PERSONALIDADES DO ESPORTE

terça-feira, 5 de junho de 2012

ACHEI! VALDSON VIRA PÉ-QUENTE EM SERGIPE!!!

Achei! Ex-Fla, Bota e Corinthians, Váldson vira pé-quente em Sergipe
- Perto de encerrar a carreira, zagueiro acumula quatro títulos sergipanos nos últimos cinco anos. Ele foi considerado o melhor na posição em 2012

Váldson foi campeão com o Itabaiana em 2012 (Foto: João Áquila/GLOBOESPORTE.COM)

Doze anos após se projetar nacionalmente pelo Botafogo, primeiro clube grande da carreira, o zagueiro Váldson ainda desarma atacantes rivais nos gramados sergipanos. Com 37 anos, ele admite estar próximo da aposentadoria, mas demonstra bastante produtividade. Neste ano, foi considerado o melhor zagueiro do Estadual, jogando pelo campeão Itabaiana.

Desde que retornou à terra natal, o atleta ganhou a marca de pé-quente. Sem ser campeão nos clubes grandes nos quais jogou, conseguiu ganhar em Sergipe quatro títulos estaduais nos últimos cinco anos, por três camisas diferentes: Confiança (2008/2009), River Plate-SE (2011) e Itabaiana (2012). No mais recente, aproveitou para escancarar uma mágoa.

- Este título é uma resposta aos críticos que não acreditavam que eu ainda poderia render dentro de campo. Muita gente fez piada e avaliou como errada a minha contratação, mas mostrei mais uma vez em campo que ainda posso jogar um bom futebol.

Posição alterada
O zagueiro começou no futebol como volante
. Criado na base do Confiança, seu time do coração, aos 18 anos foi improvisado na zaga pelo treinador da época, Ariston Dias.

Váldson: quatro títulos sergipanos em cinco temporadas (Foto: Felipe Martins/GLOBOESPORTE.COM)- Gostei de ser zagueiro pela minha qualidade de sair jogando. Larguei a função de volante e me adaptei jogando atrás. Acabei mudando minha história no futebol por causa disso. Deu certo, e não me arrependo.

O início como profissional foi pelo mesmo Confiança. O bom rendimento em campo demonstrado no vice-campeonato estadual chamou a atenção de Lula Ribeiro, que na época comandava o Rio Branco-SP. Foi contratado. Lá, disputou o Paulistão de 1998.

Mas não ficou muito tempo no interior paulista. No mesmo ano, rumou para o Ceará junto de Lula Ribeiro. No Vozão, ganhou o bicampeonato cearense (1998/1999).

Projeção nacional
Na época, um olheiro do Botafogo foi à capital cearense observar Ronaldo Angelim
, que fazia dupla de zaga com Váldson, mas acabou se interessando pelo zagueiro sergipano e o levou para o clube da estrela solitária.

- Foi um longo tempo até a ficha cair. Saí do Nordeste para fechar contrato com um time grande. Foi um sonho que virou realidade. O sonho de todo jogador do Nordeste é ir para um time do Sul ou Sudeste.

No Botafogo, viveu a melhor fase da carreira. Apesar de não ter conquistado títulos, teve boas atuações. Ao todo, foram 84 jogos e nove gols marcados.

- Foi marcante para mim. No primeiro ano jogando em um time como o Botafogo, já fui escolhido para a Seleção do Carioca. Foi especial. Fui até cotado para a Seleção Brasileira - afirma o zagueiro.

Passagem pelo Flamengo não foi marcante (Foto: Divulgação/Flamengo)

Clubes de massa
Após rápida passagem pelo Vitória-BA em 2001, Váldson
retornou ao futebol carioca, desta vez para defender o Flamengo, onde jogou por duas temporadas. Porém, a estada na Gávea não traz boas recordações para o jogador. Além de ter chegado em uma ocasião turbulenta do time, sofreu com graves lesões.

- Foram momentos difíceis. Tive uma contusão no joelho e o time quase foi rebaixado no Brasileiro. Estes problemas acabaram impedindo que eu fosse feliz por lá. Acho que minha passagem no Rio de Janeiro foi destaque apenas no Botafogo.

Do Fla, ele partiu para os gramados internacionais. No México, em 2004, jogou pelo Querétaro, mas não gostou da experiência. Na época, ao comentar a transferência, cometeu uma gafe, dizendo que estava feliz com a realização do sonho de jogar na Europa.

- Não era um time de ponta e, além disso, atrasava o pagamento. Não tive boa adaptação lá e não vi evolução na minha carreira estando lá. Por causa disso, foi uma passagem curta.

Na volta para o Brasil, Váldson teve nova chance em um clube de massa. Ele desembarcou no Parque São Jorge para jogar pelo Corinthians. Mas, assim como na época de Flamengo, não chegou ao clube em um momento interessante. A passagem foi discreta, e Váldson teve que aprender a lidar com a forte pressão da torcida.

- A equipe não estava financeiramente bem e não fez um time competitivo. Quase que o Corinthians cai no Paulistão, até que o Tite chegou para salvar o clube.

Váldson em sua passagem pelo Corinthians (Foto: Agência/Diário de São Paulo)

Após deixar o Timão, virou um nômade da bola, passando por dez clubes em oito anos. Antes de voltar a Sergipe, jogou por Ceará, Paysandu, Fortaleza, Santa Cruz, Boa Vista e Gama.

Reencontro com o Bota
Jogando pelo River Plate-SE, em 2011, Váldson
teve um reencontro com o clube que o tornou famoso em todo o país. O time sergipano encarou o Botafogo na primeira fase da Copa do Brasil e vendeu caro a classificação para o time carioca. Váldson era o capitão da equipe e armou, no primeiro jogo, em Aracaju, um bloqueio que conseguiu neutralizar as investidas de Loco Abreu e Herrera.

No jogo de ida, no Batistão, o River venceu por 1 a 0.
No jogo de volta, no Engenhão, o Bota devolveu o placar e garantiu a classificação nas penalidades. As duas partidas marcaram o reencontro de Váldson e Joel Santana, que foi treinador do zagueiro nos tempos de Botafogo.

Váldson, pelo River, marca Loco Abreu na Copa do Brasil de 2011 (Foto: Ag. Estado)

- Joel foi um cara importante na minha carreira. Ele me ensinou muito. Eu era inexperiente, não tinha maturidade tática. Ele me mostrou a importância de seguir o que o técnico propõe.

Apesar de não ter conquistado títulos por Botafogo, Flamengo e Corinthians, Váldson se diz realizado com tudo o que viveu como jogador de futebol.

- Não dá para reclamar. Vivi intensamente todas as experiências que a bola me deu. Vesti camisas de times importantes e fui campeão em outras equipes, especialmente no meu estado. Cometi alguns erros, mas aprendi com eles. Sei que estou perto de encerrar a carreira, mas ainda me sinto feliz jogando. Enquanto tiver essa alegria e disposição para jogar, vou continuar. Acho que ainda posso fazer muito pelo futebol.

Por GLOBOESPORTE.COM
Aracaju
05/06/2012 15h27
Atualizado em 05/06/2012 16h21