donos eram brasileiros e jogava a Segunda Divisão. As partidas eram em um pequeno estádio, o Tropical Park, com média de 2 mil a 3 mil torcedores por jogo. Quando ele chegou, parecia que seria um grande negócio, a imprensa cobriu, fez entrevistas etc. Mas depois de alguns jogos, ele ficou bem discreto.

Baixinho foi capitão do Miami FC (Tony Lewis/Reuters)

Ele foi muito cordial com os torcedores, dava autógrafos, tirava fotos com eles etc. Fora do campo, ele era muito reservado. Nunca vi manchetes sobre ele nos clubes de South Beach ou qualquer coisa parecida com isso. É mais fácil para os jogadores de futebol terem vida particular aqui em Miami porque existem muitas estrelas de cinema, astros da NBA e NFL. Então um jogador consegue se esconder.

Creio que uma das razões que ele veio para cá é porque a filha dele tem síndrome de down e existem mais oportunidades para ela aqui no Sul da Flórida. Então ele quis tirar vantagem disso. Além disso, ele queria adicionar o máximo de gols possível para chegar ao gol mil. E provavelmente pensou que poderia marcar mais facilmente nesta liga e promover o time para os donos brasileiros que ele conhecia antes de vir para cá. Romário ficou aqui só por seis meses".

Romário nos tempos de Austrália, pelo Adelaide United (Foto: Tom Miletic/Reuters)

A presença de Romário no Adelaide foi de tirar o fôlego. Os torcedores do Adelaide e de todo o estado de South Australia ficaram loucos pela presença dele nos gramados e fora deles. Ele era muito acessível, vivia na praia de Glenelg e era um jogador muito respeitado pelos companheiros.

Tive a sorte de entrevistá-lo duas vezes – ele estava relutante em falar inglês nas entrevistas. Preferia o espanhol. Apesar de ele ter marcado apenas um gol nas quatro partidas que fez fora de casa, ele era adorado pelos fãs. Afinal, ele foi o primeiro campeão do mundo a jogar na Primeira Divisão da Australia.

A série "ROMÁRIO É 11":
> Artilheiro dos mais de mil gols na carreira
> As onze camisas de Romário em mais de duas décadas
> As grandes polêmicas de um Baixinho
> Os parceiros marcantes de Romário
> Língua afiada de um frasista renomado
> As maiores vítimas de um artilheiro
> Técnicos que marcaram a carreira
> Títulos importantes do Baixinho
> Nem só de conquistas vive o craque

Igor Siqueira e Luiz Signor
Publicada em 10/11/2011 às 11:11
Rio de Janeiro (RJ)

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