PERSONALIDADES DO ESPORTE

sábado, 28 de maio de 2011

A DERROTA INESQUECÍVEL!!!

A derrota inesquecível de Joel: "Meu time era muito melhor que o do Flamengo"
- Técnico do Vasco no Carioca de 2001 se rende ao talento de Pet: "Só um jogador assim teria competência de fazer um gol naquele momento"

Joel Santana (Foto) não esconde que a derrota de 2001 o marcou - Foto: Thiago Correia / GLOBOESPORTE.COM

Joel Santana chega apressado à entrevista e com hora para sair por conta de outro compromisso. Deixa o telefone celular no silencioso, ajuda a equipe a colocar o microfone, senta-se e abusa da irreverência. As duas primeiras perguntas da conversa, num restaurante bem perto da praia da Copacabana, na Zona Sul, são dele. A resposta também.

- Vamos falar sobre o quê? Sobre Pet? Ele é meu amigo, mas não vou jogar confete para ele, não.

Se Zagallo se arrepia ao falar do dia 27 de maio de 2001, Joel
tem calafrios imunes aos 62 anos de idade, três décadas como treinador e oito títulos cariocas, além de um nacional e internacional com o Vasco. Não fosse o gol de Petkovic, seriam nove conquistas estaduais.

- Não preciso assistir. Aquele lance está aqui (aponta para a cabeça)
- disse o comandante vascaíno naquela época, ao se recusar a rever a jogada que deu o tricampeonato ao Flamengo do Velho Lobo.

Convencido pela reportagem, Joel, atualmente sem clube,
enxerga um Joel mais magro na tela do computador. Já vitorioso, dez anos mais moço, expressão sisuda à beira do gramado do Macaranã. Chateado mesmo, quase com cara de choro. Aquela falta, aqueles 43 minutos do segundo tempo, aquela derrota... nem a prancheta nervosa - como ele diz - evitaria.

- Quando o árbitro marca a falta naquele momento do jogo (assista ao vídeo ao lado), e o Flamengo com um batedor como o Pet, você não gosta de um lance de frente para a área para um jogador daquela qualidade. Só numa falta batida com aquela competência e com aquela qualidade é que poderia sair um gol. Como saiu.

Um lance marcante mesmo para quem tem tanta história para contar. Mais um dentre tantos que contrariam a lógica.

- Meu time era muito melhor que o do Flamengo. Pelo que me lembro, tinha Romário, Euller, Viola, tinha Pedrinho, tinha Jorginho. Tinha Juninho Paulista, Juninho Pernambucano. Olha só! Estava esquecendo esses dois jogadores. A nossa campanha, a nossa vantagem era muito grande - analisou Joel, cometendo equívoco apenas na escalação de Juninho Pernambucano, que já havia deixado o clube.

Depois da vitória do seu time na primeira partida da final, por 2 a 1, a derrota pelo mesmo placar levaria o título para São Januário. Pet estabeleceu o 3 a 1. A vantagem não resistiu ao talento do sérvio, algo que o treinador faz questão de ressaltar.

- Sobre Pet, Romário, Roberto (Dinamite) e muitos e muitos outros jogadores, você não fala muito porque o nome já diz que são diferenciados. Ele é top de linha. Para jogador mais ou menos é que a gente fica dando explicação.

Confira abaixo a íntegra da entrevista.

Revendo o lance, uma das imagens antes da cobrança é a sua expressão chateada pela marcação da falta. Era um momento em que dava para ter parado o jogo no meio-campo, não precisava ter deixado a bola chegar tão perto da área?


É muito fácil falar depois de vários anos, arrumar algum tipo de desculpa, algum tipo de defeito. Algumas coisas no futebol acontecem ali na hora. Eu nem achei que foi falta assim. Mas foi questão da arbitragem, e ele (o ex-árbitro Léo Feldman) deixou o lance correr. O lance seguiu com um córner que nós fizemos e não sabíamos se era córner ou falta. Quando ele marca a falta naquele momento do jogo, e o Flamengo com um batedor como o Pet, você não gosta de um lance de frente para a área para um jogador daquela qualidade. Apesar de que, minutos antes, ele tinha pedido para sair. Ele e um outro jogador, não me lembro quem foi, que estava com o joelho inchado. E o Pet com muita cãibra. Aí o preparador físico tirou o outro jogador. Ele permaneceu. Pela distância da bola e pelo goleiro que tínhamos, que é um baita de um goleiro, o Helton, que está lá no Porto agarrando muito, só numa falta batida com aquela competência e com aquela qualidade é que poderia sair um gol. Como saiu. Foi um lance de pura qualidade técnica de um jogador que resolveu um clássico. Foi um jogo atípico, porque no primeiro tempo jogamos muito bem, mas deixamos criar uma jogada que era a única que poderia sair o gol naquela altura dos acontecimentos.

Seu time era melhor que o do Flamengo?

Meu time era muito melhor que o do Flamengo. Pelo que me lembro, tinha Romário, Euller, Viola, tinha Pedrinho, tinha Jorginho. A nossa campanha, a nossa vantagem era muito grande. Realmente, se você colocasse no papel, o time do Flamengo era muito novo. O Juan (zagueiro, hoje no Roma) estava na primeira decisão, que é um jogador que eu conheço muito bem. Tem tanta qualidade que foi a duas Copas do Mundo (2006 e 2010). O Fernando estava chegando. O Julinho (Julio César, goleiro do Inter de Milão) estava começando. Olha a qualidade dos jogadores. Hoje, todos em grandes equipes, todos em Seleção Brasileira. Jogadores que estavam crescendo, que eu comecei a lançar quando estive no Flamengo. Sabia da qualidade e da competência desses jogadores. Não abrir a vantagem no primeiro tempo deu ao adversário condições de ele lutar pelo jogo até o fim.

Como foi a conversa com o time antes do jogo?

Depois do nosso primeiro tempo, entramos reclamando muito no vestiário, pela quantidade de gols que perdemos. E sabemos que em clássico você não pode perder tantos gols. E no segundo tempo foi um jogo lá e cá. Antes desse lance do gol, tivemos uma oportunidade muito mais clara e não conseguimos fazer. Era jogo de um detalhe. E em um detalhe o Pet foi lá e matou o jogo"Joel SantanaO time estava tranquilo. Nós vínhamos fazendo uma campanha de Libertadores e de Campeonato Carioca muito boa. Depois do nosso primeiro tempo, entramos reclamando muito no vestiário, pela quantidade de gols que nós perdemos. E nós sabemos que em clássico você não pode perder tantos gols. E no segundo tempo foi um jogo lá e cá, lá e cá. Antes desse lance do gol, nós tivemos uma oportunidade muito mais clara e não conseguimos fazer. Era jogo de um detalhe. E em um detalhe o Pet foi lá e matou o jogo.

O fato de o Vasco ter perdido os dois campeonatos anteriores fez o grupo entrar sob uma pressão maior?
O time era muito maduro, cara. Nosso time era frio. Fomos o clube que ganhou mais jogos seguidos na Libertadores daquele ano. Foram oito jogos seguidos. O time era maduro, plantado, postado. Time que sabia o que queria em campo, tinha maneira de jogar, nossas mexidas eram certas. Infelizmente no futebol o resultado final é o que conta. Era um time muito bom. Talvez um dos melhores times em termos de jogadores que eu trabalhei. Era muito compacto. Mas naquele jogo o Flamengo foi mais feliz.

O gol aconteceu aos 43 minutos do segundo tempo. O Vasco já comemorava. Você lembra da imagem do Eurico Miranda (ex-presidente), à beira do campo, fumando charuto?

Não me lembro, não olhei para trás. Só olhei para trás no momento da falta, que eu vi até um profissional que hoje está no Flamengo, que é o professor Isaías (Tinoco, gerente de futebol rubro-negro). Olhei para ele como se dissesse “esse não era o momento de fazer uma falta daquelas". Porque sabíamos da competência, da qualidade que eles tinham.

Faltou um pouco de malandragem?

Joel diz que os vascaínos poderiam ter atrapalhado Pet (Foto: Thiago Correia / GLOBOESPORTE.COM)

Faltou um pouco de experiência, não é nem malandragem
. Você agride a bola (os jogadores que estão na barreira costumam avançar). Mas isso você aprende no júnior, no juvenil. Quando chega ao profissional, não precisa nem avisar uma coisa como essa. É uma coisa normal. O árbitro contou a distância da falta, os 9,15 m da barreira, e ninguém tentou cortar um pouquinho o pensamento do jogador. Se um tenta agredir a bola, aí o árbitro vai mandar voltar. Depois um outro agride, ele vai dar cartão, mas que se dane! Se agride o time todo, ele não ia mandar repetir. Mas isso é futebol. Você ganha, empata ou perde. Você tem de saber ganhar, como já ganhei muitos títulos, e tem de saber perder. Perdemos porque faltou um detalhe no fim do jogo. Detalhe que nesse tipo de jogo não pode deixar faltar. E se faltar você vai perder de novo.

Houve alguma conversa no vestiário depois da derrota?

Não dá para falar, não tem conversa. É título, principalmente de um campeonato que nós corremos tão na frente. Nós viemos na frente o campeonato todo. Ali, no final, tivemos algumas situações de lesão. Na realidade, nós tivemos uma sequência de jogos em 15, 20 dias, muito dura. E nós perdemos duas competições, a Libertadores e o Campeonato Carioca. A Libertadores porque jogamos duas vezes contra o Boca (Juniors, da Argentina) e duas vezes contra o Flamengo. Nosso desgaste foi muito grande. Até ali, antes de chegarmos às decisões, a equipe estava muito boa. Mas nós perdemos o nosso principal jogador, que era o Romário. Ele teve uma contratura na perna num jogo que nós fizemos no Chile, pela Libertadores. E essa perda foi sentida porque ele era o artilheiro, era o finalizador, era o ídolo. E era como se fosse um coringa. Você não pode perder um coringa num jogo final. Mas é futebol. É assim. Já ganhei título aos 43 e perdi esse com gol aos 43 também. Futebol você ri e chora ao mesmo tempo. Mas só quem chega em tantas finais como eu cheguei tem condições de contar um jogo como esse, onde o Vasco tinha uma equipe muito boa e o Flamengo tinha uma equipe se reformulando muito boa também.

Lembra do jogo com frequência?

É mais um dos jogos que passam pela minha cabeça das decisões. É um dos jogos que vão fazer parte do meu livro também. Não vai ser só de vitórias, de oito cariocas conquistados. Este seria o nono. Com esse título, eu estaria como o líder absoluto de títulos nesse estado. Mas foi legal, foi um campeonato muito bacana.

Nós entrevistamos o Fabiano Eller, que foi quem cometeu a falta, e ele disse que consegue olhar para o gol e ver só um belíssimo lance. Você consegue ver essa beleza também?

O gol foi muito bem feito. Você vê nas imagens que a bola praticamente sai da direção do gol, pega um efeito e volta para dentro do gol. O Helton consegue ir nela, consegue esbarrar a ponta dos dedos na bola. Mas é uma precisão muito grande. É uma em cem que você acerta. E ele acertou. Só uma qualidade de um jogador como o Pet, Juninho Paulista, Juninho Pernambucano. Opa! Esqueci desses dois jogadores. Olha só. Olha o nosso time, que time que era. Só um jogador assim teria competência de fazer um gol naquele momento. O cara tem que ter a precisão, é um tiro só, matar ou morrer. Ele matou e a gente morreu.

Aquela derrota encurtou sua passagem no Vasco naquele momento?

A derrota vai mostrar onde errou para melhorar. Seria mais um título dentro da minha carreira. Depois daquilo, conquistei outros em função daquele jogo. Aquele jogo marcou como qualquer outro marcaria. Temos de aprender que na vida a gente não vence tudo"Não sei. Um título é um título. Você não ganha todo dia. Você não bota sua fotografia dentro do estádio todos os dias. Só com título. Equipes se renovam a todo momento. Esse título estaria gravado lá nos murais do Vasco como todos os títulos que eu ganhei lá. Mercosul, Campeonato Brasileiro, Campeonato Carioca, campeonato invicto, Copa de Ouro.

O que você pode falar do Pet?

Um craque que nem precisa falar muito. Craque a gente não fala muito, sabe da competência do jogador. Jogador que não é bom a gente fica falando muito. Pet, Romário, Roberto (Dinamite) e muitos e muitos outros jogadores você não fala muito porque o nome já diz que ele é diferenciado. Ele é top de linha. Jogador mais ou menos a gente fica dando explicação.

Já conversou com ele sobre o gol?

Rapaz, encontrei com o Pet há três meses, dois meses, na casa de um amigo. Mas nós não falamos sobre isso não, cara. Falei com o árbitro do jogo uma vez, falei que não foi falta e perguntei o que o levou a deixar o lance correr e depois voltar a jogada. Ele falou que o Vasco, naquela oportunidade, parecia um time de anjo. Realmente aparece na imagem que a defesa não agrediu a bola. Se ela agride, o árbitro não mandaria voltar. Estava muito em cima para terminar o jogo. O time ficou muito correto, obedeceu muito a regra do jogo. Ali, claro que tem de obedecer, você tinha de ser desobediente. Jamais aconteceria esse lance com um time espanhol ou com um time italiano. Eles agrediriam a bola para mais de cinco metros para tirar a visão do batedor.

Vitórias definem a história de uma pessoa, mas as derrotas marcam de uma maneira importante. Nesses dez anos, acha que algo teria sido diferente na sua vida?

Às vezes, você aprende mais na derrota do que na vitória. Futebol é um jogo como outro qualquer. Tem que saber jogar o jogo. Às vezes, a vitória deixa você de tal maneira que não se preocupa com o futuro. A derrota vai mostrar onde errou para melhorar. Seria mais um título dentro da minha carreira. Depois daquilo, conquistei outros em função daquele jogo. Aquele jogo marcou como qualquer outro marcaria. Temos de aprender que na vida a gente não vence tudo. Claro que ninguém gosta de perder, também não gosto, principalmente num clássico. Como já passei pelos quatro clubes e já decidi por todos os clubes contra todo mundo. Olha só! Foi normal. Os oito títulos que ganhei não tenho preferência, ficaram gravados na minha vida como ficou esse que nós perdemos.

O treinador diz que a derrota trouxe muitos ensinamentos (Foto: Thiago Correia / GLOBOESPORTE.COM)Você tem saudade daquela época?

Tantas coisas se passaram na minha vida. Estou lembrando até de fatos que não lembrava mais. Quando foi aquilo?

Foi em 2001. Nem me lembro para onde fui em 2002, 2003. Eu sou um andarilho, sou um cigano, aí já passei por diversas equipes, já voltei no Vasco, já fui no Flamengo, já voltei no Fluminense, já fui no Botafogo, é muito difícil ficar lembrando de dez anos atrás. Tenho de parar e começar a narrar, ir lembrando o que aconteceu. Realmente foi um jogo diferenciado e talvez jamais eu esqueça.

Quando o time do Vasco foi dar a saída de bola, dá para ver que você não conseguiu falar nada para os jogadores. Tentou?

Não dá para falar nada. Acho que uns dois se jogaram no chão porque ninguém esperava tomar um gol naquele momento. Como vai falar mais alguma coisa faltando um minuto? Não tem condição.

Lembra de ter olhado para as arquibancadas do Maracanã? Lembra da reação das torcidas?

Tem coisas na vida que você não vê mais nada, não escuta mais nada. Fica quieto. Mesma coisa quando é campeão. Bate aquele lance na sua cabeça. Na maioria dos títulos fui para o vestiário. A ficha só vai cair no outro dia. A mesma coisa num jogo como aquele. A ficha não cai. Até cair demora um tempo. Mas não é por isso que o mundo acabou.

E quando caiu a ficha?

Não sei te explicar. Em dez anos muitas coisas aconteceram na minha vida. Vai ver que ela caiu e eu até esqueci. Foi embora, já era. A vida continua, cara. Não tenho de murmurar coisas que perdi. Temos de lembrar coisas que fazem bem. Você foi um grande infeliz fazendo essa matéria (risos). Você não se deu bem, cara. Você vai cortar isso daí, sei que você vai cortar (risos). Mas essa é a parte boa da matéria. Tinha tanta coisa para falar sobre mim. A ficha já era, já foi, acabou. Gosto de lembrar de coisa boa. Todo mundo se lembra de festa, ninguém se lembra de morte. Eu sou assim. Coisa ruim eu passo a borracha, deleto. Coisa boa eu lembro todo dia. Se você fosse falar dos meus títulos, eu ficaria com você dois dias. Mas você é alemão (gargalhadas). Mas a matéria foi legal, está tudo certo. Vamos que vamos. Não é por isso que você vai ser meu inimigo. Toca aqui!

Por Richard Souza e Thiago Correia
Rio de Janeiro

sábado, 21 de maio de 2011

ENTREVISTA COM "JURANDI JÚNIOR"!!!

JURANDI JÚNIOR (Superintendente de Futebol do Leão)

Formado em ciências contábeis pela UNIFOR, José Jurandi Junior (39 anos), iniciou sua carreira no Futebol Profissional, em 1996, na equipe do Uniclinic, após um convite do Presidente Vanor Cruz, prontamente atendido pelo mesmo. Atuou por cerca de 17 anos no Futsal cearense, nas equipes do Ideal Club, Diários, BNB, Seleção Cearense e outras. Atualmente exerce a função de Superintendente de Futebol do Fortaleza E.C, em que trabalhou de 1998 a 2004.

CONFIRA A ENTREVISTA

Em suas passagens, pelos clubes do futebol cearense, Jurandi Junior
conquistou títulos importantes como: Campeão Cearense pelo Fortaleza em 2000/2001/2003/2004; Vice-campeão Brasileiro da Série "B" pelo Fortaleza e conseqüentemente o acesso à Série "A"; Campeão Cearense pelo Ceará em 2006; Acesso à Série "A" em 2009, pelo Ceará, após 19 anos sem disputar o campeonato brasileiro da primeira divisão.

Em conversa com o Artilheiro.com.br, Jurandi relatou vários assuntos da sua vida profissional.

Confira a entrevista:

Artilheiro - Como despertou em você o desejo em trabalhar no futebol e quem o convidou?

- Jurandi Júnior – Era treinador amador do Uniclinic e em uma conversa com o presidente Vanor Cruz o mesmo me convidou para assumir a gerência de futebol do clube. Prontamente aceitei e em 1996 iniciei os trabalhos sendo presenteado pelo acesso do time à primeira divisão do campeonato cearense.

Artilheiro - Como você chegou ao Fortaleza e quem lhe convidou para trabalhar naquela agremiação?
- Jurandi Júnior – Em 1998 o então presidente Leonel Alencar assumiu o clube e me fez o convite para assumir a gerência de futebol lembrando que o time não conquistava um título há 05 anos e estava na terceira divisão do futebol brasileiro.

Artilheiro - Quais os principais problemas, dificuldades enfrentadas naquela fase ruim do Fortaleza quando você chegou?
- Jurandi Júnior – O clube se encontrava numa situação complicada, sem credibilidade, sem uma estrutura adequada para o trabalho e com questões internas totalmente desfavoráveis. Foi muito difícil aquela fase, porém, com muito trabalho conseguimos mudar as coisas.

Artilheiro - Você acredita que com a sua chegada ao Fortaleza, naquele momento difícil, possibilitou uma melhoria nas condições para que o clube saísse daquela situação?
- Jurandi Júnior – Na verdade foi um conjunto de coisas. O presidente Leonel Alencar soube aglutinar todas as alas existentes no clube, juntamente com todo grupo diretivo conseguiram iniciar uma reestruturação no clube. Ressalto também que na época existia um grupo forte que garantiu uma sustentação ao Fortaleza, composto por Ribamar Bezerra, Paulo Magalhães e João Quevedo. Lógico que também dei minha contribuição para que tudo corresse bem.

Artilheiro - Como você conseguiu toda essa abertura, contatos pelo futebol brasileiro, em outros clubes por aí afora, como você conquistou tudo isso?
- Jurandi Júnior – Tudo isso foi pelo fato de ter trabalhado nos dois maiores clubes do futebol cearense, buscando sempre conquistar a confiança dos profissionais do futebol brasileiro.

Artilheiro - Fale um pouco como você vê o momento do futebol cearense e brasileiro?
- Jurandi Júnior – Em relação ao futebol cearense observo que mesmo com todas as dificuldades continua crescendo, pelo fato também de termos no comando, das três maiores equipes do nosso futebol, pessoas sérias com visão futurística buscando defender suas instituições e procurando o crescimento em um todo. No cenário brasileiro vejo ainda uma desigualdade muito grande, prevalecendo muitas vezes à lei do mais forte.

Artilheiro - Você esteve há pouco tempo no futebol paulista. Porque você decidiu retornar ao futebol cearense e quem lhe convidou?
- Jurandi Júnior – Passei 80 dias no Botafogo-SP, dias de muito trabalho, que encontrei por lá. Aquela agremiação enfrenta muitas dificuldades, porém, em pouco tempo conseguimos implantar uma filosofia nova no futebol profissional, buscando valorizar o patrimônio do clube. Conseguimos agregar todos, presidente, diretoria, conselheiros e ai a coisa começou a fluir. Reformamos a recepção do estádio, criamos a academia do clube, sala de imprensa, departamento de futebol e departamento médico. O mais importante foi sem dúvidas a experiência adquirida fora do estado do Ceará e podermos plantar uma semente para colher no futuro. Meu retorno ao Fortaleza nasceu de um convite do então presidente Paulo Artur e do diretor de futebol Rochinha. Decidi voltar e apostar na força da torcida e do clube, além da saudade de meus familiares.

Artilheiro - Será que pode citar quais os clubes que você tem contatos, no cenário brasileiro, e os grandes amigos que fez no futebol?
- Jurandi Júnior – Realmente fiz muitos amigos no mundo do futebol e posso citar alguns que me vem à mente nesse momento: Mário Silvio, gerente de futebol do Vitória-BA; Gil, supervisor do Treze-PB; Felipe Ximenes, gerente de futebol do Coritiba-PR; Damiane, gerente de futebol do Atlético-PR; Anderson Barros, gerente de futebol do Botafogo-SP, dentre outros.

Artilheiro - Seu principal objetivo no momento dentro da sua função?
- Jurandi Júnior – Quero lembrar a princípio da importância de uma instituição e aqueles que abdicam família, negócios, amigos, enfim, em detrimento a uma paixão. Acredito ‘que a bola não entre por acaso’, somente colocando a instituição acima de tudo e todos. Deve-se buscar uma interação entre dirigentes, funcionários, atletas, comissão técnica, imprensa, torcida, etc. assim diminuiremos as dificuldades no futebol. Mais uma vez espero ser agraciado por Deus, com mais um acesso, pelo clube que me projetou no futebol.

Artilheiro – Sua perspectiva para esse ano no futebol e na sua profissão?
- Jurandi Júnior – Sei da responsabilidade que temos como profissional, mais tenho a convicção que o trabalho do presidente Osmar Baquit, com o apoio de todos, no final do ano de 2011, seremos reconhecido e conquistaremos nossos objetivos.

Artilheiro – Uma mensagem para todos os que militam no futebol, para as crianças e jovens que buscam um espaço no mundo futebolístico!
- Jurandi Júnior – Que todos tenham convicção e seus próprios conceitos. Procurem sempre ser justos, buscando a falar e viver a verdade. Que essa juventude acredite no futebol sabendo que tudo é possível. “A bola não entra por acaso”.

Everaldo Baima
19/05/2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

O CHANCELER "EDSON QUEIROZ"!!!

EDSON QUEIROZ edificou no Estado um conglomerado de empresas

Ainda nos anos 70, o empresário consolidou um antigo projeto: a criação de uma entidade que desse uma contribuição educacional ao Estado - estava lançada a semente da Fundação Edson Queiroz. Em 17 de abril de 1971, o Conselho Curador da Fundação anuncia o projeto de construção da Universidade de Fortaleza (Unifor)

Vinte anos se passaram desde o trágico acidente aéreo, que culminou com a morte precoce do chanceler Edson Queiroz. Seu imensurável legado, no entanto, permanece vivo, sólido. Nesta data, o “Diário do Nordeste” relembra a memória do grande empreendedor cearense, um homem à frente de seu tempo. Empresário de sucesso, o grupo, que hoje leva seu nome, administra 15 empresas, além da Fundação Edson Queiroz, empregando cerca de 14 mil funcionários em todo o País - um patrimônio admirável, que contribuiu significativamente para o engrandecimento econômico do Estado.

Ano é 1982. Preci-samente, 8 de junho, uma data triste, lamentável, inesquecível. De madrugada, o boeing 727 da Vasp de prefixo PP-SRK, que sobrevoava o interior do Estado prestes a completar o trajeto São Paulo-Fortaleza, chocou-se na Serra da Aratanha, provocando a morte imediata dos 135 passageiros a bordo, no pior acidente da história da aviação brasileira até então.

Entre as vítimas do acidente, constava o nome do chanceler Edson Queiroz, empreendedor de talento, personalidade de grande carisma e um dos mais ilustres brasileiros do século XX. Com intensa repercussão na mídia nacional, o infortúnio provocou comoção e pesar em todo o Estado.

Um homem à frente do seu tempo. Assim pode ser resumida a trajetória de Edson Queiroz, empresário cujo ímpeto empreendedor incansável foi sempre pontuado por grandes feitos. Fundou um conglomerado de empresas que deram ao Ceará uma nova configuração econômica, através da geração de milhares de empregos. Teve uma vida curta, mas deixou um legado de valor imensurável.

O talento para as finanças tem origem congênita: nascido em Cascavel, em 12 de abril de 1925, o pequeno Edson herdou do pai, Genésio Queiroz, a habilidade e a inteligência para os negócios. Habilidade revelada ainda na infância, aos oitos anos, quando o garoto decide improvisar o seu próprio comércio: monta uma banca, onde comercializa alfinetes, agulhas, fivelas e broches.

Poucas pessoas sabem, mas o empresário quase enveredou pela carreira religiosa na juventude. Ao concluir o primário, a mãe, dona Cordélia, solicitou a sua transferência para o Seminário Arquidiocesano da Prainha. Percebendo que o jovem não era vocacionado ao sacerdócio, o reitor da instituição intervém de forma contrária. Aos 15 anos, o adolescente segue para o Liceu do Ceará, colégio de referência na época, onde conclui o Ginásio.

O pai, então proprietário de um armazém de estivas na Rua Conde d'Eu, percebendo o interesse do filho pelos negócios, o nomeia gerente de sua empresa. Esbanjando competência e eficiência, em dois anos o jovem se torna sócio da Genésio Queiroz & Cia. Aos 20 anos e numa condição financeira excepcional para a sua idade, o promissor empresário conhece, em fevereiro de 1945, dona Yolanda Pontes Vidal. Em setembro do mesmo ano, os dois se casariam na Igreja do Carmo - o casal teve seis filhos.

Seu primeiro negócio independente e estável data de 1949. Erguido ao lado da Praça do Ferreira, o “Abrigo Central” se tornou um marco na história de Fortaleza: durante anos, o lugar foi um importante centro comercial, precursor dos modernos shopping centers, e um badalado ponto de encontro dos moradores e artistas da Capital. Na década seguinte, o visionário empreendedor decide trilhar novos caminhos. Funda em 1951, a Norte Gás Butano (hoje, com a denominação de Nacional Gás Butano) e, oito anos depois, inaugura em Fortaleza o Terminal Ernesto Igel, o primeiro terminal oceânico do Nordeste.

Ainda nesta década, direciona seus investimentos para um setor em ampla expansão, as comunicações, ao adquirir o controle acionário da Rádio Verdes Mares. Sob a conduta precisa do empresário, a pequena estação atinge grande popularidade. Os anos 60 presenciaram ainda a concretização de novos projetos idealizados por Edson Queiroz. Em 1963, funda a Tecnorte e a Esmaltec, gigantes cearenses da metalurgia. Dois anos depois, o empresário refaz o percurso à sua cidade natal ao inaugurar a Cascavel Castanha de Caju (Cascaju), indústria de grande porte que contribuiu sensivelmente para revigorar a economia do município.

Em 1970, Edson abraça novos sonhos e projetos com a instalação da TV Verdes Mares. A agilidade do empreendimento surpreendeu os cearenses, admirados com a rápida construção e elevação da torre transmissora. Após funcionar em caráter experimental, a emissora é oficialmente inaugurada. “Levamos ao ar, com esta emissora de televisão, o desejo ardente de projetar ainda mais o Ceará e o Nordeste”, disse no discurso inaugural.

Ainda nos anos 70, o empresário consolidou um antigo projeto: a criação de uma entidade que desse uma contribuição educacional ao Estado - estava lançada a semente da Fundação Edson Queiroz. Em 17 de abril de 1971, o Conselho Curador da Fundação anuncia o projeto de construção da Universidade de Fortaleza (Unifor). Seis meses depois, é assentada a pedra monumental do Campus, e, em março de 1973, as primeiras turmas assistem à aula inaugural, proferida pelo então ministro da Economia, Jarbas Passarinho. Edson, por sua vez, foi alçado à condição de chanceler da Unifor.

A década seguinte presenciou o último grande investimento do empresário: a implantação do jornal “Diário do Nordeste”, cuja primeira edição circula em 19 de dezembro de 1981. Implantado com tecnologia moderna, o jornal rapidamente se tornou o periódico de maior circulação no Estado e referência na região.

“Durante os 37 anos que compartilhamos, Edson jamais se deixou abater. Foi uma vida de dedicação e entusiasmo. Amou o Nordeste, o Ceará e o Brasil, assim como seus filhos e amigos. Infelizmente sua vida foi curta para a medida de seus projetos, mas foi sempre generosa em ações”, ressaltou dona Yolanda Queiroz, no prefácio do livro “Edson Queiroz - Um Homem e seu Tempo”.

Passados 20 anos da tragédia que findou de forma precoce a trajetória de Edson Queiroz, o Ceará continua a colher os frutos de seu memorável legado e a lhe render homenagens. O exemplo de dignidade concedido pelo notável empreendedor é melhor assimilado em sua célebre frase que ilustra todos os dias a página de opinião do Diário do Nordeste: “Se algum dia vocês forem surpreendidos pela injustiça ou pela ingratidão, não deixem de crer na vida, de engrandecê-la pela decência, de construí-la pelo trabalho”.

© COPYRIGHT 1998 Diário do Nordeste.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

STOICHKOV, O BÚLGARO ESTÁ EM FORTALEZA!!!

Entrevista exclusiva com Stoichkov
Por: Bruno Balacó


Hristo Stoichkov está em Fortaleza chefiando a delegação búlgara no Mundial de Futebol Escolar. Foto: Rafael Cavalcante/ O POVO

Um dos maiores gênios do futebol está em Fortaleza. Hristo Stoichkov, líder da geração que levou a Bulgária ao 4º lugar na Copa do Mundo de 1994
, chefia a delegação de seu país no Mundial de Futebol Escolar, disputado desde o último dia 10 na Capital.

Essa semana, o ex-jogador recebeu O POVO para um bate-papo. Na conversa, muito futebol: falou dos bons tempos no Barcelona, na seleção búlgara, a parceria com Romário e seleção brasileira.

Entre as revelações, uma chamou atenção: Stoichkov disse que nunca ouviu falar de Neymar, maior astro do futebol brasileiro da atualidade.

Confira a entrevista na íntegra

Como está sua vida hoje?

- Está bem tranquila. Nunca perdi a alegria, a responsabilidade e a vontade de ajudar as pessoas. Estou como treinador do Mamelodi Sundowns, time da África do Sul. Sempre viajando para Espanha e Bulgária, onde tenho escolinhas de futebol. Hoje posso dizer que tenho tempo para dar atenção a todos.

És o chefe de delegação da Bulgária no Campeonato Mundial de Futebol Escolar. Como avalia esse grupo que trouxe para Fortaleza?
- Acho que é uma oportunidade única para eles. Temos alguns jovens talentos. Ficamos muitos anos sem trabalhar a base nos colégios. Agora estamos nos reestruturando.

Stoichkov (Foto) foi um dos dois artilheiros da Copa do Mundo de 1994, com seis gols.

E a Bulgária da Copa do Mundo de 1994? Que time era aquele, hein?
- Certamente será único. Credito o sucesso que tivemos a união de vários jogadores importantes. Tínhamos muito respeito uns com os outros, amizade e bom comportamento. Cada jogador sabia sua responsabilidade. São tempos que não voltam, em que a Bulgária viveu o apogeu de seu futebol.

O que aconteceu depois de 1994? A Bulgária não foi mais a mesma em Copas do Mundo?
- No futebol quando não se trabalha base as coisas não funcionam. Por muito tempo não se trabalhou o futebol de base na Bulgária como se deveria, sobretudo nos colégios. E isso faz a diferença no futebol. As próximas gerações ficam comprometidas.

Você jogou e morou por muito tempo em Barcelona. Ainda continua próximo do clube?
- Vou a muitos jogos do Barcelona. Algumas partidas acompanho o clube. Afinal, faço parte da história do clube. Colocamos a primeira pedra para o Barcelona crescer e chegar ao que é hoje.

O que acha de Lionel Messi?
- Messi é espetacular.
Sem dúvida o melhor jogador de futebol do mundo. Não só pelos gols. Ele demonstra ser grande pela humildade.

Stoichkov e Romário (Foto) formaram dupla de ataque por muito tempo no Barcelona. Desde 93 são grandes amigos.

Você jogou com muitos jogadores brasileiros. Qual te chamou mais atenção?
Romário. Romário é o maior jogador da história
. É um jogador que tenho um carinho muito grande. Somos amigos íntimos. Para mim, existe um Brasil antes e depois do Romário. O Brasil tem Pelé, Zico, Sócrates, Mauro Silva, Dunga, Taffarel, Raí, Muller, mas tenho que dizer que Romário é o número 1.

E o Ronaldo, o fenômeno?

- É um grande jogador. Nada mais.

E Neymar?
- Não conheço. Nunca ouvi falar.

É a primeira vez que está aqui em Fortaleza?
- Sim.
Já vim muitas vezes aqui no Brasil, mas para o Rio de Janeiro, Brasília, Belém e outras cidades do país. Achei uma cidade bonita. Gostei da praia.

Ainda é bem reconhecido por onde passa?
- Sim.
Creio que é um reconhecimento grande porque joguei oito anos em Barcelona e doze anos na seleção da Bulgária. Joguei na Itália, Japão, Estados Unidos e Arábia Saudita. As pessoas te conhecem porque formamos um verdadeiro Dream Team no Barcelona.

Certa vez disse numa entrevista que existem dois Cristos no mundo e você era um deles (em búlgaro Hristo significa Cristo?

- É isso mesmo. O que posso fazer. O meu nome está na história. Nada pode mudar isso. Meu nome é conhecido em todo mundo. Seja por bem ou por mal.

E a amizade que tem com Romário?
- Somos amigos íntimos. Irmãos mesmo
. Formei uma dupla temível com o Romário no Barcelona. Sou amigo dele desde 93. Quando ele vai para a Espanha fica na minha casa. Quando venho pra cá fico na casa dele. Sempre conversamos por telefone, falamos sobre como vai a família e os amigos. Foi o dia mais feliz da minha vida quando ele chegou disse que foi o melhor jogador do mundo graças a mim, que o ajudei, nos tempos de Barcelona.

A entrevista para O POVO foi realizada no Marina Park e todo o bate-papo foi em Espanhol, idioma que o ex-jogador domina bem. Foto: Rafael Cavalcante/ O POVO

E a perna esquerda que o consagrou, como está?
- Está bem. Às vezes jogo, mas não tanto como antes, mas jogo.

Esteve na África do Sul também como comentarista?
- Estive comentando futebol para a Televisa – rede de televisão mexicana. Agora o próximo passo é ir também à Copa América, este ano, na Argentina, com mesma equipe do Mundial. Vai ser interessante. Conhecerei muita gente na Argentina. Assim ficarei perto de meu amigo Maradona.

Como avalia a seleção brasileira de futebol hoje?

- Acredito que o Brasil tinha um bom treinador para ser campeão na Copa, que era o Dunga. Poucas vezes uma seleção vai encontrar um treinador como ele. Ele tinha uma equipe organizada. No futebol nem sempre se pode ganhar. Em 98, o Brasil tinha um time espetacular e perdeu por 3 a 0 para a França. Creio que o Brasil terá uma grande desafio agora com a Copa do Mundo, daqui a três anos. Jogar uma Copa do Mundo em casa, com muita pressão. Não será fácil.

E o Mano Menezes?
- Não o conheço.

Por: Bruno Balacó
O POVO

quinta-feira, 7 de abril de 2011

FALCÃO O MELHOR DO MUNDO!!!

Aos 33 anos e mais maduro, Falcão garante: "Eu estou cada vez melhor"
- Craque vive a expectativa de marcar seu gol de número 300 pela Seleção neste fim de semana. Ele terá duas chances nos confrontos contra o Uruguai

Astro das quadras, Falcão (Foto) comemora um gol pela Seleção Brasileira de futsal

Melhor jogador de futsal do mundo, o ala Falcão vive um momento especial na carreira. Aos 33 anos,
o craque está a apenas um gol do de número 300 pela Seleção Brasileira e é o principal nome da equipe do Santos, que lidera a Liga Futsal 2011 com folga.

Neste fim de semana, o jogador será a maior atração do Brasil nos dois jogos do Desafio Internacional contra o Uruguai, em São Carlos (SP). O SporTV transmite a primeira partida neste sábado, às 15h, e a TV Globo exibe a segunda no domingo, dentro do Esporte Espetacular.

Antes de enfrentar os rivais sul-americanos, o astro conversou por telefone com o GLOBOESPORTE.COM e destacou o seu amadurecimento. Ele relembrou a carreira, falou sobre a habilidade com a bola, elogiou os "Meninos da Vila" e disse que tem deixado os dribles de lado para se tornar um jogador ainda mais eficiente em quadra.

- Eu estou cada vez melhor. Procuro dizer que estou menos brilhante e mais certeiro. Antes, os dribles aconteciam em maior número. Hoje, driblo menos, apareço um pouco menos para a torcida, mas sou mais eficiente - contou.

Confira a entrevista completa com o astro:

GLOBOESPORTE.COM: Qual é a sua expectativa para seu primeiro jogo com a Seleção este ano?
- Falcão:
Em primeiro lugar, a saudade que estou sentindo em jogar com a camisa da Seleção Brasileira. Além disso, será minha primeira partida pelo Brasil como jogador do Santos. É um momento especial que estou vivendo no Peixe e tentando buscar o meu gol de número 300 com a amarelinha.

Ansioso por alcançar esta marca de 300 gols pelo Brasil?
- Eu sempre digo que números não se discutem. Sou o maior artilheiro da Seleção de futsal, e ter a chance de alcançar esta marca vai ser muito importante. Teremos dois jogos contra o Uruguai, e espero deixar minha marca no esporte. Tem tudo para ser um fim de semana muito especial.

Como você viu a derrota do Brasil para a Espanha na decisão do último Grand Prix de Futsal? Vocês estão pensando em dar o troco no Mundial de 2012?
- Aprende-se muito mais com a derrota do que com a vitória. No torneio, nosso time teve desfalques, e alguns jogadores estavam com problemas. Sem falar que alguns jogadores tiveram falhas individuais naquela partida. Foi um dia atípico. Não que a Espanha não possa nos vencer, mas não jogamos bem mesmo. Estávamos sem perder há vários jogos, e talvez essa derrota tenha vindo no momento certo. Para ser campeão do mundo novamente, teremos que passar por eles, e existe uma igualdade muito grande. São jogos com placares apertados, e será sempre um clássico de muita rivalidade.

Qual a sua opinião sobre o atual momento da Seleção Brasileira, com algumas caras novas?
- É um processo normal após a conquista de um título mundial como o de 2008. O Sorato (técnico da Seleção) sabe quais são os atletas em que ele pode confiar, e nisso estão incluídos os mais antigos, como eu, Lenísio e outros. Os novos precisam pedir passagem. Ainda é um ano de afirmação para Murilo, Gadeia e Pixote, por exemplo. Torço para que eles façam pelo Brasil o que estão fazendo em seus clubes. Espero que eles tenham sucesso, pois o Brasil depende muito dessa renovação.

O que mudou do Falcão de antes para o de agora, aos 33 anos?
- Eu estou cada vez melhor. Procuro dizer que estou menos brilhante e mais certeiro. Antes, os dribles aconteciam em maior número. Hoje, eu driblo menos e apareço um pouco menos para a torcida, mas acabo sendo mais eficiente. Pela idade e números, com gols e títulos importantes que tenho, o tempo mostra que estou melhorando. O atleta tem um prazo de validade, mas me sinto animado, por enquanto. Sinto que posso defender o Brasil pelo menos até o ano que vem e fechar minha história na Seleção com mais um título mundial.

Qual é seu o momento mais marcante com a camisa verde-amarela?
- A minha primeira decisão pela Seleção Brasileira em Cingapura. Nosso time sofreu várias expulsões na semifinal, e fomos com apenas sete atletas para a final. Mesmo assim, marquei três gols na Itália. E em 2008, a geração que ganhou o Mundial no Brasil foi especial demais, tanto pela repercussão quanto pelo trabalho de todos os envolvidos naquela conquista histórica.

Falcão e Paulo Henrique Ganso (Foto) posam juntos no treino do Santos

Como está a sua vida em Santos? Já se adaptou ao clube e a cidade?

- Melhor, impossível. Estou feliz demais com o projeto do clube e a aceitação do público, que vem lotando a nossa arena a cada partida. Vemos nas cadeiras os atletas do Santos, como Neymar, Ganso e Elano, o presidente também, e está sendo um casamento perfeito. Se vamos ganhar, ninguém sabe, mas estou contente. Fiquei oito anos atuando no sul do país, mas sou de São Paulo e estou perto de casa e da família. Eu renasci como atleta, e isso me fez melhorar.

O Peixe está liderando a Liga Futsal. É o favorito ao título deste ano?
- Nós somos um dos favoritos ao título, sim. Nossa equipe foi feita para vencer, mas Corinthians, Carlos Barbosa e Marechel Rondon são fortes e também vão dar trabalho. Estamos entre os cinco ou seis favoritos para ficar com o título. Porém, ainda é cedo para falar nisso.

O Santos tem cinco jogadores convocados para esse desafio com o Uruguai (Falcão, Valdin, Pixote, Neto e Jé). Como você observa isso?
- Reflexo do que fazemos dentro de quadra. Não perdemos nenhum jogo no ano, e a responsabilidade aumenta. São cinco convocados, e esperamos que da próxima vez tenha mais atletas ainda. Parabéns aos jogadores, e que briguem pelas vagas na Seleção, pois não será fácil se manter no grupo.

Como é ser reverenciado por jogadores como Neymar e Ganso? Você viu o Neymar boquiaberto?
- O Ganso e o Neymar são as referências do Brasil hoje no futebol. O projeto do Santos nos dá proximidade com esses atletas, e isso é um atrativo a mais. Nos encontramos no CT do clube, vamos nos jogos, e eles também nos acompanham. Poder ver a reação deles é um prazer enorme. Isso valoriza muito a nossa atuação e o futsal.

Diante do Neymar, você fez dois golaços em chutes da sua quadra. Você treina esse tipo de lance ou é instintivo?
- O Ferreti (técnico do Peixe) sempre procura treinar essa jogada comigo. Eu tenho facilidade nesse tipo de lance e números nos treinos que comprovam isso. Tenho 90% de acerto nesse tipo de bola. Com o time rival atuando com gol-linha, tenho facilidade de colocar a bola por cima e fazer o gol. Já tinha feitos alguns gols dessa forma antes, mas deu repercussão por causa do Neymar, que estava lá na arena e viu de pertinho.

E a experiência de atuar nos gramados, gostaria de jogar com essa garotada do Peixe? Ou quem sabe trazê-los para um jogo na quadra?
- Estive domingo no jogo contra o Palmeiras, que o Santos perdeu, e a torcida me pediu para entrar em campo. Mas um jogo festivo com os craques da quadra e do gramado seria o máximo. Estou no Santos para jogar futsal e não futebol de campo e fico feliz com isso.

Cresci jogando na várzea desde cedo e me acostumei com isso. Se tiver que dar uma lambreta no adversário eu vou dar. "FalcãoComo é ser considerado o "rei do drible" no futsal?
- É um compromisso para mim. A torcida nunca sabe se você está machucado ou se está normal. Eu faço quatro gols, mas não dou lençol, caneta, e a torcida me cobra. Tem vezes que não jogo nada, mas dou dribles, e a torcida diz que joguei muito. Aprendi a driblar e ser eficente e transformei isso em títulos. Eu passei por cima dessa coisa de só driblar. Quem vai ao ginásio quer ver lances bonitos. Uso a finta como artifício do meu jogo.

E a famosa lambreta. Quando foi a primeira vez que usou esse drible?
- Eu aprendi a me divertir com responsabilidade. Nunca me assustei com dedo na cara e ameaças. Cresci jogando na várzea desde cedo e me acostumei com isso. Se tiver que dar uma lambreta no adversário, eu vou dar. Virou marca registrada depois do jogo contra Portugal, em 2003, e às vezes, eu marco dessa forma. Eu me divirto em quadra. Eu faço quando estamos perdendo, ganhando ou empatando, é o meu estilo de jogo.

Seu filho Enzo, de oito anos, treina nas categorias de base do Santos. Sonha vê-lo como jogador? Não teme que ele seja muito cobrado?
- O pai é uma coisa, e o atleta é outra. Fico triste quando ele não é escalado, mas tento não me meter. Ele é bom de bola, mas é muito menino e tem que saber lidar com o futuro. Espero que ele se divirta, mas quem saberá do futuro é ele. Primeiro, os estudos, e depois, o futebol. Comecei com 14 e sei que ele não pode ser cobrado. Meu desejo maior é que ele jogue no campo, e estou aqui para apoiar.

Mande uma mensagem para a torcida que acompanha o futsal do Brasil:
- Fico feliz pelo carinho que recebo todos os dias nas ruas. É uma responsabilidade grande no esporte, e isso é dado pelo carinho que recebo. O gol 300, se vier, será dividido com todos os brasileiros. Eu jogo para o público e procuro fazer quem está em casa ou nas quadras mais feliz.

Por Igor Christ
Rio de Janeiro

sexta-feira, 1 de abril de 2011

CENTENÁRIO DO GUARANI/Campinas/SP!!!

01/04/2011: Portal lista os maiores ídolos da história bugrinaGrandes craques vestiram a camisa do Guarani ao longo dos seus 100 anos de história

Centenário do Guarani/Campinas, SP, 01/04, Comemorados no dia 02/04 para fugir do Dia da Mentira

- Ao longo dos 100 anos de história
, vários grandes jogadores vestiram a camisa do Guarani. Por isso, seria impossível listar todos aqueles que se tornaram ídolo do Bugre, sobretudo nas primeiras décadas do século XX. Assim, o Portal lista alguns dos principais ídolos das últimas três décadas.

A década de 70 é considerada a mais vitoriosa da história do clube, uma vez que foi nela que o Guarani conquistou o principal título de sua história, o Campeonato Brasileiro de 1978. Daquele time, todos os titulares se tornaram ídolos da torcida, mas alguns deles tiveram uma maior identificação com a torcida, como Neneca, Zenon, Careca e Renato.

ZENON (Foto)

- Natural de Tubarão-SC, Zenon chegou ao Guarani em 1976 de forma discreta, vindo do Avaí. O ex-meia é considerado um dois maiores camisas 10 do time campineiro, e chegou a ser convocado para a seleção brasileira em 78. Zenon deixou o Guarani em 1980 para defender o Al Ahli, da Arábia Saudita, e voltou ao Bugre em 1988, depois de ter jogado no Atlético-MG, Portuguesa e Corinthians. Encerrou a carreira em 1992 no São Bento de Sorocaba.

NENECA
- Hélio Miguel, o Neneca, foi fundamental para a conquista do título de 78. Foi a partir de um lançamento do ex-goleiro que Careca marcou o gol do título no segundo jogo da final, contra o Palmeiras. Além do Bugre, ele defendeu também Náutico, Londrina, Bragantino e Fluminense-BA, encerrando a carreira no Votuporanguense.

CARECA
- Sem dúvida o principal nome da conquista bugrina foi o atacante Careca, que na época tinha somente 17 anos. Autor de gols decisivos, inclusive nas duas partidas finais, ele foi um dos maiores camisas 9 que o futebol brasileiro já produziu. Depois de deixar o Bugre, foi para o São Paulo, onde manchou sua história no time de Campinas ao marcar o gol que deu o título brasileiro ao Tricolor em 86, na decisão contra o Guarani. Vestiu ainda as camisas de Napoli, Kashiwa Reysol-JAP e Santos, e brilhou com a seleção brasileira.

RENATO
- Outro que foi fundamental na conquista do título nacional foi o meia Renato. Jogador de grande habilidade e visão de jogo, formou uma parceria de sucesso com Zenon. Assim como Careca, se transferiu para o São Paulo no início da década de 80, e atuou também no Botafogo-RJ, Yokohama e Kashiwa Reysol, do Japão, Ponte Preta e Taubaté.

NETO (Foto)
- Maestro do time vice-campeão paulista em 1988, o talentoso meia Neto foi um dos últimos grandes meio-campistas que vestiram a camisa do Guarani. Revelado nas categorias de base do Bugre, fez um gol antológico de bicicleta em plena final de Paulistão, contra o Corinthians, onde posteriormente viria a ser ídolo. Defendeu ainda Bangu, São Paulo, Palmeiras, Santos, Atlético-MG, Matsubara, Araçatuba, Osan-SP, Paulista e Millonarios, da Colômbia.

Ricardo Rocha
- Na década seguinte o Guarani manteve a boa fase e conquistou resultados expressivos, como os vice-campeonatos brasileiro em 1986 e 1987 e o vice paulista em 1988. Nessas conquistas, um dos principais destaques foi o zagueiro Ricardo Rocha. Ele chegou ao Bugre sem muito alarde em 1985, vindo do Santa Cruz. Mas com um futebol técnico e de muita qualidade, se tornou um dos principais defensores do futebol brasileiro, chegando até a Seleção. Defendeu ainda Sporting-POR, São Paulo, Real Madrid-ESP, Santos, Vasco, Fluminense, Newell´s Old Boys-ARG e Flamengo.

AMOROSO (Foto)
- O meia-atacante Amoroso foi o último grande ídolo do Guarani, que sofre com a carência de grandes jogadores nos últimos anos. Revelado nas categorias de base do time campineiro, comandou a equipe na boa campanha no Campeonato Brasileiro de 94, onde sagrou-se artilheiro com 19 gols. Não tivesse se machucado, o Bugre poderia ter conquistado o bicampeonato nacional. Após deixar o time campineiro, atuou no Flamengo, Udinese-ITA, Verdy Kawasaki-JAP, Parma-ITA, Borussia Dortmund-ALE, Málaga-ESP, São Paulo, Milan-ITA, Grêmio e Corinthians.

CARLOS ALBERTO SILVA
- O Guarani é um dos poucos clubes que tem como um dos maiores ídolos um treinador. Comandante do time no título de 78, Carlos Alberto Silva está eternizado no coração da torcida bugrina. Depois da conquista com o Bugre, tornou-se um dos treinadores de sucesso do país, e chegou até a comandar a Seleção Brasileira, entre 87 e 88. Brilhou também na Europa, onde dirigiu La Coruña-ESP e Porto-POR, e em grandes clubes brasileiros, como São Paulo, Atlético-MG, Cruzeiro, Palmeiras, Corinthians, entre outros.

Muitos outros grandes jogadores que se tornaram ídolos merecem ser lembrados:
- Amaral, Júlio César, João Paulo, Evair, Luizão, Djalminha, Gomes, Zé Carlos, Bozó, Capitão, Edson, Mauro, Miranda, Marco Antonio Boiadeiro, Sérgio Néri, Catatau, entre muitos outros.

PORTAL

domingo, 27 de março de 2011

ROGÉRIO CENI É CEM (100º)!!!

Domingo, 27 de março de 2011. Arena Barueri, 17h09m. Data, local e horário que jamais serão esquecidos pela torcida do São Paulo.

A falta, cobrada com maestria, na entrada da área, pelo lado esquerdo, entrou no ângulo direito da meta de Julio Cesar, que voou apenas para aparecer na imagem.

Nesse exato momento, Rogério Ceni escreveu mais um capítulo de sucesso na sua incrível carreira. Após 20 anos, 965 partidas disputadas e 15 títulos conquistados, o camisa 1 do time do Morumbi chegou ao seu centésimo gol. E, para tornar esse feito ainda mais especial, foi também o dia em que o São Paulo venceu o Corinthians por 2 a 1 e quebrou um incômodo jejum de quatro anos sem vitória sobre o rival.

Além da quebra da invencibilidade, o resultado pôs o Tricolor na vice-liderança do Campeonato Paulista, com 34 pontos, um a menos que o Palmeiras, que no sábado fez a lição de casa ao bater o Bragantino. O Timão tem a mesma pontuação da equipe do Morumbi, mas caiu para a terceira colocação por ter uma vitória a menos. Pelo estadual, os dois times voltarão a jogar no final de semana. No domingo, o São Paulo receberá o Mirassol no Morumbi. No mesmo dia, a equipe de Parque São Jorge irá a Ribeirão Preto para enfrentar o Botafogo.

Que pontaria, Dagoberto!

Toda a rivalidade que cerca são-paulinos e corintianos nos últimos anos foi demonstrada no primeiro tempo do clássico. O bom futebol deu lugar ao nervosismo, a um excessivo número de passes errados e a algumas faltas mais violentas. Faltou futebol. O Timão foi discretamente melhor no controle do jogo, mas Dagoberto, artilheiro da equipe em 2011, deu a vantagem ao Tricolor com um chute certeiro nos minutos finais.

Paulo César Carpegiani surpreendeu ao sacar Marlos para a entrada de Rodrigo Souto. O São Paulo ganhou um homem a mais na marcação, porém, perdeu força ofensiva. O Corinthians agradeceu. Até os dez minutos, só o Timão jogou, sobretudo pelo lado direito, com Alessandro e Dentinho. A única chance, contudo, não foi aproveitada por Morais, que carimbou a zaga na área depois de falha de Miranda.

Aos poucos, o São Paulo conseguiu equilibrar a partida e cresceu. Junior Cesar e Carlinhos Paraíba eram as principais opções pela esquerda. Com Rivaldo no banco, o time sentiu falta de um meio de campo mais criativo. Ilsinho, aberto pelo lado direito, pouco fez para abrir espaços. O time só chegou ao gol de Julio Cesar em chutes de fora da área de Jean, Dagoberto e Fernandinho, todos sem muita direção.

Quando a pontaria melhorou, o São Paulo abriu o placar, aos 39 minutos. Dagoberto recebeu a bola pelo lado esquerdo do ataque, já próximo à área, e soltou a bomba. Julio Cesar voou, mas não conseguiu evitar que ela entrasse no canto esquerdo. Explosão tricolor nas arquibancadas da Arena Barueri, O Corinthians ainda quase empatou na etapa inicial, aos 46, com Dentinho cabeceando para fora um cruzamento de Fábio Santos.

Ceni é 100!

Rogério Ceni (Foto) celebra marca histórica na carreira: são 100 gols do goleiro-artilheiro

O Corinthians voltou para o segundo tempo tentando pressionar o São Paulo novamente. O empate quase veio aos dois minutos. Após cruzamento da esquerda, Jorge Henrique dividiu com Alex Silva, e Rogério Ceni fez linda defesa, espalmando para escanteio.

Mas o clássico ainda reservava um momento especial. Mais que isso, histórico para os são-paulinos. Fernandinho foi derrubado perto da área por Ralf. No mesmo instante em que o árbitro assinalou falta, a torcida tricolor já celebrava como um gol. Aos oito minutos, Rogério Ceni, ídolo maior do clube, ajeitou a bola e cobrou com perfeição, no ângulo direito, impossível para Julio Cesar pegar. Foi o centésimo gol dele na carreira, justamente como a torcida queria: diante do maior rival nos últimos anos.

Na comemoração, Ceni tirou o uniforme e correu até a linha de fundo. Todos os jogadores acompanharam e abraçaram o capitão. Enquanto isso, uma bateria de fogos foi disparada por quase dez minutos. No placar eletrônico, mais homenagens ao maior goleiro-artilheiro da história do futebol mundial.

A Arena Barueri se transformou numa festa completa para os são-paulinos. O Corinthians foi para cima. A reação ficou mais complicada quando Alessandro cometeu falta violenta sobre Dagoberto e foi expulso. Mesmo assim, os alvinegros descontaram, aos 22, com Dentinho chutando rasteiro no canto direito de Ceni.

Para ajudar o Timão a ganhar mais confiança, Dagoberto fez falta no ataque e recebeu o cartão vermelho. Entretanto, aos 28, Dentinho tratou de ajudar o rival. Ele deu um pisão em Rodrigo Souto e também disse adeus ao duelo (assista no vídeo às três expulsões). Na saída de campo, o jogador provocou torcedores do São Paulo, que arremessaram garrafas, calçados e até uma bomba para o gramado.

Com um a menos novamente, o Corinthians se lançou ao ataque e abriu espaços na defesa. Marlos desperdiçou diversos contra-ataques que poderiam fechar o jogo. Nos minutos finais, o Timão foi todo pressão. Liedson teve uma chance, mas parou em ótima defesa de Rogério Ceni. O domingo era dele. A festa tricolor estava apenas começando!

FICHA TÉCNICA
Estádio: Arena Barueri.
Data: 27/03/2011.

SÃO PAULO 2 X 1 CORINTHIANS
Gols:
"Dagoberto, aos 39 minutos do primeiro tempo. Rogério Ceni, aos 8 (GOL DE Nº 100), e Dentinho, aos 22 minutos do segundo tempo".

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Rhodolfo, Alex Silva e Miranda; Ilsinho (Marlos), Jean, Carlinhos Paraíba, Rodrigo Souto (Casemiro) e Junior Cesar; Dagoberto e Fernandinho (Rivaldo).
- Técnico: Paulo César Carpegiani.

CORINTHIANS: Julio César; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos (Danilo); Ralf, Paulinho, Morais (Ramirez) e Jorge Henrique (Willian); Dentinho e Liedson.
- Técnico: Tite

Árbitro: Guilherme Ceretta de Lima.
Auxiliares: Celso Barbosa de Oliveira e Carlos Alberto Funari.
Cartões amarelos: Dagoberto, Rhodolfo, Junior César, Ilsinho e Rogério Ceni (São Paulo). Jorge Henrique (Corinthians).
Cartão vermelho: Alessandro e Dentinho (Corinthians) e Dagoberto (São Paulo).