PERSONALIDADES DO ESPORTE

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

DESPEDIDAS DO RONALDO FENÔMENO!!!

Ronaldo chora no adeus ao futebol - Ronaldo diz que vai investir agora na vida de empresário

Eleito três vezes o melhor jogador do mundo, Ronaldo, 34, confirmou a aposentadoria nesta segunda-feira. O anúncio oficial aconteceu no início da tarde desta segunda-feira, no Centro de Treinamento do Corinthians, mas segundo o agora ex-atacante a decisão foi tomada na última quinta-feira.

Ronaldo aproveitou para falar que há quatro anos tem uma doença que prejudica a sua briga com a balança, o hipotiroidismo.

No hipotireoidismo, distúrbio que diminui a produção de hormônios, a glândula tireoide funciona em um ritmo abaixo do normal
, comprometendo as funções orgânicas e o metabolismo. Assim, entre os principais sintomas está o ganho de peso, além do ressecamento da pele, fadiga e depressão. O problema é irreversível, mas pode ser tratado com reposição hormonal específica.

"Não consigo falar nada", começou o atacante durante a entrevista, entre os filhos Ronald e Alex, e o presidente corintiano, Andres Sanchez. "Estou encerrando a minha carreira como jogador profissional e dizer que esta carreira foi linda, maravilhosa, emocionante. Tive muitas derrotas, muitas vitórias, fiz muitos amigos e não lembro de ter feitos inimigos", disse.

"Antecipo o fim da minha carreira por alguns motivos importantes. Todos sabem do meu histórico de lesões, tenho tido nos últimos dois anos uma sequência muito grande de lesões que vão de uma perna para a outra, de um músculo para outro. Estas dores me fizeram antecipar o fim da minha carreira", disse, lembrando que ele tinha um contrato com o Corinthians até o final deste ano.

Ronaldo chega ao CT Joaquim Grava para se despedir

"Há quatro anos, no Milan, descobri que tinha um distúrbio, que se chama hipotiroidismo, que desacelera o seu metabolismo e que para controlar eu tenho que tomar hormônios no qual não é permitido. Mas não guardo mágoa com quem fez chacotas com meu peso",
disse.

Depois de cinco minutos falando sozinho, Ronaldo não se conteve e chorou. Agradeceu a patrocinadores, familiares, e a torcida do Corinthians.

"Eu nunca vi uma torcida tão empolgante, tão apaixonada... Está certo que algumas vezes esta cobrança por resultados faz esta torcida um pouco agressiva, um pouco fora do controle...", afirmou.

Ronaldo lamentou o fato de não ter conquistado a Taça Libertadores e diz que a decisão de se aposentar aconteceu na última quinta-feira. "Estava sozinho em casa e vi que não estava mais suportando as dores", disse.

JOGO DE ADEUS


O agora ex-atacante disse que vai investir o seu tempo profissional na agência de marketing e que pensa em criar uma fundação.
"Vou me dedicar a minha agência", afirmou o jogador.
"Mas não sei o que vai ser daqui para a frente. Mas, enfim, deu a hora", completou.

Questionado durante a entrevista coletiva sobre realizar algum jogo-despedida, a exemplo do que ex-jogadores como Pelé e Romário fizeram, o camisa 9 declarou: "Ainda não pensei. Em junho, julho, vou tentar reunir alguns amigos que jogaram comigo para fazer uma partida, uma festa de despedida. Vamos ver. Vou avisar a vocês [imprensa]."

A CARREIRA

Ronaldo encerra a carreira 18 anos após iniciar sua trajetória no futebol profissional.
Ele começou no Cruzeiro, quando disputou o Campeonato Brasileiro em 1993. Na época, marcou cinco gols na vitória do time mineiro sobre o Bahia por 6 a 0, pelo Campeonato Brasileiro.

No ano seguinte, o atacante foi convocado pelo técnico Carlos Alberto Parreira para a disputa da Copa do Mundo.
Apesar de fazer parte do grupo, o jogador sequer entrou em campo durante a competição que levou o Brasil ao tetracampeonato.

Logo após o Mundial dos Estados Unidos, Ronaldo
se transferiu para o PSV Eindhoven-HOL por US$ 6 milhões (o que corresponde hoje a R$ 10 milhões). Ele permaneceu no time holandês até 1996, quando foi negociado com o Barcelona. Na época, a equipe espanhola pagou US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 33 milhões hoje) para ficar com o jogador.

Antes da transferência, Ronaldo foi obrigado a passar por uma raspagem na cartilhagem do joelho direito. No time catalão, Ronaldo marcou um dos gols mais bonitos da sua carreira, quando driblou quase meio time do Compostela. No mesmo ano, foi eleito o melhor jogador do mundo.

Em 1997, Ronaldo se transfere para a Inter de Milão
, que paga a bagatela de US$ 36 milhões (R$ 60 milhões). Na equipe italiana ganhou o apelido de Fenômeno e ainda conquistou pela segunda vez consecutiva o prêmio de melhor jogador do mundo.

No ano seguinte, o Fenômeno ajuda levar a seleção para a final da Copa do Mundo contra a França. No entanto, momentos antes da partida, sofre uma convulsão no hotel onde a equipe estava concentrada. Mesmo assim, disputa a decisão, mas tem uma atuação apagada na derrota por 3 a 0.

No ano seguinte, Ronaldo rompe parte do tendão patelar do joelho direito em jogo contra o Lecce, pelo Campeonato Italiano,
e fica cinco meses afastado dos gramados.

Na sua volta ao time, o Fenômeno sofre nova lesão em uma partida contra a Lazio. Ele tenta driblar o adversário, mas sofre rompimento total do tendão patelar do joelho direito.

Ronaldo retorna aos gramados no final de novembro de 2001. Mesmo não mostrando o futebol que o consagrou, o técnico Luiz Felipe Scolari apostou no jogador e o convocou para a Copa do Mundo-2002. Ele foi o artilheiro da competição e ajudou o Brasil faturar o pentacampeonato.

No mesmo ano, se transfere para o Real Madrid e é eleito pela terceira vez o melhor jogador do mundo.

Ele fica no Real Madrid até 2007,
quando retorna ao futebol italiano para defender o Milan. Antes da transferência, o jogador naufraga com a seleção brasileira na Copa do Mundo-2006. No entanto, chega a marca de 15 gols e se torna o maior artilheiro da história dos mundiais.

No Milan, Ronaldo voltou a sofrer com as contusões. Em 2008,
teve rompimento total do tendão patelar do joelho esquerdo.

Após a lesão, o Fenômeno ficou 13 meses em recuperação e não teve seu contrato renovado com a equipe italiana.

Com isso, passou a treinar no Flamengo, seu clube de coração. No entanto, em dezembro de 2008, é anunciado como reforço do Corinthians, onde sagra-se campeão do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil no ano seguinte.

No entanto, não consegue levar o clube ao tão sonhado título da Taça Libertadores da América. Em 2010, parou no Flamengo. Neste ano, foi eliminado pelo Tolima na pré-Libertadores, o que gerou revolta da torcida corintiana contra o jogador.

Além da Libertadores, Ronaldo não conseguiu ser campeão do Campeonato Brasileiro e da Copa dos Campeões em sua carreira, que foi encerrada oficialmente nesta segunda-feira.

Folha

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

HISTÓRIA DE ZAGALLO NO TRI EM 1970!!!

Histórias de ZAGALLO: o tri em 1970.
- Brasil fez no México, com talento e preparo físico, uma verdadeira revolução tática.

O tricampeonato em 1970, no México, começou a ser forjado com a dura lição aprendida na Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra. A eliminação prematura na fase inicial deixou evidente que, se o time não rendeu o esperado no aspecto técnico, fisicamente ficou muito abaixo do padrão exibido pelas seleções européias, que melhor preparadas passaram a jogar pela primeira vez um futebol de ocupação de espaços.

Houve então, para a Copa de 1970, um planejamento inédito em termos de Seleção Brasileira. Depois de se classificar invicta nas Eliminatórias, a equipe treinou durante cerca de três meses, o que incluiu um período de aclimatação à altitude do México, e por isso conquistou com talento mas também com excelente condicionamento físico o tricampeonato mundial.

Nas Eliminatórias, disputada em 1969, a Seleção Brasileira foi dirigida por João Saldanha, que montou um grande time e fez campanha inquestionável: foram seis jogos, seis vitórias, 23 gols marcados e apenas dois sofridos.

No início de 1970
, porém, depois de resultados ruins em amistosos e jogos-treinos, João Saldanha deu lugar a Zagallo, então um treinador que despontara com um trabalho no Botafogo que deu ao clube o bicampeonato carioca de 67/68.

Zagallo assumiu, fez algumas convocações, entre elas as de Dario e Roberto, centroavantes típicos, e foi mudando aos poucos a escalação mas especialmente a forma de jogar da Seleção.

- O time do Saldanha jogava praticamente no 4-2-4. Com esse esquema, na minha opinião, dificilmente o Brasil conquistaria o tricampeonato.

Zagallo passou a adotar o 4-3-3
, posto em prática no primeiro amistoso que dirigiu, na vitória de 5 a 0 sobre o Chile, com Paulo César Lima escalado como ponta-esquerda recuado. Roberto Miranda, do Botafogo, era o centroavante e Tostão, titular com Saldanha, passou a ser reserva de Pelé.

Depois de mais dois amistosos
, no entanto - vitórias sobre Chile e empates diante de Paraguai e Bulgária - Zagallo fez no jogo de despedida do Brasil antes da viagem para o México, contra a Áustria, as mudanças quase definitivas na equipe: passou Piazza para a zaga, pôs Rivellino no time e escalou Tostão como centroavante.

O início da mudança tática: um time que atacava e defendia em bloco

No dia 20 de abril de 1970, no Maracanã, o Brasil venceu a Áustria por 1 a 0 - gol de Rivellino - com a seguinte escalação: Felix, Carlos Alberto, Brito, Wilson Piazza e Marco Antônio; Clodoaldo e Gérson; Rogério (Jairzinho), Tostão (Dario), Pelé e Rivellino.

Perguntei ao Tostão
se ele teria condições de jogar na frente, como se fosse um pivô, e ele disse que não teria problema algum. Jogador brilhante que era e com a sua inteligência acabou tendo uma participação fundamental dentro do esquema jogando naquela função.

O time que venceu a Áustria, com Jarzinho e Everaldo como titulares, foi o que conquistou o tricampeonato no México e empolgou o mundo com uma rara demonstração de talento no futebol.

Mas foi também, e isso se impõe como uma questão de justiça, a Seleção Brasileira que implantou uma verdadeira revolução tática, com um futebol de ocupação de espaços, quatro anos antes do futebol total da Holanda.

O time atacava em bloco, com a liberação dos laterais, principalmente Carlos Alberto, e dos jogadores de meio-campo, Clodoaldo e Gérson, que se juntavam a Jairzinho, Pelé, Tostão e Rivellino nos lances de frente.

- Quando perdia a bola, o time também se recompunha em bloco para iniciar a marcação - diz Zagallo.

Zagallo lembra que isso só foi possível graças ao talento incomparável do jogador brasileiro e ao mês de treinamento que a Seleção realizou no México antes do jogo de estréia no dia 3 de junho de 1970 contra a Tchecoslováquia.

- Aquela Seleção jogou já em 1970 o futebol de ocupação de espaços que todos os técnicos do mundo tentam até hoje implantar. Por isso, com a determinação tática aliada à qualidade do jogador brasileiro, é considerada por muitos a melhor Seleção de todos os tempos. E eu tenho orgulho de ter sido o seu treinador.


DESTAQUES DAA COPA DE 1970.
- Veja curiosidades de todas as copas.

Marca inédita
- Zagallo foi o primeiro treinador a ser campeão mundial após conquistar o título como jogador.

Cartão
- México teve a estreia do cartão, que iria ajudar a TV a cores durante as partidas.

Homem-gol
Jairzinho marcou um gol em cada partida da Copa, até mesmo na final do Mundial.

"O Bombardeiro"
- Müller é o 2º maior artilheiro das Copas: com 10 gols em 70 e 4 no torneio seguinte

Ninguém tasca!
- Toda a linha de frente titular do Brasil jogava com a camisa 10 em seus clubes: Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivelino. Quando chegou a hora da inscrição dos números do time para a Copa, ninguém questionou a primazia dada a Pelé.

Patada atômica
- pós marcar o gol de empate na vitória do Brasil por 4 a 1 sobre a Tchecoslováquia, na estreia, em violenta cobrança de falta, o atacante Rivellino ganhou dos mexicanos um apelido, no mínimo, inusitado: Patada Atômica.

Mascote da polêmica
A mascote da Copa do México foi Juanito, um menino sorridente que aparecia com um sombrero e uma bola sob seu pé direito. Quem odiou a figura foram os mexicanos: "horrível, óbvio, de mau gosto, perigosamente folclórico e insultuoso".

Entra e sai
- A Copa de 1970 foi a primeira em que passaram a ser permitidas substituições durante as partidas - duas, no máximo. Até então, os 11 jogadores que entravam em campo ficavam até o fim, mesmo que se contundissem e não tivessem condições.

Primeiro eu!
- E a primeira alteração aconteceu no segundo tempo do jogo entre União Soviética e México, disputado em 31 de maio, com Puzach entrando no lugar de Serebrianikov.

Pé quente
- O primeiro reserva a marcar em um jogo de Copa do Mundo foi o mexicano Juan Basaguren, que fez o quarto e último dos anfitriões contra El Salvador, no dia 7 de junho.

Campeões da antipatia
- Os ingleses conseguiram ter a torcida local contra si em todos os seus jogos. Antes de viajarem para a Copa, disseram que levariam água da própria Inglaterra para não serem "contaminados" com alguma peste das águas mexicanas.

Escola
- Dos três preparadores físicos que viajaram com o Brasil na Copa de 1970, dois dirigiram a seleção em Mundiais futuros: Carlos Alberto Parreira e Claudio Coutinho. Somente Admildo Chirol não teve o privilégio.

Premiado
- O 1º cartão amarelo foi para o soviético Evgeny Lovchev, no empate por 0 a 0 com o México.

Clássico
- O Mundial disputado no México marcou a estreia do "clássico" modelo de bola com 32 gomos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

RIVALDO, JOGADOR E PRESIDENTE!!!

Rivaldo: "Com marketing, seria o melhor do mundo três ou quatro vezes".
- Rivaldo dispara: "Poderia ter sido quatro vezes melhor do mundo".
- Em entrevista exclusiva, presidente e jogador do Mogi Mirim fala sobre sua carreira.
Rivaldo (Foto) gostaria de ter saído antes do Brasil para a Europa.

Campeão do Mundo, melhor jogador eleito pela Fifa, título brasileiro, espanhol, grego e até do Uzbequistão.
Todos estes troféus o meio de campo Rivaldo, de 38 anos, colecionou até aqui em sua carreira.

Em quase 20 anos correndo atrás da bola, o pernambucano da cidade de Paulista também ostentou uma timidez ímpar, capaz de sempre afastá-lo das câmeras e dos principais holofotes. E nada tira da cabeça de Rivaldo que ele poderia ter chegado mais longe, caso tivesse o marketing pessoal de outros concorrentes.

- Se eu tivesse saído mais jovem para a Europa e tivesse alguém me orientando, dizendo onde ir, onde dar entrevista, que marca usar, tenho certeza de que eu poderia ter sido o melhor do mundo três ou quatro vezes.

Aos poucos, ele está perdendo sua timidez.
Ou melhor, está permitindo que outras pessoas conheçam suas opiniões, seja em 140 caracteres, nos seus "posts" no Twitter, seja nas entrevistas em Mogi, como esta que o LANCENET! fez com o camisa 10, pentacampeão há oito anos no Japão.

No bate-papo de quase uma hora, Rivaldo deu suas opiniões como jogador e como presidente do Mogi Mirim, dupla função que ele assumiu até o fim do Paulistão-2011. Falou sobre Palmeiras, discordou de Felipão e garantiu que jogaria até no Barcelona de hoje, com Messi, Iniesta e cia.

Veja nas próximas linhas...

LANCE: Rivaldo, você está no twitter, defendeu um candidato a presidente durante as eleições e tem dado opiniões firmes sobre diversos assuntos. É um novo 'Rivaldo'?

RIVALDO:
Sou tímido, mas quando comecei minha carreira eu era muito quieto. E percebi ao longo dos anos que sempre sobra para o quieto. Você tem que dar a sua opinião e pronto. Se alguém discorda, você respeita, mas sempre fica com sua opinião.

L!: Com um pouco de marketing na carreira, onde você acha poderia ter chegado? Teria sido mais vezes o melhor do mundo?

R: Umas três ou quatro vezes.
Nota da redação: Rivaldo foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa em 1999. E foi o terceiro em 2000.

L!: Por quê?

R: Porque confio na maneira como jogo. Se eu tivesse ido mais cedo para a Europa (ele foi para o La Coruña, em 1996, com 24 anos). Com pessoas ajudando, patrocínios aqui, ali, alguém falando para você ir na televisão na hora certa. 'Ah, você usa Mizuno, então muda para Nike ou
Adidas...' Não sei o que acontece por trás dessas coisas, por isso que eu poderia ter chegado lá. Mas prefiro do jeito que foi, porque sei que cheguei com meus próprios méritos.

L!: Sua melhor fase foi no Barcelona. Jogaria lá hoje?

R: Para ser sincero, jogaria com 38 anos nesse Barcelona de hoje. Neste time é fácil, porque quem corre é a bola, você não precisa correr. E fico um pouco triste por não ser a minha época, porque eu peguei um Barcelona e os caras diziam: 'Toca a bola para Rivaldo.' E olha que tinham bons jogadores como o Luís Henrique e Guardiola. E eles falavam: 'Rivaldo, quando apertar, a gente vai tocar para você decidir!' E no time de hoje o forte é o conjunto. Messi se destaca porque é o que faz mais lances individuais. Futebol é simples.

L!: Simples? Como assim?

R: No Brasil, os treinadores inventam muito, essa que é a verdade. Marcam treino de manhã e de tarde, concentração de vários dias... Nenhum jogador gosta de treinar em dois períodos, treina porque é obrigado. A Espanha é a atual campeã do mundo e não treina deste jeito, e os jogadores não se machucam. O Barcelona goleou o Real Madrid e os jogadores não concentraram. Por isso que eu acho que alguns treinadores brasileiros tiveram a carreira curta fora, porque quiseram levar esta cultura, em vez de se adequar aos costumes que têm na Europa.

L!: Qual sua opinião sobre os fracassos no Mundial da Seleção?

R: Copa do Mundo é complicado. Não existe aquele clima de 'já ganhou', como vai acontecer em 2014. É preciso ter o máximo de atenção durante os 90 minutos. Um exemplo disso foi esse jogo contra a Holanda. Em 2002 a gente respeitou todas as seleções e jogou concentrado o tempo todo, por isso que ganhamos os sete jogos. Eu me sinto um privilegiado por ter jogado duas Copas e ter chegado na final das duas, com oito gols feitos pelo Brasil.
Rivaldo foi o último camisa 10 da Seleção Brasileira a marcar um gol em Copa do Mundo (na vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra, nas quartas-de-final em 2002). Ronaldinho Gaúcho, em 2006, e Kaká, em 2010, usaram a 10 e passaram em branco.

L!: Há muito tempo que o brasileiro não vê o Rivaldo jogar. Como foi esse período no Uzbequistão?

R: Acho que o presidente do Bunyodkor me chamou para ampliar o futebol no país, porque quando eu cheguei não parecia futebol profissional:
campos com buracos, você tinha de pegar a roupa no chão... Eu conversava com a minha esposa pelo telefone e falava que minha vontade era a de ir embora, que eu não precisava daquilo. A estrutura lá só melhorou quando o presidente me deu carta branca para investir no clube. Compramos máquinas, arrumamos várias coisas e tenho certeza que lá está bem melhor hoje.

L!: Depois de voltar ao Brasil, foi uma surpresa você não ter ido ao Palmeiras. Por que não deu certo?

R: Não voltei porque não tive contato com ninguém, nem com a diretoria, nem com o Felipão.

L!: Ficou chateado com ele? Porque ninguém sabia da sua condição melhor que o Felipão, que era o seu treinador no Uzbequistão.

R: Não tem motivo para eu ficar chateado com ele. Você sabe que hoje em dia futebol é comércio. Tenho 38 anos e não sou um investimento para clube grande, ninguém vai fazer dinheiro comigo. Soube das coisas via imprensa, gosto muito do Palmeiras, tenho um carinho enorme pela torcida e seria legal na época se eu tivesse ido jogar pelo clube.

L!: Mas ainda tem esse sonho?

R: Fica difícil pela idade e é complicado jogar em um clube onde você é ídolo. Você não sabe o que vai acontecer, e se não for bem, não se pode
manchar uma história construída por causa deste retorno. Aí você vai mal, a torcida vaia, e eu não quero perder esse carinho que eu tenho da torcida do Palmeiras.

L!: O Palmeiras mudou muito desde sua saída. Você fica triste com os maus resultados da equipe?

R: O Palmeiras hoje tem bons jogadores, mas falta confiança, como naquela época. O Felipão é um grande treinador, mas o jogador precisa falar na imprensa, precisa se promover, fazer a sua vida profissional. Eu converso com alguns atletas e eles ficam chateados, eu sei. Jogador
se sente um pouco escravo com esta situação. Gosto do Felipão, mas discordo da atitude que ele teve.
Pouco depois que chegou ao Palmeiras, Felipão proibiu que os atletas dessem entrevistas dentro do gramado, no intervalo e após as partidas.

L!: Quando planeja se aposentar?

R: É complicado isso. Eu quando estava jogando no Barcelona eu pensava que jogaria mais um ou dois anos, e terminaria minha carreira com 32 ou 33 anos. Mas as coisas vão acontecendo, você joga e se sente bem, Deus está sempre me ajudando e eu não tive nenhuma lesão grave. Aí eu vou jogando, até porque jogar futebol é a coisa que eu mais gosto de fazer. Por isso, hoje eu nem penso em aposentadoria, quero agora jogar o Paulistão, para depois ver o que pode acontecer.

L!: Mas e depois? Existe a chance de você ser o presidente do Mogi Mirim e jogador de outro clube durante o Brasileirão, por exemplo?

R: Existe. Tudo depende do meu rendimento em campo e do interesse dos outros clubes, além daquela minha vontade de sair de Mogi. Estou feliz aqui, tranquilo, é bom estar próximo do clube, saber o que está acontecendo. Até pensei quando estava saindo do Uzbequistão em jogar em clube grande, mas pensei bem e quis ficar por aqui mesmo, ao lado dos atletas.

LANCE

sábado, 23 de outubro de 2010

BIOGRAFIA DO REI - PELÉ 70 ANOS!!!

Adjetivar PELÉ é desnecessário. Descrevê-lo, idem. O Rei do Futebol, o Atleta do Século, Edson Arantes do Nascimento, completa 70 anos neste sábado, dia 23 de outubro. Por isso, relembramos aqui momentos marcantas da carreira do Rei e faz uma homenagem ao melhor jogador de todos os tempos.

Confira detalhes da vida e da obra deste gênio.

BIOGRAFIA
Mineiro de Três Corações, cidade ao Sul de Minas Gerais,
a aproximadamente 290 quilômetros de Belo Horizonte, Edson Arantes do Nascimento nasceu no dia 21 de outubro de 1940 - como mostra sua Certidão de Nascimento localizada no cartório daquele município. Mas ele próprio e sua família consideram o aniversário dele como dia 23 de outubro. Então, por que vamos discordar?

Filho de João Ramos do Nascimento - o popular Dondinho, que também foi jogador de futebol - e de dona Celeste Arantes do Nascimento, Pelé mudou-se com a família para Bauru, no interior de São Paulo, em 1946. Menino levado, conta que era obrigado a ficar ajoelhado em grãos de feijão quando fazia malcriação na escola.

Dico, como era chamado pela família, começou a jogar futebol no time infanto-juvenil do Canto do Rio, depois pelo Sete de Setembro - criado por iniciativa de seu pai - e, finalmente, pelo Bauru Atlético Clube. Aos 15 anos, foi levado pelo ex-jogador Valdemar de Brito para treinar pelo Santos, onde brilhou e conquistou inúmeros títulos.

Na Seleção Brasileira, Pelé foi chamado ainda com 16 anos, dez meses depois de chegar ao Santos, e estreou em 1957 na derrota para a Argentina por 2 a 1, pela extinta Copa Rocca - foi dele o gol brasileiro. Fez 114 gols em 95 partidas pela Seleção, tendo conquistado as Copas de 1958, 1962 (onde se machucou na segunda partida) e 1970.

PELÉ e GARRINCHA (Foto) - Após os títulos pela Seleção e pelo Santos - foram 10 campeonatos paulistas, duas Libertadores e duas Copas Intercontinentais (atual Mundial de Clubes) - e do milésimo gol - marcado em 1969, no Maracanã, contra o Vasco -, Pelé aventurou-se pelo futebol americano, onde atuou pelo New York Cosmos entre 1975 e 1977, com o objetivo de difundir o futebol na terra da bola oval.

Depois de pendurar as chuteiras, a vida de Pelé não ficou menos movimentada. Antes mesmo de encerrar a carreira, se formou em Educação Física pela Universidade Metropolitana de Santos. Namorou a apresentadora de TV Xuxa. Foi ministro dos Esportes de 1995 a 1998, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Nessa função, aprovou mudanças na Lei Zico e a legislação, que passou a ser conhecida como Lei Pelé, foi criticada por muitos dirigentes e especialistas do desporto.

Pelé parou uma guerra na África, em 1969, gravou inúmeros comerciais de televisão, gravou vídeos em que tentava ensinar a arte de jogar futebol, jogou com camisas de outros clubes em amistosos e excursões - como Fluminense, Flamengo e Vasco -, recebeu o título de "Sir" da Ordem do Império Britânico, deu (ou melhor, esqueceu de dar) a bandeirada final no GP do Brasil de Fórmula 1, em 2002...

Deu nome ao principal estádio de Alagoas - o Rei Pelé -, inaugurado em 1970. Foi eleito pelo jornal francês "L'Équipe" o Atleta do Século, em 1981. A mesma honraria foi concedida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), em 1999. Em eleição realizada em 2000 com ex-atletas, dirigentes e ex-técnicos, a Fifa o elegeu como o Melhor Jogador de Futebol do Século XX.

O APELIDO
- O jovem Edson Arantes do Nascimento era chamado de Dico pela família. O apelido Pelé
veio depois, numa história repleta de ironias. Assistindo ao jogo de seu pai em São Lourenço, cidade próxima a Três Corações, o menino de 5 anos ficava maravilhado com as defesas do goleiro Bilé, destaque nos jogos de futebol da região. Só que o garoto não conseguia pronunciar o nome do goleiro direito e gritava "Pilé, Pilé". A criançada ficava brincando com o garoto sobre a pronúncia errada e o começaram a chamar de Pelé. O apelido chateou o garoto, mas pegou e perdura até hoje.

LANCENET!

CADA VEZ MAIS "MITO"!!!

PARABÉNS AO "REI PELÉ - O ATLETA DO SÉCULO" - 70 ANOS DE IDADE!!!
- 23/10/2010: Mais do que conhecido como o maior gênio do Futebol Mundial, PELÉ chega aos 70 anos como uma marca indelével.


Quarta-feira, 20 de outubro de 2010, os professores de Educação Física Laércio e Walter se preparam para mais uma aula com os alunos do Ensino Fundamental 1 do Colégio Madre Alix, em São Paulo. Antes da corrida inicial dos alunos, uma pergunta para os garotos e meninas de até 6 anos de idade. "Quem conhece o PELÉ?" A resposta das crianças é rápida e decidida, como era característica do maior jogador de futebol de todos os tempos: "Eu, eu, eu". No ano de 2007, na entrega do prêmio da Fifa ao Melhor Jogador do Mundo, em Zurique, Suíça, o brasileiro Kaká, o argentino Messi e o português Cristiano Ronaldo disputavam o primeiro lugar na disputada eleição, mas quem chamou a atenção do seleto público foi Edson Arantes do Nascimento.

São dois exemplos da imortalidade de um personagem esportivo, que se transformou na maior marca pessoal que já existiu e que neste sábado completa 70 anos de vida. Sem chutar uma bola profissionalmente desde 1977, PELÉ permanece com credibilidade, respeito e admiração por parte do público, o que o torna alvo predileto dos mais diversos tipos de produtos para os quais negocia quantias milionárias e assim liga sua imagem a comerciais para todos os tipos de mídias pelo mundo. Um estudo dos autores ingleses Des Dearlove e Stuart Crainer, especialistas em poder das grifes, diz que a marca PELÉ poderia atingir US$ 1 bilhão, superando os astros Michael Jordan, Tiger Woods e Muhammad Ali.

Levantamento recente da revista Dinheiro aponta que, para se explorar a marca PELÉ nos próximos 20 anos, seriam necessários R$ 600 milhões, o que garantiria ao Rei do Futebol R$ 30 milhões anuais, o mesmo que Cristiano Ronaldo recebe para defender o Real Madrid. O salário do jogador português é o maior do futebol mundial na atualidade. Ibrahimovic, do Milan, Messi, do Barcelona, Samuel Eto´o, da Internazionale, e Kaká, do Real Madrid, na ordem, todos ficam atrás do eterno camisa 10 do Santos e da seleção brasileira.

Mas o que faz PELÉ ser diferente de outros grandes ídolos do futebol, que também já pararam e com o tempo perderam parte da aura que acumularam em suas carreiras? Muitos especialistas indicam que o maior "golaço" do Rei não foi nenhum dos 1.284 que estufaram as redes adversárias em duas décadas. Mas, sim, ter ido jogar nos Estados Unidos em 1975, para defender o Cosmos, de Nova York. Além dos salários de US$ 4,5 milhões por ano (excepcionais para a época) e a divulgação de um esporte com pouco interesse na terra do Tio Sam, PELÉ teve a oportunidade de conviver com grandes investidores dos EUA, que lhe abriram as portas para vantajosos contratos publicitários. Há tempos, PELÉ sonha com a aposentadoria. Mas parece que essa disputa ele não vai vencer nunca.

NASCE A LEGENDA
PELÉ
surgiu quando o garoto Edson, aos 4 anos, jogava bola com seus amigos. Na época, ele atuava no gol - talento que só seria reconhecido anos depois, como atleta profissional - e gritava a cada defesa: "segura Bilé, defende Bilé". Homenagem ao goleiro do Vasco de São Lourenço (MG), time que seu pai defendia antes de ser contratado pelo Bauru Atlético Clube. Como os companheiros não entendiam quem era "Bilé" passaram a chamá-lo de PELÉ, apelido que PELÉ de início detestou e acabou incentivando os colegas a seguirem com a gozação.

INIGUALÁVEL
O maior camisa 10
possuía habilidades múltiplas.

Uma pergunta eterna no meio esportivo é para se saber qual o melhor atleta em cada modalidade. No futebol, não é diferente. As discussões são eternas e jamais se chegará a um acordo. "Ninguém teve maior domínio de bola que Diego Maradona", apontam os argentinos. "O conhecimento tático de Johan Cruyff foi indiscutível", assinalam os holandeses. "Não existiu alguém que driblasse como Garrincha", atestam os botafoguenses. "Nenhum jogador teve a classe e categoria do francês Zinedine Zidane", reverenciam os franceses. "Zico foi o maior cobrador de faltas da história", anunciam os flamenguistas. Pois bem, cada grupo ressalta o que cada um de seus ídolos fez de melhor em sua carreira. Nessa briga de opiniões, os brasileiros, principalmente os torcedores do Santos, se sentem à vontade para destacar que o futebol de PELÉ foi inigualável. Isto porque o eterno camisa 10 conseguiu realizar todos os fundamentos sempre muito bem.

PELÉ sabia driblar curto, carregar a bola (sem olhar para ela) em uma velocidade quase sempre superior à de seus marcadores. Tocava a bola e finalizava a gol com a mesma precisão e potência com ambas as pernas. Tinha total controle sobre ela e seu passe, na maioria das vezes, deixava seus companheiros na cara do goleiro adversário. Como herança de seu pai, Dondinho, sabia cabecear de olhos abertos, para procurar o local mais longe do alcance dos goleiros. Tinha técnica para cobrar faltas e até se apresentava com totais condições para atuar no gol. Enfim, ele conseguiu reunir a habilidade para realizar todas as características que cada um dos gênios citados anteriormente conseguia fazer.

OS OUTROS APENAS APLAUDEM
Este dom
lhe proporcionou atingir marcas que se transformam a cada dia cada vez mais intransponíveis. PELÉ não foi o único a atingir a marca de 500 gols. Mas o detalhe é que tal feito foi atingido aos 21 anos e dez meses, enquanto Romário só foi alcançar aos 31 anos e Bebeto, aos 35. E mais. Em 1958, temporada em que completou 18 anos, apenas a sua segunda pelo time do Santos, PELÉ anotou 58 gols só no Campeonato Paulista.

ÍCONE
No futebol, a camisa 10
só se transformou o uniforme preferido dos craques a partir da Copa do Mundo de 1958.

GOLEIRO
"O Pelé era muito bom no gol.
Se tivesse se dedicado à posição poderia ter rivalizado com o Gylmar (dos Santos Neves, maior goleiro da história do futebol brasileiro)", disse Pepe, ponta-esquerda do time do Santos na década de 1960.

A MAIOR PARCERIA
Foi com Garrincha que PELÉ
obteve os resultados mais expressivos. Com os dois em campo, a Seleção Brasileira jamais perdeu. Em 40 jogos, foram 35 vitórias e 5 empates.

RECORDES
Em 21 anos de carreira (1956 a 1977), Pelé somou 59 conquistas e marcou 1.284 gols,
com uma média de 0,93 por jogo. Ele é o maior artilheiro em uma temporada - em 1959, com 127 gols. Pela Seleção, foram 115 jogos (92 oficiais), com 95 gols, e conquistou por 11 vezes a artilharia do Paulistão.

CONTRA O CEARÁ
Presidente Vargas foi palco do jogo mil de PELÉ.
Um jogador como PELÉ era atração em todo lugar do mundo
. E no estado do Ceará não foi diferente. O "atleta do século" desfilou toda sua elegância nos gramados cearenses, em confrontos com Ceará, Fortaleza e Ferroviário, no Presidente Vargas.

E um confronto em especial marcou o futebol cearense. O jogo mil de PELÉ com a camisa do Santos. No dia 3 de maio de 1972, no estádio Presidente Vargas, o Ceará receberia o time paulista pela Série "A" daquele ano. O atual técnico do Ceará, Dimas Filgueiras, que jogou pelo Vovô naquele dia, lembra como o estádio estava lotado. "O PELÉ foi sempre atração. O PV estava lotado. Mas quem veio assistir o Pelé, viu o Ceará, pois vencemos por 2 a 1, de virada".

Dimas também lembra
um feito do Vovô: quando Pelé enfrentou o Alvinegro, nunca venceu. "O Ceará sempre foi uma pedra no sapato do PELÉ".

GENTILEZA
- O ex-volante Edmar Araújo (Foto)
, lembra a fidalguia de PELÉ. "Em 1968, o Ferroviário, pelo qual também joguei, foi campeão invicto e fez um jogo de entrega de faixas contra o Santos. Houve um pênalti duvidoso para eles e quando o Pepe foi cobrar, o PELÉ disse: "não estrague a festa deles, chute para fora. E foi o que Pepe fez", lembrou ele.

ENTREVISTA - MÁRIO JORGE LÔBO ZAGALLO
"O PELÉ era completo, Maradona era só mais um bom jogador".

Vocês conviveram juntos por muito tempo, além de serem contemporâneos no futebol. Que recordações o senhor guarda do início da carreira dele?

- Quando PELÉ chegou à Seleção, em 1957, todo mundo ficou surpreso. O comentário geral era de que aquele garoto só podia ser um prodígio, um fenômeno. Garrincha, Nilton Santos, todos já olhavam para ele com alguma admiração.

Devido a essa convivência, vocês eram próximos? Por ser nove anos mais velho, chegou a dar conselhos?
- Ele sempre foi muito bacana comigo. Mas quem deveria dar conselhos para quem? O que eu fazia era observar o jeito dele, como dava os dribles sensacionais, os gols, as jogadas.

De algum modo, tentou aprender algo com o PELÉ?
- Claro, sempre. Teve um jogo do Santos, não lembro se eu estava no Flamengo ou Botafogo, em que o adversário veio roubar a bola e eu dei só um toquezinho com o bico da chuteira. O cara passou direto que nem uma flecha. Aí o Pelé veio e me disse: "você é inteligente, hein?" Eu não respondi nada, na verdade eu fiz aquela jogada no melhor estilo PELÉ.

Como foi sua experiência como treinador dele em 1970?

- Logo no primeiro treino da Seleção, ele me disse: "Zagallo, você pode me botar na reserva, só não quero que seja desleal comigo". Referia-se a uma declaração atribuída ao João Saldanha (técnico demitido para dar vez a Zagallo), de que ele, Pelé, estaria cego. Naquele momento, eu lhe respondi: "PELÉ, aqui na Seleção é você e mais dez".

Como era o PELÉ nas concentrações da Seleção?
- Era 100%.
Uma vez estávamos num hotel do Rio, a poucos dias da Copa de 70, e havia um aglomerado de gente na recepção. Estava um clima festivo e o PELÉ pediu uma reunião dos jogadores com a comissão técnica. Disse que aquilo parecia uma diversão, que não estava gostando daquela festa toda.

PELÉ acumulou inúmeros momentos marcantes na história do futebol. Das grandes jogadas feitas por ele, qual a que você destacaria?
- A do jogo com a Tchecoslováquia, em 70, em que ele chuta do meio de campo tentando encobrir o goleiro. Eu estava no banco e não entendi nada. "O que ele está fazendo, meu Deus?", pensei comigo. A minha dedução, nunca perguntei a ele, foi que ele estava dando resposta ao Saldanha, de que não era cego.

Há comparações entre Maradona e PELÉ?
- Muitas. O PELÉ foi tricampeão mundial. O Maradona só ganhou uma Copa. O PELÉ marcou quase 1.300 gols. O Maradona não chegou nem aos 400. O PELÉ era completo. O outro foi um bom jogador.

Estiveram juntos por muito tempo, mas agora, que já se aposentaram, vocês mantêm contato?
- Não tenho o número do telefone dele. É uma pessoa muito difícil de encontrar, está sempre viajando.

Vai enviar um telegrama ao PELÉ pelos 70 anos?
- Meu filho, se você souber o endereço dele... Eu não consigo falar com esse homem. Vou aproveitar essa entrevista e, por meio de vocês, vou mandar os parabéns ao Pelé por tudo que ele representa. É o nosso Rei.

Mário Jorge Lôbo Zagallo
Diário do Nordeste
23/10/2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ROMÁRIO - Entrevista!!!

ENTREVISTA - ROMÁRIO.
- "Good boys não resolvem".
- O ex-jogador critica a Lei Pelé e promete trabalhar para tentar criar novas propostas e erradicar suas falhas.

Recém-eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, Romário fala sobre os desafios de sua nova profissão, para a qual confessa ainda não estar preparado, e diz que é fã do estilo "marrento" de Neymar.

Você já procurou se aprofundar sobre o papel desempenhado por um parlamentar?

- Um deputado federal tem seus deveres e obrigações e, com certeza, uma delas é fiscalizar, outra delas é legislar e, se você me perguntasse hoje se eu estou preparado para isso, eu diria: preparado não, mas eu estou me preparando. E irei procurar me acompanhar de profissionais competentes e honestos para cumprir com os meus objetivos.

Como você pretende utilizar a Copa 2014 e as Olimpíadas do Rio como pontos de partida para projetos voltados para os jovens?
- A gente tem que aproveitar este momento e passar para estes jovens e crianças que a oportunidade que eu tive eles também poderão ter. O meu objetivo é fazer vilas olímpicas, centros poliesportivos dentro das comunidades ou próximo a elas, centros de tratamento para as crianças com necessidades especiais... enfim, estou com vários projetos na cabeça.

O que você pode trazer de positivo para ser discutido sobre a Lei Pelé, que desde sua criação sempre teve como característica a complexidade de inúmeras emendas que já sofreu?
- Existem algumas coisas que são falhas na Lei Pelé, como em quase todas as leis do nosso país, e tentarei rever e consertar estas falhas. Hoje o clube é um dos mais prejudicados pela Lei Pelé. Hoje, o atleta faz sua base, o clube tem gastos com ele por quase sete anos, abre as portas para ele jogar e, se o atleta chegar aos 16 anos e não tiver um contrato com ele, vai embora. E tudo aquilo que o clube fez é deixado para trás. Isto, é uma das falhas dessa lei.

Ser jogador de futebol famoso e rico, hoje em dia, na sua opinião, é mais fácil do que na época em que você começou?
- É. Hoje em dia, o jogador de futebol ganha muito mais do que na época em que comecei. E é isso mesmo, as coisas mudam e, com certeza, daqui a alguns anos as coisas vão mudar para mais. Eu, particularmente, não tenho nada do que reclamar, tive a minha fase, aproveitei bastante e eu espero que estes jogadores de hoje saibam ganhar dinheiro e que, também, possam representar bem a Seleção, que na minha opinião é o que mais vale na carreira.

Aqui, tivemos o caso de um jogador que estourou no início da década como grande revelação, o Clodoaldo. Inclusive, muitos comparavam o estilo dele com o seu. Só que ele não conseguiu vingar nacionalmente porque não soube lidar com a fama repentina. Você, de alguma forma, se preparou para ser famoso?
- Não. As coisas foram acontecendo na minha vida quando tinham de acontecer. E a gente é que escolhe os caminhos bons ou ruins. Resolvi escolher o caminho bom e positivo, mesmo com todas as dificuldades que tive. Meus pais sempre me ensinaram a ter uma boa índole. Então, acho que a preparação de cada um vem da família e não quero dizer com isto que as famílias de muitos que não conseguiram vingar são as culpadas.

Quando surgiu, exatamente, a ideia de virar político?
- Enquanto jogava, nunca pensei em ingressar na vida política. Isso aconteceu no ano passado, quando tive uma reunião com o presidente regional do PSB (Partido Socialista Brasileiro) do Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso. A gente conversou algumas coisas, na verdade, tivemos umas quatro ou cinco reuniões, até eu decidir. Essa transição de ex-jogador e ídolo para político foi uma coisa totalmente diferente, não tinha a menor ideia de como as pessoas iriam reagir, mas, foram quase 150 mil votos e fiquei muito feliz.

Você pensa em ocupar algum cargo no Executivo no futuro?
- É muito cedo. Fui eleito para o cargo de deputado federal e pretendo exercer, no mínimo, esses quatro anos de mandato. Claro que um cargo no Executivo, para um cara como eu, que sempre fui de fazer e executar, me daria muito mais oportunidades de realizar, mas como deputado, tenho certeza de que conseguirei fazer o que projetei.

Como você conseguiu ter uma carreira tão longa, sendo, como todos sabem, um cara da noite?
- Continuo gostando muito da noite, mas talvez a minha diferença para muitos é a de que nunca bebi, não fumei e nunca usei nenhum tipo de droga. A minha noite era mesmo para ouvir a minha música, para dançar e sair com os amigos. Infelizmente, muitos não curtem como eu curtia e como ainda curto, embora um pouco menos que antes, e talvez essa tenha sido a diferença.

O Neymar tem tido um início de carreira marcado pela sua genialidade e algumas polêmicas. Qual a sua opinião sobre ele?
- Particularmente, sou fã do Neymar por ele ser polêmico e bom jogador. O Brasil precisa de jogadores assim. E chega de bonzinhos que não resolvem p... nenhuma. Talvez eu tenha sido um dos últimos polêmicos que apareceram no Brasil e estes "good boys" não resolvem. Se o Neymar for polêmico e resolver, principalmente na Seleção, para mim é muito bem aceito.

Você vê algum tipo de semelhança entre ele e você?
- Não tem semelhança nenhuma. Já tive a mesma idade dele e arrumei alguns problemas, pelo fato de ser jovem e não ter experiência, mas tudo isso faz parte da vida de um jogador. Daqui a pouco vai passar.

Até que ponto você pode servir de referência para seu filho Romarinho?
- O Romarinho sabe que ele vai ter pela frente algumas dificuldades por conta de ser meu filho. Ele já tem 17 anos, já entende muito bem das coisas, está seguindo a carreira de futebol no juvenil do Vasco e acredito que ele possa vir a ser respeitado. É inevitável, sempre irão comparar. Mas, acredito muito nele, principalmente, porque ele tem muita força de vontade, sabe jogar futebol.

Qual era a melhor dupla: Stoichkov e Romário; Bebeto e Romário ou Romário e Ronaldo?
- Tive o privilégio de fazer parte destas grandes duplas. Mas para mim, a que mais marcou foi a que fiz com o Bebeto. Vestimos por muito tempo a camisa da Seleção, ganhamos todos os títulos que disputamos.

Você se arrepende de ter jogado no futebol brasileiro, apenas no Rio de Janeiro?
- Não. Não tive nenhum tipo de prejuízo. Sou Rio até no nome: Romário. Sempre respeitei os outros Estados e clubes, mas não me arrependo de ter atuado em quatro (Flamengo, Vasco, Fluminense e América) dos cinco grandes clubes cariocas.

Qual sua relação com o Estado do Ceará? Você ainda costuma passar férias aqui?
- Sempre gostei de Fortaleza. Sempre nos finais de temporada, quando ainda jogava, eu pegava minha esposa e meus filhos e vinha para cá. Me sinto bem a vontade aqui.

Você tem ou teve algum projeto voltado para o Ceará?
- Já tive convites para vir trabalhar com o futebol aqui do Ceará depois que eu parei. Mas, a gente acabou não acertando e fiquei pelo Rio mesmo. Na política, como deputado federal, dentro do que um parlamentar pode fazer pelo Brasil, eu sempre irei trabalhar em prol do Nordeste. O Nordeste é sempre uma região do nosso País que a gente tem sempre muito carinho e respeito. E o que seria o Brasil sem o Nordeste? Na minha opinião nada.

ÍKARA RODRIGUES
REPÓRTER

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

EVANDRO LEITÃO EXPLICA CANDIDATURA!!!

EVANDRO LEITÃO EXPLICA CANDIDATURA.

Evandro Leitão (Foto) e a Torcida do Ceará.
“Nossa intenção não é apenas que o Ceará esteja na Série "A", mas transformar o Ceará em um Clube de Série "A"”, Evandro Leitão.


Único dirigente de Clube do estado do Ceará a se colocar como candidato na disputa eleitoral desse ano com a promessa de ser representante do próprio Clube, o presidente do Ceará Sporting Club, Evandro Leitão, acredita na força da torcida Alvinegra para chegar ao cargo de deputado estadual. O Artilheiro procurou saber do dirigente do Ceará sobre a sua intenção em relação ao Ceará após as eleições. “Nossa intenção não é apenas que o Ceará esteja na Série A, mas transformar o Ceará em um Clube de Série "A"”, Evandro Leitão.

Artilheiro: O que o motivou a se candidatar a deputado estadual?

Evandro Leitão:
A vontade de dar ao Ceará uma representação na assembléia legislativa, na política de uma forma geral, mas um representante de verdade, realmente comprometido com o Clube.

Artilheiro: O fato de historicamente a torcida do Ceará ter sido responsável pela eleição de pessoas que passaram pela direção do Clube não teve nenhum tipo de influência na decisão de ser candidato?

Evandro Leitão:
Olha, de certa forma sim. Mas foi uma motivação de fazer diferente. Como qualquer torcedor do Ceará eu votei em candidatos que se colocaram como defensores do Clube e fui frustrado. A minha intenção é fazer o contrário dos que nos frustraram. Meu mandato estará realmente a serviço do que é melhor para o Clube, essa é a minha real motivação.

Artilheiro: O que o faz pensar que a torcida do Ceará, como você mesmo disse, frustrada com candidatos que se elegeram e esqueceram o Clube, vai votar mais uma vez em um candidato com essa proposta?

Evandro Leitão:
Exatamente por essa experiência que o torcedor do Ceará tem. Basta comparar nossa gestão com as gestões dos outros dirigentes que se colocaram como candidatos. Não quero fugir a ética citando nomes, mas as ações são notórias. Nunca fiz da minha gestão a frente do Ceará uma campanha, é só comparar.

Artilheiro: O fato do Clube não ter sido campeão esse ano pode atrapalhar sua eleição?

Evandro Leitão:
Acredito que não, mas é bom tocar nesse assunto. Poderíamos ter feito loucuras financeiras para nos valer de conquistas efêmeras e enganar o torcedor como aconteceu em outros momentos, mas ao invés disso saneamos financeiramente o Clube, preparamos para ter maiores conquistas e que possam vir com mais constância.

Artilheiro: Mas essas conquistas ainda não aconteceram, por que?

Evandro Leitão:
Eu discordo desse pensamento e tenho certeza que o torcedor do Ceará também discorda. Foi essa nossa forma de gestão que nos levou a uma Séria A do Campeonato Brasileiro. O Ceará voltou a disputar uma primeira divisão após 16 anos e não conseguiu o acesso em um golpe de sorte, o Ceará foi preparado para isso.

Artilheiro: Sobre a Série "A", o Clube vive um momento complicado, próximo da zona de rebaixamento...

Evandro Leitão:
(Interrompe) Estamos disputando a Série "A" depois de muito tempo e nossos adversários diziam que na metade da competição o time estaria rebaixado, mas ao contrário disso não entramos em nenhum momento na zona de rebaixamento. É claro que não estamos satisfeitos e estamos fazendo o possível para melhorarmos a nossa posição.

Artilheiro: As inscrições para o Campeonato Brasileiro se encerraram, não foi um erro não fazer algumas grandes contratações que poderiam ajudar a equipe e a sua eleição também?

Evandro Leitão:
De forma nenhuma. Nunca trabalhamos assim e não seria gora. Nós pagamos em dia, temos um clube que não gasta mais do que arrecada, temos a confiança de mais de 10 mil torcedores oficiais. Essa é uma responsabilidade que como presidente do Clube preciso cumprir. Espero que o torcedor entenda que nossa intenção não é apenas que o Ceará esteja na Série A, mas transformar o Ceará em um Clube de Série A. Nossa meta é transformarmos o Ceará no maior Clube do Nordeste. Se continuarmos agindo dessa forma um dia poderemos contratar jogadores já reconhecidos de forma natural, sem sairmos da nossa política financeira, mas isso tudo leva tempo e determinação.

Artilheiro: Quer dizer que a atual gestão dentro do Ceará tem como base única essa política de não gastar mais do que se arrecada?

Evandro Leitão:
Não é a base única da nossa gestão, mas precisamos perceber que isso precisa nortear qualquer economia. Mesmo na nossa casa se gastarmos mais do que ganhamos nossa tendência é o endividamento, imagine em um Clube como o Ceará. O maior Clube do estado, a maior torcida do estado e todos os olhos do estado voltados para ele. A pressão é grande, mas o nosso trunfo é que o torcedor estava tão desgastado com o Ceará que ganhava alguns campeonatos, fazia contratações bombásticas e depois jazia em causas trabalhistas. Por isso o torcedor entende nossa forma de agir.

Artilheiro: Se a política de não gastar mais do que se arrecada não é a base única, o que mais norteia a sua gestão?

Evandro Leitão:
São tantas coisas. A valorização das categorias de base, voltamos a ganhar títulos nas categorias de base, nunca tínhamos ganhado um Campeonato Cearense Sub/18 e fomos campeões esse ano. Além disso, estamos revelando atletas. Atualmente já temos o zagueiro Pablo em nosso elenco e no futuro teremos outros atletas do grupo que está sendo preparado para disputar o brasileiro Sub/20 no final do ano. Na estrutura física do Clube a mudança foi muito grande, basta uma pessoa que conhecia como era a estrutura do Ceará antes chegar agora e verá a diferença. Mas há outro ponto, pouco explorado, que torna nossa gestão ímpar no Ceará, a construção de um patrimônio dentro de campo. A maioria dos atletas que atuam pelo Ceará tem direitos federativos ligados ao Clube. Isso significa que o Clube não precisa mais ficar contratando um elenco inteiro a cada início de temporada. Hoje já temos mais que um time para o próximo ano. Podemos somar a isso que alguns desses atletas são bastante jovens e podem gerar lucros para o Ceará em caso de transferência de seus direitos federativos.

Artilheiro: Que jogadores são esses que podem gerar lucros para o Clube no caso de serem transferidos?

Evandro Leitão:
Na verdade quase todos os atletas do elenco atual têm contratos além do final do ano e todos com multas rescisórias, mas é importante salientar que não temos interesse imediato em negociar nenhum desses jogadores. Parece claro, no entanto, que atletas jovens como Misael, Anderson, João Marcos e o próprio Pablo, que foi revelado pela nossa categoria de base, não devem jogar pelo Ceará até o final de suas carreiras, em algum momento devem ser alvo do interesse de outras equipes e é aí que a multa rescisória nos será útil. Ao contrário do que acontecia em outros momentos os valores entrarão para o Clube e não para os empresários.

Artilheiro: Em relação a estrutura física do Clube é verdade que nada novo foi feito, apenas reformas no que já existia.

Evandro Leitão:
Não, não é verdade. Criamos vários equipamentos novos, as salas para o departamento de futebol próximo dos jogadores, antigamente funcionava de forma precária, construímos uma picina para os atletas, com a finalidade de ser um equipamento a disposição do departamento físico, mas também para o lazer dos jogadores. Criamos o departamento de fisiologia, um avanço para o Ceará. E também foi construído um consultório de odontologia para completar o nosso complexo de saúde. Mas é claro que temos muito orgulho de termos deixado em condição de uso ou em melhorarmos os equipamentos que já existiam. A entrada de nossa sede administrativa, os vestiários e a rouparia do Clube, a área interna do setor de futebol profissional, transformamos o alojamento principal em hotel e nosso outro alojamento em um espaço para os atletas repousarem e o Clube ainda está em obras, sempre melhorando, agora mesmo está sendo construído um estacionamento para a imprensa.

Artilheiro: Qual das opções o levaria a deixar a presidência do Ceará, ser eleito ou não ser eleito?

Evandro Leitão:
Vou ser bem direto para não deixar nenhuma dúvida. Em nenhum dos dois casos eu estaria inclinado a deixar a presidência do Ceará. Se for eleito acredito que nossa colaboração com o Ceará iria além das funções de presidente da instituição, mas se isso não ocorrer já demonstramos que com a capacidade do nosso grupo e nossa vontade de trabalhar faremos um Ceará cada dia mais próximo do que cada torcedor gostaria.

Equipe Artilheiro