PERSONALIDADES DO ESPORTE

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

DONA HELENA SIMBOLO ALVINEGRO!!!

Entrevistas
      
“O Ceará fez a minha vida ser mais feliz”
             Símbolo alvinegro, Helena Oliveira fala sobre seus 49 anos de Ceará

Helena conquistou a todos que passaram pelo Ceará Sporting Club              


No dia 08 de outubro de 1947, começou a ser escrita a história de uma guerreira: Maria Helena Oliveira da Silva. Natural de Maranguape/CE, a cearense se mudou para a capital logo aos sete anos, quando teve que amadurecer para vencer na vida. Depois de se casar aos 15 anos, Helena conseguiu um emprego no Ceará Sporting Club, onde está até hoje.

Mãe de três filhas (Cristina Santana, Taciana Oliveira e Ana Maria Oliveira), Helena conquistou a todos que passaram pelo Ceará Sporting Club, tornando-se um símbolo alvinegro, afinal, é a funcionária mais antiga do clube. Em entrevista exclusiva ao CearáSC.com, esta torcedora apaixonada pelo Vozão fala sobre os seus 49 anos de Ceará e revela histórias de sua vida.

CearáSC.com: Como começou a história entre Dona Helena e o Ceará Sporting Club?
Dona Helena:
Tudo começou no dia 09 de agosto de 1964, se eu não me engano. Meu marido cortava grama do estádio e arrumou uma vaga para eu lavar as roupas dos jogadores e comissão técnica... Muitos achavam que eu não daria conta, mas consegui fazer bem meu trabalho e estou aqui até hoje.

CearáSC.com: Como foi seu primeiro dia de trabalho no Ceará? Aconteceu algo que marcou?
D. Helena:
Eu já sabia lavar roupa e quando fui pegar o material me assustei. Era muita coisa e eu tive que lavar tudo em casa. Tudo tinha que ser lavado à mão, com sabão de barra e, logo no começo já cometi um erro. Fui lavar o material e vi algumas ataduras usadas, então, joguei tudo fora, achando que não servia mais... Achei que era um monte de pano velho, sem serventia... Só sobrou um par de ataduras, que eu só não joguei porque estava novo.

CearáSC.com: Como começou: Como conseguiu iniciar um trabalho, tendo dificuldade para lavar a roupa em casa?
D. Helena:
O pessoal ficou até com pena de mim, foi daí que surgiu a chance de me mudar para morar no clube. Eu sempre fui muito séria com as minhas coisas e se aquele era o meu trabalho, eu tinha que fazer. Era cansativo, mas essa fase não durou muito tempo.

CearáSC.com: Como começou: Então, você morou dentro da sede do Ceará Sporting Club?
D. Helena:
Morei sim. Logo quando cheguei ao Ceará para trabalhar recebi o convite para morar aqui. Como eu tinha que levar as roupas para casa e lavar tudo lá, as pessoas reclamavam porque eu carregava muito peso. Um treinador que estava aqui, Gilberto de Carvalho, que já faleceu, pediu para os dirigentes do clube deixarem eu morar nas instalações e foi assim que comecei a viver no Ceará.

CearáSC.com: Como começou: Como era o ambiente desta sua nova casa?
D. Helena:
Na verdade nem era uma casa mesmo... Era a antiga cozinha do clube e eu lavava as roupas em um antigo poço que tinha ao lado. Tudo no Ceará era assim... A gente sempre dava um jeito para fazer as suas atividades. O clube não tinha tantas condições, então, os funcionários se desdobravam para fazer as suas funções.

CearáSC.com: Como começou: Como surgiu a oportunidade de ter uma casa própria?
D. Helena:
Isso aconteceu recentemente, quando eu já havia me separado do meu ex-marido, mas eu nem lembro ao certo. O Evandro tinha projetos para o clube e a minha casa estava no caminho, então, ele comprou uma casa ao lado do clube e é lá onde eu moro com uma de minhas filhas.

CearáSC.com: Como começou: Foram muitos anos morando dentro do clube. O que sentiu ao ter que sair?
D. Helena:
Por um lado fiquei feliz, mas por outro fiquei com medo. O Evandro havia comprado um local para mim, mas eu sempre gostei e me acostumei a ficar aqui 24 horas por dia. Ele queria construir uma casa para mim dentro do clube mesmo, mas ficou com medo de, futuramente, outro presidente querer me tirar daqui, então, preferiu comprar logo uma casa. Pensei que fosse mudar muita coisa na minha vida e até que eu seria demitida depois de sair de dentro do clube, mas confiei nele e deu tudo certo.

CearáSC.com: Como começou: O que você pensa do Presidente Evandro Leitão?
D. Helena: Eu sempre me dei bem com todos os presidentes que passaram por aqui, mas o Evandro foi especial. Sempre gostei dele e vi que ele se importava com as pessoas que tinham história aqui. Nunca ninguém me convenceu a sair de dentro do clube, mas ele me passou tanta confiança que eu aceitei uma vida morando fora do Ceará... Ainda bem que a minha casa fica bem em frente à sede.

CearáSC.com: Como começou: Como é o seu novo ambiente de trabalho?
D. Helena:
Estando dentro do Ceará... Eu fico feliz e a lavanderia é ótima. As pessoas até brincam que as vezes eu digo “minha casa”, quando estou me referindo à lavanderia. Eu tenho tudo lá... TV, rádio, guarda-roupa, cadeiras, mesas, além de todo o material para trabalhar... Eu tenho máquinas que me ajudam demais no meu serviço... Mudou tudo e o meu trabalho ficou mais fácil e prazeroso para uma pessoa com a minha idade.

CearáSC.com: Como começou: Antes de vir trabalhar no Ceará, você já torcia pelo clube?
D. Helena:
Já torcia sim, mas nunca tinha tido a oportunidade de ir ao estádio. Comecei a trabalhar aqui e fui algumas vezes para os jogos, mas eu confesso que eu prefiro acompanhar pelo meu radinho de pilha. Me acostumei assim e não faço questão de ir ao estádio hoje, mas sou torcedora sim... Não perco um jogo.

CearáSC.com: Como começou: Como você faz para acompanhar os jogos, já que não gosta de ir aos estádios?
D. Helena:
Eu nunca gostei de assistir no estádio e nem na televisão... Eu gosto do meu radinho. Fico feliz nas vitórias, chateada com derrotas, mas nunca mudei o meu jeito. O Ceará é tudo pra mim e as vezes me dá uma aflição saber que o time perdeu, porém, nada como um jogo após o outro.

CearáSC.com: Como começou: Duas de suas filhas trabalham no Ceará. O que você pensa disso?
D. Helena:
Elas foram criadas dentro do clube e conhecem o local tanto quanto eu, então, fico feliz pela Cristina e pela Taciana (Serviços gerais). Estou aqui há quase 50 anos, vivi grande parte da minha vida no Ceará e sou muito feliz, por isso, quero é que minhas filhas sejam felizes também, independente de onde elas trabalhem. Hoje estão aqui, batalhando ao meu lado e torço para que elas sejam felizes como eu fui e como eu ainda sou.

CearáSC.com: Como começou: Você já deixou claro que gosta muito do Presidente Evandro Leitão. Você admira mais alguém no clube?
D. Helena:
Falo muito do Dimas (Filgueiras, auxiliar técnico), pois, ele entrou no Ceará logo depois de mim, há muito tempo também. Vi ele jogar pelo time, se aposentar e permanecer aqui até hoje. Ele sempre ajudou e ainda faz isso pelo clube. Gosto muito do Dimas, principalmente por conta das vezes que o Ceará ia jogar os clássicos... Ele sempre escalava bem o time e nós vencíamos o jogo. Outra coisa boa que ele faz é dar oportunidades aos nossos meninos das Categorias de Base.

CearáSC.com: Como começou: Como é o seu relacionamento com os jogadores?
D. Helena:
Não tenho mais tanto contato com eles. Antigamente, todo mundo que chegava eu sempre fazia amizade, tratava todos eles como se fossem meus filhos e, quando eles deixavam o clube, eu ficava sentindo muito. Sempre me apeguei demais aos jogadores que defenderam o Ceará, mas o mundo do futebol é assim... Um jogador chega hoje e não passa muito tempo. É por isso que eu sempre destaco o Sérgio Alves, o Dimas, o Mota, o João Marcos e outros. Eles fizeram e fazem história aqui e isso é bonito.

CearáSC.com: Como começou: O que o Ceará Sporting Club representa na sua vida?
D. Helena:
Tudo... O Ceará fez a minha vida ser mais feliz. Aprendi muita coisa aqui e guardo tudo isso até hoje. Nunca me faltou um sorriso, nem disposição para trabalhar e, além de tudo isso, construí minha família graças ao clube... Vivo cada momento como se fosse o último e agradeço a Deus por tudo o que eu tenho, afinal, algumas pessoas acompanham o futebol de fora e nem imaginam as histórias que o time tem, enfim, o Ceará representa muita coisa na minha vida.

           

 
CearáSC.com

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ENTREVISTA COM VAGNER MANCINI, IDEALIZADOR DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TREINADORES!!!

Entrevista
18/10/2013 00:00:00
           
Vagner Mancini, idealizador da Federação Brasileira de Treinadores
           
"Mais da metade dos treinadores no Brasil não tem contrato assinado. Isso é uma vergonha", afirma Guilherme Yoshida        
               
As demissões dos treinadores no Campeonato Brasileiro deste ano, mais uma vez, foram mais frequentes do que os gols do artilheiro da competição.
 
Disputa para não ser rebaixado, algumas rodadas sem vitórias, muitos gols sofridos, críticas da torcida, motivação extra para o elenco, esquema tático indefinido, enfim. São vários os motivos apontados pelos dirigentes na hora de justificar o troca-troca destes profissionais em uma mesma temporada.
 
No entanto, este cenário pode estar com os dias contados se a Federação Brasileira de Treinadores de Futebol conseguir colocar em prática todas as suas propostas para mudar o tratamento que os técnicos têm atualmente no futebol nacional.
"Mais da metade dos treinadores no Brasil não tem contrato assinado. Isso, aos meus olhos, é uma vergonha. Queremos que os contratos de todos os treinadores sejam registrados nas federações e na CBF, como acontece com os atletas, entre outras reivindicações", afirma Vagner Mancini, principal idealizador da nova entidade da categoria, em entrevista exclusiva à Universidade do Futebol.
 
As demissões em grande rotatividade, porém, são apenas uma parte das mudanças que os técnicos buscam no atual cenário do futebol brasileiro. Outros fatores, como regulamentação da categoria, legislação adequada para o setor, falta de representatividade no governo federal e até de uma qualificação especifica para o exercício da profissão, entre outros, também minam o desenvolvimento desta classe, aponta Mancini.
 
Segundo o atual treinador do Atlético-PR, este panorama deverá mudar com o projeto de lei que será encaminhado em breve ao Senado, pelo qual a entidade pretende promover algumas mudanças que reflitam nos resultados dentro de campo.
"Nosso país tem dimensões continentais. Com isso, temos dificuldades para unificação de ideias e regulamentos. Então, qualquer pessoa pode ser treinador no Brasil e isso não é correto. Em primeiro lugar, o treinador tem de ter noção de treinamentos, de intensidade de treinos, de táticas, etc. Mas, ele também deve ser um educador, pois está lidando com seres humanos. Além disso, a cultura do jeitinho brasileiro, no qual o treinador é escolhido sem nenhum planejamento e a mentalidade amadora também fazem com que as estruturas não melhorem", analisa.
 
"A cultura do 'ter de ganhar' sem se preocupar com o trabalho em longo prazo, o discurso da mídia, que quer vender jornais e ter cada vez mais audiência, sem se preocupar em conhecer o dia a dia dos clubes e trabalhar em prol da evolução do esporte, também influenciam com este cenário ruim", completa.
 
Nesta entrevista, Mancini ainda revela como a federação vai se diferenciar do trabalho dos sindicatos e como a entidade pretende auxiliar os interessados em iniciar a carreira como treinador de futebol.
 
Confira a íntegra:
 
Universidade do Futebol – Como surgiu a ideia de se criar esta Federação? Quais são seus principais objetivos?
 
Vagner Mancini – A ideia surgiu em conversa com alguns treinadores que também estavam indignados com o tratamento dado aos técnicos. Resolvemos, então, sentar e dialogar pensando no que poderia ser feito para melhorar nossa classe e, consequentemente, regulamentar e organizar a profissão.
 
E para se atingir os principais objetivos é preciso regulamentar e organizar a profissão, dar ao treinador a possibilidade de ser respeitado, contrato reconhecido na CBF saindo no BID, com repasse de encargos à União, de ser qualificado através de cursos ministrados pela federação, de termos um representante no STJD, um representante no Conselho Nacional de Esportes, tempo mínimo de contrato com os clubes, entre outros objetivos.
"Com o formato que temos hoje em dia no Brasil, só estamos protegidos com vitórias e conquistas, não há maneira de proteger ninguém, com ou sem federação. Em primeiro lugar, temos de mudar a mentalidade dos dirigentes, da imprensa e dos torcedores", afirma Mancini

Universidade do Futebol – Quais serão os campos de atuação da Federação? O que vai diferenciar sua atuação de entidades como os Sindicatos de Treinadores, por exemplo?
 
Vagner Mancini – A federação vai atuar acima dos sindicatos, com mais força politica e com maior representatividade. No inicio queríamos fazer uma Associação de Treinadores. Mas, conversando com pessoas influentes, decidimos que seria melhor fundarmos uma federação.
 
No Brasil, já temos algumas associações, todas bem intencionadas, mas, com pouca força política para mudar esse quadro atual destes profissionais no futebol brasileiro. Os treinadores são filiados aos sindicatos e os sindicatos à federação.
"Em primeiro lugar, o treinador tem de ter noção de treinamentos, de intensidade de treinos, de táticas, etc. Mas, ele também deve ser um educador, pois está lidando com seres humanos", aponta o atual treinador do Atlético-PR

Universidade do Futebol – Que mecanismos estão sendo criados para que esta federação não seja mais uma entidade que começa com bons propósitos, mas que aos poucos se enfraquece diante da realidade dos treinadores, com pouco tempo e interesse de se dedicarem à causa do fortalecimento desta categoria profissional?
 
Vagner Mancini – Primeiramente, não somos sindicalistas, somos treinadores. Nenhum treinador quer seguir carreira dentro da federação. Queremos é que a esta classe profissional ganhe seus direitos através de projetos levados a Brasília.
 
Por exemplo, mais da metade dos treinadores no Brasil não tem contrato assinado. Isso, aos meus olhos, é uma vergonha. Queremos que os contratos de todos os treinadores sejam registrados nas federações e na CBF, como acontece com os atletas, entre outras coisas.
 
Temos pouco tempo para dedicar à federação, mas temos muita força para reivindicar e exigir mudanças em um país que é pentacampeão mundial dentro de campo e subdesenvolvido na sua estrutura fora dele.
A ideia surgiu em conversa com alguns treinadores que também estavam indignados com o tratamento dado aos técnicos. Resolvemos, então, sentar e dialogar pensando no que poderia ser feito para melhorar a nossa classe e, consequentemente, regulamentar e organizar a profissão, justifica

Universidade do Futebol – Como a FBTF pretende auxiliar os interessados em iniciar a carreira como treinador de futebol?
Vagner Mancini – A ideia da federação é criar cursos de preparação e formação para novos treinadores e também qualificar melhor os que já são profissionais na área do treinamento. Tudo isso com a chancela da Fifa e da CBF.
 
Com o atual modelo, nossos cursos não são aceitos em alguns países do exterior e, por isso, perdemos grandes oportunidades de atuarmos fora do Brasil. Em um futuro, a ideia é nos associarmos a uma universidade para oferecermos um curso superior para treinador de futebol.
Queremos que os contratos de todos os treinadores sejam registrados nas federações e na CBF, como acontece com os atletas, recomenda Mancini

Universidade do Futebol – Em sua opinião, quais são os principais entraves para a profissionalização dos profissionais que atuam nesta função dentro do futebol brasileiro?
 
Vagner Mancini – São muitos. Nosso país tem dimensões continentais. Com isso, temos dificuldades para unificação de ideias e regulamentos. Então, qualquer pessoa pode ser treinador no Brasil e isso não é correto.
 
Em primeiro lugar, o treinador tem de ter noção de treinamentos, de intensidade de treinos, de táticas, etc. Mas, ele também deve ser um educador, pois está lidando com seres humanos. Além disso, a cultura do jeitinho brasileiro, no qual o treinador é escolhido sem nenhum planejamento e a mentalidade amadora também fazem com que as estruturas não melhorem.
 
A cultura do "ter de ganhar" sem se preocupar com o trabalho em longo prazo, o discurso da mídia que quer vender jornais e ter cada vez mais audiência sem se preocupar em conhecer o dia a dia dos clubes e trabalhar em prol da evolução do esporte.
 
Outra coisa, a falta de organização dos profissionais, no caso os treinadores, para buscar coisas novas e compartilhar com os outros colegas de profissão ou profissionais do futebol, a carência de simpósios e encontros para a qualificação dos mesmos, a falta de uma liderança que possa organizar a classe e dar respaldo a esses profissionais, entre outros entraves.

Segundo o ex-jogador, a carência de simpósios e encontros para a qualificação dos técnicos e a falta de uma liderança que possa organizar a classe e dar respaldo a esses profissionais também são outros entraves
Universidade do Futebol – Como vocês pretendem proteger os treinadores da cultura do curtíssimo prazo, onde dois ou três resultados negativos precipitam a demissão do treinador? O que pode ser feito neste sentido? Que mecanismos podem ser propostos?
 
Vagner Mancini – A ideia é modificar o panorama através de um projeto de lei que será encaminhado ao Senado, onde queremos promover algumas mudanças na legislação atual.
Por exemplo, o pagamento total do contrato em caso de demissão. Nesse caso, o treinador não poderia atuar em outro clube naquela temporada e, quando um clube demitir o treinador, a diretoria só poderá contratar um outro profissional quando tiver a assinatura da rescisão encaminhada à CBF, entre outras ideias.
 
Com o formato que temos hoje em dia no Brasil, só estamos protegidos com vitórias e conquistas, não há maneira de proteger ninguém, com ou sem federação. Em primeiro lugar, temos de mudar a mentalidade dos dirigentes, da imprensa e dos torcedores, todos imediatistas, que querem resultados e conquistas a todo instante, como se o treinador tivesse uma varinha mágica para desenvolver trabalhos produtivos sem ter tempo adequado para executá-los.
 
Então, a única maneira é conseguirmos por meio de um projeto de lei, conforme citado, dar ao treinador um respaldo maior na legislação para que o dirigente saiba que demiti-lo gera um prejuízo aos cofres de sua agremiação, além de dar tempo a este profissional.
Com o atual modelo, nossos cursos não são aceitos em alguns países do exterior e, por isso, perdemos grandes oportunidades de atuarmos fora do Brasil, diz Mancini

Universidade do Futebol – A profissionalização do treinador de futebol, neste século XXI, passa inevitavelmente por uma boa formação e atualização de conhecimentos que lhe dê suporte. Você acredita que somente a formação em Educação Física é o caminho? Ou você pensa em um modelo de formação específico? Como você vê esta questão?
 
Vagner Mancini – Não acho que um estudante de Educação Física formado tenha capacidade de dirigir um clube de futebol somente pelos conhecimentos adquiridos no curso. Terá de ter também capacidade técnica e tática para desenvolver o seu trabalho.
Estamos longe do modelo ideal, no qual através da universidade, esse profissional aprendesse regras e conhecimentos essenciais para a profissão. Atualmente, a maioria dos treinadores é formada por ex-atletas, que pela experiência adquirida durante a carreira, acabam tendo uma chance maior de trabalho.
 
Se conseguirmos unir essa experiência prévia à parte acadêmica, teremos uma melhor formação dos técnicos de futebol no país, com noções básicas de psicologia, gestão de pessoas, estratégias, etc.
A pressão exercida em qualquer clube tem início na mídia e agora nas redes sociais e acaba ultrapassando os limites de segurança, revela

Universidade do Futebol – Muitas vezes, a relação entre a mídia e os treinadores é tensa e conturbada. No seu modo de entender, como isto impacta no reconhecimento social e na pressão que os treinadores sofrem?
 
Vagner Mancini – A mídia é feita de bons e maus profissionais, assim como qualquer área ou categoria da sociedade. Existem os profissionais que contribuem para a evolução do esporte e também há quem prejudique. Muitas vezes, até por despreparo.
 
Então, a relação entre mídia e treinadores é conturbada e sempre será porque o treinador é julgado de uma forma desproporcional de tempo. A pressão exercida em qualquer clube tem início na mídia e agora nas redes sociais e acaba ultrapassando os limites de segurança. Nós, treinadores, somos, muitas vezes, ameaçados em lugares públicos.
 
O fato de "vender" jornal e ter audiência é mais forte do que caráter, sinceridade e dignidade. Nesse ponto estamos atrasados. O Brasil é um dos poucos países que ofender pessoas que estão trabalhando é normal. Por isso, as pessoas pagam ingresso e se sentem no direito de ofender aos outros, como se isso fosse uma coisa normal.
A ideia da federação é criar cursos de preparação e formação para novos treinadores e também qualificar melhor os que já são profissionais na área do treinamento. Tudo isso com a chancela da Fifa e da CBF, avisa Mancini

Universidade do Futebol – A Uefa vem realizando há mais de 10 anos um trabalho de apoio na direção de formar melhores treinadores através de diversos programas de qualificação. A FBTF tem conhecimento destes trabalhos? Quais seriam as dificuldades para se fazer algo semelhante no Brasil?
Vagner Mancini – Temos conhecimento sim desse trabalho feito na Europa. Queremos exatamente nos espelhar em quem trabalha direito e forma profissionais melhores a cada ano.
Para isso, necessitamos de uma união entre federação, CBF, sindicatos e clubes. E só conseguiremos isso quando estivermos mais bem estruturados e nosso futebol mais evoluído em profissionalismo.
 
Como podemos qualificar melhor nossos profissionais se não temos contrato assinado com mais da metade desses profissionais? Primeiramente, vamos arrumar a base, depois vamos melhorar as condições de trabalho, aí sim capacitar.


Universidade do Futebol – Em grande parte das profissões no futebol ainda permanece o conhecimento empírico devido à nossa pouca cultura de formação. No seu modo de entender, como a federação pode ajudar a mudar este cenário?
 
Vagner Mancini – Acho que a federação pode auxiliar e muito a estrutura do futebol brasileiro, pois vamos caminhar em direção à formação de melhores treinadores. Com a ideia de um curso superior, novas portas se abrirão também para outros cargos e categorias que também fazem parte da nossa estrutura.
 
Os executivos também estão se profissionalizando. Quem sabe um dia, teremos o prazer de anunciar uma Federação de Profissionais do Futebol.

Leia mais:Especial: a importância da formação do treinador de futebol
Especial: a importância da formação do treinador de futebol – parte II
Especial: a importância da formação do treinador de futebol – parte III
Especial: a importância da formação do treinador de futebol – parte IV
Especial: a importância da formação do treinador de futebol – parte final                                          Marcelo Martins, preparador físico do Bayern de Munique Francisco Navarro Primo, treinador da base do Valencia 
Pedro Boesel, gestor financeiro
Emily Lima, treinadora da seleção brasileira sub-17
João Burse, técnico do Mogi Mirim sub-20
Mariano Moreno, diretor da escola de técnicos da Espanha
Núcleo de Futebol da Faculdade de Motricidade Humana
Baltemar Brito, ex-auxiliar de José Mourinho
Kemal Alispahic, treinador da seleção do Tadjiquistao
Maurice Steijn, treinador do ADO Den Haag
Hidde Van Boven, treinador do sub-13 do VV De Meern
Wim van Zeist, instrutor técnico do De Graafschap
Reinier Robbemond, treinador da equipe sub-13 do AZ Alkmaar
Jefta Bresser, ex-treinador da academia de jovens do PSV Eindhoven
Ron Jans, treinador do SC Heerenveen
Aleksandar Rogic, assistente técnico da seleção principal de Gana
João Aroso, treinador adjunto da seleção portuguesa de futebol
Roberto Landi, treinador da seleção da Libéria
Gustavo Almeida, técnico do Red Bull sub-15
Cláudio Roberto Silveira, treinador do Sri Lanka

Entrevista
Universidade do Futebol        
18/10/2013 00:00:00

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

PELÉ COMPLETA 73 ANOS!!!

Pelé completa 73 anos e comemora com “festa surpresa” no México
No México, onde está há alguns dias, Pelé acabou recepcionado com um bolo e uma pequena comemoração em sua homenagem Foto: Twitter
No México, onde está há alguns dias, Pelé acabou recepcionado com um bolo e uma pequena comemoração em sua homenagem
Foto: Twitter
Nesta quarta-feira, dia 23 de outubro, Edson Arantes do Nascimento, ou simplesmente Pelé, completa 73 anos de idade. Para comemorar a data, o maior jogador da história do futebol foi pego de surpresa. No México, onde está há alguns dias, acabou recepcionado com um bolo e uma pequena comemoração em sua homenagem.

Adepto das redes sócias, ele tratou de compartilhar o momento com seus seguidores do Twitter e Facebook e postou a foto da "festa" que ganhou durante sua ida a um canal de TV local. "Foi grande surpresa para mim, não esperava passar o aniversário no México. Mas foi um prazer. Agora vou comemorar com a família. Agradeço a Deus pela saúde e por me dar mais um ano de vida!", escreveu.
Beatles foram proibidos de fazer show privado para Pelé
 
O Santos, clube pelo qual o Rei do Futebol brilhou, também se lembrou de Pelé nesta quarta-feira e prepara uma série de ações promocionais com seus sócios torcedores. A cidade natal do ex-jogador, Três Corações, também está em festa. As comemorações começaram na última sexta-feira e vão até o final desta semana, com a inauguração de um museu em homenagem à Dona Celeste, mãe do ex-atacante.
Pelé dispensa modelos para tirar foto com "tiazinha da cozinha"
 
Nascido na cidade do sul de Minas Gerais, Pelé se consolidou como maior jogador da história do futebol no Santos e na Seleção Brasileira. Pelo clube alvinegro, conquistou 10 títulos paulistas, seis Campeonatos Brasileiros, duas Copas Libertadores e dois Mundiais Interclubes. Já pela Seleção, venceu três Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970) e se tornou o maior artilheiro da história da equipe verde e amarela. Encerrou a sua carreira em 1977, no New York Cosmos, dos Estados Unidos, e, em 1366 partidas por quase 20 anos, anotou 1283 gols. Em 1981, foi eleito o maior atleta do século XX.
Terra
23 de Outubro de 2013 atualizado às 12h41

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

ENTREVISTA COM SEBASTIÃO BELMINO: "EU MORRIA DE MEDO DE CÂMARE"!!!

Entrevista com Sebastião Belmino: "Eu morria de medo de câmera"


 A Entrevista desta semana é com um dos apresentadores mais carismáticos e queridos da mídia cearense. Sebastião Belmino é o típico cearense, principalmente no seu jeito de se comunicar.

Com quase 50 anos de carreira, foi goleiro e disse que era dos bons. Garante que morria de medo de câmera, teve em seu programa, na antiga TV Educativa, o ex-governador Ciro Gomes como comentarista, já torceu por Fortaleza, Ceará, Bangu e Ferroviário, e diz que já está perto de encerrar a carreira.

O bate-papo foi realizado na última sexta-feira (04/10), quando revelou em primeira mão que se filiou ao PEN e, se acordar de bom humor, deve sair candidato a deputado. Belmino revelou ainda que é católico, tem pressão alta, mas está controlada e afirma que tem muito político ator.
Você foi goleiro mesmo ou é só brincadeira sua na bancada do “A Grande Jogada”?
É verdade. E era bom. Comecei jogando futebol de salão no infanto-juvenil. Joguei na equipe de um pernambucano que veio embora para cá, Seu Edson, dono de uma loja chamada Nações Unidas. Ele criou uma quadra na casa dele e um time chamado RAC, Recinto Atlético Clube, foi onde passei minha primeira juventude. Lá tinha um slogan “Mais Esporte Menos Vício”. Foi graças a ele e a esse projeto que eu nunca entrei em negócio de droga ou me envolvi com droga. Ele nos mantinha praticamente a semana toda ocupados treinando e jogando. Mas o seu Edson teve de voltar pra Recife e o time infelizmente acabou. De lá, fui para o CEM, Centro Esportivo Moradanovense, ainda joguei na AABB. Quando estava passando para adulto, eu comecei a trabalhar na TV Ceará Canal 2. Aí fiquei com medo. Quando fui convocado para defender a Seleção Cearense, por volta de 65,66, fui disputar o Campeonato Brasileiro, em São Bernardo do Campo (SP). Mas na volta, meu emprego na TV tava meio perigando. Aí tive de desistir do Futebol de Salão, porque eu trabalhava à noite, e os jogos e os treinos eram no mesmo horário. Aí tive de abdicar. Então, fiquei só jogando nos finais de semana em times de futebol de subúrbio. O famoso suburbão. O legal é que hoje eu vejo o pessoal indo pros jogos de ônibus e tudo. No meu tempo, era em cima de um caminhão com uma corda no meio pra gente ficar se segurando. Mas joguei ainda um bocado. Ainda fui reserva no time do América, acho que em 66. Mas com o trabalho na TV também não deu para conciliar.
 
Seu estilo consegue agradar os mais jovens e também os mais velhos. Quando você adotou esse estilo? Você se inspirou em alguém?
Quando fui diretor da TV Educativa, que hoje é a TVC, eu quis fazer uma equipe de esportes. E o superintendente na época era o Teobaldo Landim e disse que eu poderia contratar quem eu quisesse. E naquele tempo, década de 1970, o pau que troava aqui, era Celso Martinelli e Paulino Rocha. Eu levei o Martinelli para ser comentarista na TV. Com ele, eu levei também o Ney Botto Guimarães, ambos da Rádio Dragão do Mar, e criei um Programa de TV, “Na Boca do Túnel”. Os dois apresentavam. Só que o Celso era meio doidão e deixou a emissora, e o Ney ficou. Por um motivo que até hoje eu não sei. Depois, o Ney saiu e me deixou uma carta, que até hoje eu tenho guardada, dizendo que ia embora e fez um pedido. Que eu não deixasse outra pessoa fazer o programa. Que eu apresentasse o programa no meu estilo. Como eu era no dia a dia. Com meu jeito brincalhão. Só que eu morria de medo de câmera. Eu me escondia quando via uma câmera perto de mim. O Ney foi embora de domingo para segunda. E na segunda a carta tava lá na TV. E alguém tinha que fazer a apresentação do programa. Não tinha ninguém. Fui falar com o meu diretor e saudoso amigo um dos grandes professores que eu tive, Guilherme Dantas. Expliquei a ele. Mas ele disse pra eu ir apresentar e me deu uma dica. “Antes de começar o programa vai ao bar aqui perto e toma duas doses de cachaça”. O Programa era dez da noite. Aí eu pensei, se eu tomar essa cachaça, eu só vou conseguir apresentar se for desse jeito. Então, eu decidi ir no seco mesmo. E fui apresentar a mesa. Do qual participavam o Alan Neto, o Wilton Bezerra, Ximenes Filho e o Paulo Karam. Só que aquele meu jeito de brincar com os câmeras, era uma auto defesa, era um medo. Só que a coisa foi pegando, foi dando certo e até hoje tem gente que gosta desse meu jeito, dessas minhas doidices.
 
Deve ter sido difícil no começo mostrar esse jeito?
Eu recebi muitas críticas. Porque aquilo que eu fazia não existia para os padrões da época. Televisão era coisa séria, ainda mais para um apresentador. Eu sempre gostei de desmistificar a televisão. Eu quando trabalhei como “cameraman” e assistente de estúdio em novelas, eu achava que as pessoas queriam ver o outro lado. Ver os bastidores. Quando eu subi para a mesa de corte do canal 2, um dia no programa chamado TV Juventude, eu botei no ar e mostrei a iluminação, mostrei as câmeras, os microfones... O Doutor Rômulo Siqueira, que era diretor comercial da TV Ceará, na mesma hora disse que eu não fizesse mais isso. Não deixasse mais eu cortar programa ao vivo, porque aquilo não existia em televisão. Eu fiquei na minha. 20 dias depois, chega a fita com o Programa do Chacrinha, que mostrava tudo. Aí, o Doutor Rômulo me chamou para a sala dele, junto com o Dr. Manelito Eduardo, diretor da emissora, me pediu desculpa. Ele disse que infelizmente não tinha alcançado o futuro da televisão e a partir daí eu comecei a desmistificar a TV e tô até hoje.
 
Hoje você está na Rádio Clube. Qual foi o motivo da sua saída da Rádio Verdes Mares?
Na realidade, eu fiz o inverso da turma que está por aí na TV, né? Eu sai da TV e só depois que fui para o rádio. Eu fiz o contrário. O problema da Verdinha foi exclusivamente porque o programa era feito aos domingos. E eu tinha um horário entre 12 e duas da tarde. A programação era do Gomes Farias. E houve uma mudança a pedido do Farias para que ficasse de 11 a uma da tarde. Eu adorava fazer o programa. Mas aí tinha um problema. Eu perdia meu final de semana. Eu não podia viajar, eu não podia ir para uma beira duma praia passar o domingo, eu não podia sair pra canto nenhum, porque eu tinha de preparar o programa, fazer a produção, saber o que ia acontecer, as músicas, essas coisas. O Farias ficou de me arrumar um horário. Não me ligou, eu também não fui atrás. E eu fiquei sem prefixo. Fui convidado por outras emissoras, mas eram tudo para o final de semana, e eu não queria. Aí, quando foi agora, o Henrique Gondim, diretor comercial da Ceará Rádio Clube, me convidou para fazer um programa num horário compatível durante a semana. E tá mais ou menos dando certo. É claro que a gente não tá jogando no Flamengo, mas de vez em quando o Olaria pode ganhar, né?
 
Você já era bastante conhecido pelas passagens na TVC e na extinta Manchete, mas creio que com a TV Diário houve um crescimento da fama ainda maior...
É verdade. O pulo foi grande. Mas eu já vinha de um pinote bom, quando saí da TV Educativa e fui para a TV Manchete, graças ao Guto Benevides que me levou para lá. Eu passei sete anos na Manchete e a popularidade foi muito grande, mas a TV era pequena e não tinha todo esse potencial técnico e de reportagem que a TV Diário tem. Quando cheguei na TV Diário, o mundo se ampliou. A TV Diário é cearense e dá oportunidade às pessoas cearenses. Graças a Deus, eu tive a chance de fazer um programa totalmente da terra e com linguajar cearense. Então, pra mim a TV Diário foi e é sem dúvida alguma o meu maior pico profissional.
 
Aliás, a saída da TV Diário da antena parabólica foi um baque muito pesado para a emissora. Como foi que você analisou todo aquele episódio?
Foi um baque muito grande, sim. Até porque a TV Diário foi uma coqueluche muito grande não só no interior do Ceará, mas em todo o Brasil. Principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde há muito nordestino e cearense. Eu cansei de viajar de carro pelo interior e via casas que não tinham nem como se segurar, mas no terreno havia uma parabólica. Lugares assim bem distantes mesmo. Eu passava e alguém gritava: olha o Belmino da televisão. Tem uma história engraçada. Eu vinha de Juazeiro com minha mulher de carro. Depois de Iguatu, ela pediu para eu parar o carro porque tava com muita sede, mas não havia nada, foi quando depois avistamos uma casinha bem humilde escrito: vende-se água. Eu desci, tinha um garotinho, eu perguntei se tinha, ele me atendeu, ficou olhando pra mim e perguntou: “Você é aquele cara que eu tô pensando?” Eu disse: “acho que sou”. Ele gritou: “Mãe, venha ver aquele homem gordo e doido que a senhora gosta”. Aí, apareceu uma senhora bem humilde, já de idade, bonita, e ficou pegando em mim. Eu tirei um escapulário que eu usava e dei para ela. Mas ela queria porque queria que eu esperasse ela matar uma galinha pra eu comer na casa dela. O que eu pude fazer para ela, foi esperar o menino ir de moto chamar os familiares, vizinhos, pessoal que morava lá perto para eles verem que era eu que tinha ido na casa dela. Segundo ela, porque se eu tirasse uma foto, todo mundo ia achar que era montagem ou mentira dela. Então, a parabólica provocou tudo isso. Fiquei muito triste. A negrada gostava desse meu jeito, das minhas brincadeiras, de ser matuto como eles. E com sinceridade, até hoje eu não sei o motivo do sinal da TV Diário ter saído das parabólicas.
 
 
Como é o seu dia a dia profissional. Você chega que horas para trabalhar e sai que horas?
Eu chego na TV Diário por volta das oito e trinta, nove horas da manhã. Eu não faço mais a produção do programa. Graças a Deus. Eu não tenho mais idade para isso. Você sabe que dá muito trabalho. A produção é toda do Haroldo (Pedreira) e do George (Facundo), com a supervisão do Roberto Moreira. Fazer produção é muita preocupação, às vezes, você nem dorme. Eu só apresento. Então, eu fico lá até meio-dia. Pego o carro na carreira e vou para a Ceará Rádio Clube. Gravo antes a abertura, que são cerca de 5 minutos e faço meu programa até uma hora da tarde. Mas eu gosto dessa correria, porque fazer o que você gosta não tem coisa melhor na sua vida profissional.
 
Há um debate de que o jornalismo esportivo está caindo mais para o entretenimento. Com matérias pitorescas e humorísticas. Qual a sua opinião sobre esse assunto?
Eu acho bom. Porque só tem desgraça na televisão. Acho legal esse novo estilo. Apesar de que hoje é o pior momento da televisão brasileira. Desde quando comecei até agora, a TV brasileira passa por uma situação lamentável, caiu. Caiu muito. O padrão da TV Globo, que tá até repetindo novela, está diminuindo. Acho que tá faltando criatividade para fazer coisas melhores. Então, eu acho legal esse lado do humor, porque é desgraça demais. As maiores audiências hoje são sobre desgraça, são os programas policiais. Até o Jornal Nacional é só desgraça. Mas é uma realidade brasileira. Então, um pouco de humor nesse jornalismo faz bem.
 
Vamos mudar um pouco de assunto.  Como você avalia o Governo Cid Gomes?
Eu gosto do Cid Gomes. Primeiro como figura humana. Eu acho ele uma criatura muito boa. Eu o encontrei pela primeira vez, quando ele era prefeito de Sobral, numa festa em Flecheiras. Eu conhecia bem o irmão dele, o Ciro, que inclusive foi comentarista no meu programa Boca do Túnel. Eu perguntei ao Cid o que ele iria fazer depois que terminasse o mandato de Prefeito. Ele me disse que ia estudar e depois iria ser governador. E foi. Olha, se não fosse tanta polêmica em cima desse rapaz... Eu acho o governo dele muito bom. Eu gosto dele. É uma pessoa simples, dirige o próprio carro, chega num restaurante, desce e vem falar com as pessoas. Eu acho o governo dele bem feito. As pessoas podem pensar que quando a gente elogia um governo, a gente tem alguma coisa envolvida, mas eu não tenho nada. Eu não preciso de governador Cid, mas eu sou a favor do Governo dele. De um a dez, eu daria um oito.
 
E o da Presidenta Dilma?
Aí é que a porca torce o rabo. Eu não acredito muito que a Dilma governe este nosso País sem o Lula. O Lula não entregaria esse governo a alguém se ele não pudesse mandar. De todos os companheiros que ele tinha no PT, ele ter escolhido ela, tinha alguma coisa. Porque falando assim bem popular, eu não acho que a Dilma vá no banheiro e não pergunte ao Lula. Ninguém entregaria uma coisa muito boa, no caso a presidência da república, um presente, a qualquer pessoa. Mas ela tem boas propostas nesse plano popular do PT. Nada contra ela. Pelo contrário. Eu respeito minha presidenta. Agora, não acredito que ela governe sem o pitaco do Lula. Opinião minha. Claro que muitos podem discordar.
 
Daqui a dez anos como você se enxerga?
Se eu tiver vivo, eu quero já ter parado. Tem muita gente nova surgindo. Pessoas boas. Um exemplo disso é o Kaio Cezar, que agora foi para a TV Verdes Mares. Um ótimo narrador, ótimo profissional, grande figura. Eu até brinco com os meninos no programa que lá só tem dinossauro, eu, o Tom Barros e o Wilton Bezerra. Mas daqui a dez anos, se vivo for, eu quero estar numa boa, quieto numa beira de praia, brincando com meus netos. Batendo papo. Vou sentir saudade. Mas já tá na hora de dar a vaga a esse povo jovem.
 
Você usa as redes sociais (Facebook), é raro hoje em dia alguém da sua idade nesse mundo. Ajuda no seu trabalho e contato com os fãs? Como você analisa essas novas mídias?
Eu vou ser sincero. Eu não sei mexer em quase nada ali. Eu só uso por causa dos meus filhos. Eu não mexo bulhufas daquilo ali. Mas eu gosto de ler e dar um pitaco. É o futuro. Essas redes sociais é o futuro da mídia. Mas eu sou um metido no Facebook. Eu não sei colocar uma foto. É como se eu fosse uma caravela e passasse um Boeing. Mas acho paidegua. Eu me divirto.
 
Longe das câmeras, como é o Sebastião Belmino?
Eu acho que sou do mesmo jeito. Quer dizer, algumas pessoas perguntam a gente mais próxima se eu sou daquele jeito mesmo da televisão e respondem que eu sou pior, mais fuleiro. Eu sou do jeito que sou. Eu sou um péssimo ator. Não tem jeito. Eu sou desse jeito mesmo.
 
Você acredita em Deus? Tem alguma religião?
Eu sou católico. Acredito muito em Deus. Se um dia você for em minha casa, você vai ver que tem um santuário lá. Algumas pessoas chegam a dizer, “mas Belmino isso não é o culto da imagem”. Não. Não é. A imagem é uma representação do que você acredita ser. Então, eu passo em frente a uma igreja e faço o sinal da cruz. O pessoal pergunta o motivo. Eu sempre respondo que quando um militar passa em frente a uma bandeira do país ele num bate continência, eu também faço a minha. Acredito muito em Jesus Cristo. Não só como homem na terra, mas como ser supremo. Agora, eu tenho contrato com a Nossa Senhora de Fátima. Uma das minhas protetoras. Dia 13, eu não vou à missa. Eu digo pra ela que é porque tem muita gente, mas dia 12 ou 14 eu vou à igreja sozinho, assisto à missa, faço minhas orações e depois meto o pé na carreira.
 
Você já foi convidado para ser filiado a algum partido ou ser candidato a algum cargo público?
Já. Inclusive hoje eu me filiei a um partido (a entrevista foi feita dia 04/10, penúltimo dia para mudanças de partido àqueles que quiseram se candidatar nas eleições do próximo ano). Me filiei ao PEN (Partido Ecológico Nacional) do Samuel Braga. Eu era filiado ao Partido do (Deputado) Ely Aguiar (PSDC). Na eleição passada, eu me “empiriquitei” me embanderei todo para ser candidato a vereador. Mandei fazer faixa para levar lá para inaugurar o comitê central da campanha. Era um domingo. Só que eu acordei de ressaca. E decidi. Não vou. Não quero mais. Vai ser um enchimento de saco. Eu não tenho paciência para isso mais não. Mandei queimar as faixas. Alguns amigos ficaram até com raiva, porque consegui dinheiro para comprar uma Kombi com sistema de som para ficar passando pelas ruas. Mas agora, o Samuel me convidou e eu me filiei para ser candidato a deputado federal ou estadual. Só não sei se até lá vou até o fim. Porque para isso eu sou muito preguiçoso.
 
Como está a saúde? Você está se cuidando?
Está tudo sobre controle. Eu tenho pressão alta. Ultimamente estou com a glicose alta, mas eu tô tomando remédio e tá controlado. Eu sou um cara que passa a semana toda em casa. Não saio. Só fumo dia de sexta-feira. Que é o dia que tomo meu whiskyzinho, minha caninha. Mas eu faço caminhada de manhã e de tarde e tá tudo bem, graças a Deus. Deus tem sido muito bom comigo.
 
 
Você torce mesmo ferroviário ou é pra não dizer que torce Ceará ou Fortaleza?
Essa pergunta... Só vindo de você, Kempes. Na realidade, eu nunca fui torcedor mesmo. Vou lhe explicar. Primeiro jogo que fui na minha vida foi do Fortaleza contra o Nacional de Manaus. Inclusive, eu tenho a súmula dessa partida lá em casa. O Alfredo Sampaio me deu de presente uma cópia. Foi 9 a 2 para o Fortaleza. Eu fui pra esse jogo com meu pai, que era Fortaleza. Mas sem ir a Estádio, porque meu pai era juiz de direito e vivia nos interiores, só depois que veio para a Capital. Fiquei por um tempo gostando do Fortaleza. Só que, veja como é besteira de criança, uma vez o Bangu veio jogar aqui e eu achei lindo os meões do Bangu e aquilo me encantou por um bom período. Pra você ver. Aí, passou o tempo, e eu me apaixonei pelo Ceará Sporting Club. Ah, o Ceará do meu goleiro Aluisio Linhares. Só que quando chegou o América de 1966 com aquele timão. Eu mudei para o América. Era torcedor do América. Mas sem grande entusiasmo. Voltou o Maguary. Fui torcer para o Maguary. De verdade, eu sempre gostei do futebol cearense. Ninguém gosta mais de ser cearense como eu. Eu dou valor, ó. E o Ferroviário veio eu já praticamente com barba na cara. Conheci uma corriola espetacular que dirigia o clube. Ruy Ceará, Caetano Paiva, o Jumbo e vários outros. Aí, comecei acompanhar e torcer pelo Ferroviário. Hoje eu torço, mas não sou entusiasmado. Com sinceridade, gosto do futebol cearense, que merecia estar num lugar melhor. Adoro o futebol daqui, acho paidegua.
 
Você fica no ar até quando?
Eu não quero dia marcado. Eu quero chegar um dia, acordar e dizer: é hoje. Mas eu não tenho planos. Mas de uma coisa é certa. Tá chegando a hora. Tem de dar a vaga pros mais jovens. O Gomes Farias é que diz né? Quando tá narrando: O tempo passou! Pois é, acho que tá na hora de ir cuidar das galinhas pé duro.
 
Mas continua no Rádio?
Eu gosto do Rádio. Adoro aquele imediatismo do Rádio. Você tá apresentando um programa e recebe um telefonema, a pessoa fala com você, diz o que tá acontecendo. Se eu parar na TV, eu acho que continuo no Rádio. Acho muito paidegua.
Pra fechar: um “bate-pronto’ pra você dizer suas preferências:
 
Carro? Maverick
Jogador de futebol? Zé Eduardo, mas meu ídolo foi o goleiro Aloísio Linhares.
Político? Juscelino Kubitschek
Ator? São tantos bons atores no Brasil. Inclusive tem muito político ator. Mas eu fico com Chico Anysio.
Atriz? Todo mundo diz Fernanda Montenegro. Mas aqui no Ceará tem tantas: Dora Barros, Carla Peixoto... Mas ator e atriz maior é o povo brasileiro que tem que viver com esse salário.
Bebida? Cachaça ou Wisky
Comida? Galinha cabidela ou carne de bode
Filme? É antigo. Filme lindíssimo. “O Hino de uma Consciência”. Nunca encontrei em fita de vídeo. E no lado do cowboy eu fico com o “Duelo de Titãs” com Kirk Douglas e Antony Quinn.
Livro? O Advogado do Diabo e Róbson Crusoé
Novela? Roque Santeiro.
Apresentador (a) de TV? A dupla Cid Moreira e Sérgio Chapelin pra mim é inigualável.
Repórter? Francisco José e Nelson Faheina

Lugar inesquecível? Fernando de Noronha
Lugar pra conhecer? O céu
segunda-feira, 7 de outubro de 2013

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ENTREVISTA COM "JÚLIO SALLES" (Rádio Assunçao AM 620)!!!

Entrevista com Júlio Salles

Julio na cabine do Estádio Presidente Vargas
(Foto: Toni Mota)
A entrevista desta semana é com um dos ícones da imprensa esportiva do Norte-Nordeste. Júlio Salles, narrador da Rádio Assunção AM 620. Com 72 anos, “O de todos os esportes”, como é chamado, começou no rádio aos 13 anos de idade por curiosidade. Diz que vai narrar até quando Deus quiser e garante que ainda faz amor com a esposa. Júlio é pai de oito filhos, 15 netos e cinco bisnetos. Deixou seu querido Pará em 1962 para se tornar um dos mais conceituados narradores da história do rádio cearense.

Recentemente você foi convidado para trabalhar na Rádio Verdes Mares. Por que não aceitou?
Foi um convite do Roberto Moreira (Diretor de jornalismo da Rádio). Eu fui lá e nós conversamos. Mas eu estou muito bem na Rádio Assunção. Onde eu sou cabeça da cobra. Talvez, em outro lugar, eu seria o meio ou o rabo da cobra.

Você tem uma amizade muito forte com o dono da Rádio Assunção, o ex-deputado e hoje prefeito de Campos Sales, Moésio Loiola. Como surgiu essa amizade?
Desde que ele era menino. E olhe que ele já tá com a cabeça branquinha igual a minha. É uma amizade de mais de 35 anos. É uma amizade sólida. Pra eu deixar o Moésio, não seria por dinheiro. Só se fosse para o meu funeral.

Você vai narrar até quando?
Até quando Deus quiser. Até quando ele me der forças pra eu trabalhar, condições de eu enxergar, capacidade de eu discernir e saber separar a minha vontade que o Fortaleza sempre vença, do meu trabalho, eu continuarei trabalhando.

Como foi que começou essa paixão pelo rádio?
Por acaso. Estava passando de ônibus em Belém e parei em frente à Rádio Marajoara. Eu nem ouvia a Rádio Marajoara. Eu só ouvia a Rádio Clube do Pará. Aí, desci, naquela curiosidade de jovem, entrei e vi o Ronaldo Passarinho, que era meu vizinho e sobrinho do ex-governador e senador do Pará e ex-ministro do Governo Federal, o Coronel Jarbas Passarinho, participando. Eu nem sabia que o nome daquilo era microfone. Aí, eu pedi a ele uma carona, naquele tempo não era carona, eu pedi pra ele me levar até em casa. Ele disse tudo bem. No caminho, eu criei coragem e pedi a ele: “Ronaldo deixa eu falar naquele negócio”, o negócio era o microfone. No outro domingo, ele me levou, eu participei e de lá pra cá já são quase 60 anos de rádio.

Por que a identificação com o Fortaleza?
Porque eu nasci tricolor. A bandeira do meu Estado é vermelha com uma faixa branca e uma estrela azul. A bandeira do Pará. Eu já nasci mais tricolor, do que muitos tricolores cearenses.

O rádio abre as portas para muita coisa na vida. Uma delas é a política. Você já se candidatou alguma vez? 
Eu fui uma vez chamado pelo governador Gonzaga Mota pra ajudar o PTB. Só para botar meu nome como candidato. Mas eu não pude trabalhar. A rádio Uirapuru não autorizou. Eu apenas registrei minha candidatura. Depois tentei cancelar pra continuar trabalhando. Mas não consegui. Mas não fui atrás de voto. E mesmo assim tive 222 votos, sem pedir nenhum.

Como você analisa o governo Cid Gomes?
Maravilhoso. Ele pode até ser ruim com os funcionários públicos, como todos os governadores foram, porque sempre nos pagaram muito mal. No funcionalismo público do Estado do Ceará, do qual eu sou um aposentado, nós sempre ganhamos muito mal. Nem Tasso, nem Ciro, nem Cid, nem Gonzaga Mota, nem Virgílio Távora, nunca ninguém se preocupou em pagar melhor o funcionalismo público. Tirando isso, eu acho um espetáculo o governador Cid Gomes.

E o governo da Presidenta Dilma?
Olha... Pela condição de mulher, pelas pressões naturalmente que ela viria a sofrer por ser mulher, ela está fazendo um belo governo.

Com tanto tempo de carreira, quais as mudanças que mais impactaram no rádio esportivo?
Nós, tecnicamente, tivemos um avanço, uma subida fantástica, maravilhosa. Porém, em termos de material humano houve um decréscimo enorme.

Hoje tem o tubão e até o ouvidão, né?
O ouvidão é um crime, é uma palhaçada. O tubão é apenas uma acomodação das emissoras que ficam sem ter muita rentabilidade e fogem para esse tipo. Eu particularmente não gosto. Eu gosto é do estádio, junto com o torcedor. Sofrendo com o torcedor. Vendo aquilo que o torcedor vê. E não pela televisão que você só vê um pedacinho do campo.

Como você analisa o mercado de rádio esportivo hoje em Fortaleza?
A porta é ampla. O mercado é maravilhoso. Mas o problema é na hora de conquistar patrocinadores. Enquanto uma emissora oferece anúncios a 15 mil reais, outra aparece e oferece a 300 reais. Aí, fica muito difícil.

Diferentemente de outros centros como Rio de Janeiro, São Paulo e até Recife, o rádio esportivo na FM ainda não conseguiu emplacar aqui em Fortaleza. Por qual razão?
Porque aqui a cultura do nosso povo é diferente. Aqui, FM é só pra ouvir música. Era. Porque agora aqueles bichinhos que você bota no som do carro, ninguém quer mais ouvir FM. Você já leva toda sua discoteca ambulante.

Vamos falar um pouco de futebol. Ceará, Fortaleza e Icasa. Você acredita no acesso deles três?
Olha... Ceará, não. Icasa, não. Fortaleza, talvez.

E a Seleção Brasileira. Você acredita que dá pra ganhar a Copa?
Com Felipão, sim. Sem o Felipão, não.

Aliás, a Copa do Mundo aqui no Brasil vai trazer algum benefício...
Já está trazendo. Fortaleza está passando por uma metamorfose com várias avenidas sendo abertas, viadutos que a gente nem pensava, passagens subterrâneas que a gente nem imaginava, vários benefícios. Nós estamos sendo sacrificados, mas daqui a dois anos vamos dar graças a Deus pela Copa.

Você acha que a Voz do Brasil deveria acabar?
Não. A Voz do Brasil é noticiário oficial. Não devia era ter aquela obrigatoriedade de você perder uma hora, às 7 horas da noite, horário nobre. Poderia haver flexibilidade da emissora que tivesse interesse em bem informar os seus ouvintes. Porque ali, sai os documentos oficiais do governo. É algo importante. Só que essa obrigatoriedade eu não concordo. Como o horário eleitoral gratuito. Gratuito uma ova, porque alguém ganha com isso.

Qual sua opinião sobre maioridade penal. Deve ser reduzida?
Devia ser reduzida para 10 anos de idade.

Você concorda com o voto obrigatório?
Nada obrigado é bom. Mas o brasileiro é irresponsável. Se ele não tem obrigatoriedade de votar, meu amigo, as eleições iam ser apenas dois ou três por cento de votantes. O brasileiro é muito irresponsável. Só passa a ser responsável, quando mexe no bolso.

Quais seus seu momentos de alegria?
Quando o Fortaleza ganha. Quando tem dinheiro no bolso. Quando eu tô com minha saúde em plena forma. Quanto eu estou em plena paz com minha consciência e de bem com a vida.

O que você faz para manter a voz em perfeito estado?
Nada. Eu tomo água gelada, eu tomo guaraná gelado. Tudo que não é pra fazer (para cuidar bem da voz) eu faço. Deus me protege. Tudo que eu faço de errado pra minha garganta, Deus passa a mão e limpa.

Você é chamado de “o de todos os esportes”. Quais outros esportes você narrou?
Excetuando Rugby e o futebol americano, eu já narrei tudo. Natação, vôlei, basquete, futsal... Aliás, se você não sabe, eu sou tricampeão cearense como treinador de futebol de salão, campeão do norte-nordeste e vice-campeão da Copa Paulo Sarasate pelo glorioso Sumov Atlético Clube.

Como é chegar aos 72 anos, trabalhando todos os dias e com uma legião de fãs?
É coisa de Deus. Você pensa que eu me cuido? Eu vou caminhar na Beira-Mar, mais pela saúde da minha mulher, do que pela minha. Eu por mim ficava em casa dormindo. Eu acordo, depois tomo banho e tô bonzinho. Não bebo, não fumo. Mas ainda faço amor. E a mulher não se queixa, parece que ainda faço bem.

Pra fechar: um “bate-pronto’ pra você dizer suas preferências:

Carro?  O meu, Gol.
Jogador de futebol? O que sabe jogar.
Político?  Vários. Tasso Jereissati. O Ciro do passado. O Cid do presente.
Ator?  São tantos bons que seu eu disser um estarei sendo injusto. Sou fã de todos os atores e atrizes brasileiros. Acho os fantásticos.
Bebida?  Água
Comida?  Como todo bom brasileiro, aquela feijoadinha.
Filme?  Eu não vou muito ao cinema. Mas “E o Vento Levou” eu me lembro bem.
Livro?   Eu li todos os de Jorge Amado e todos os de Aluisio de Azevedo.
Novela? Roque santeiro
Narrador Esportivo? São vários. Mas fico com Edyr Proença (já falecido) da Rádio Clube do Pará
Apresentador (a) de TV?  Fernando Vannucci
Repórter Esportivo?  Todos com quem trabalho aqui na Rádio Assunção.
Lugar inesquecível?  Não posso dizer. Guardo só comigo essa lembrança.
Lugar pra conhecer?  O Japão
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

BIOGRAFIA DO PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO CEARENSE DE FUTEBOL, DR. MAURO CARMÉLIO!!!

Mauro Carmélio - Presidente da FCF 
Mauro Carmélio - Presidente da FCF

Biografia: Nasceu em Fortaleza, no dia 18 de fevereiro, filho do médico Mauro Costa e Teresa Natércia, primeiro de quatro filhos (Marcos Augusto, Mário Henrique e Marcio César). Desde a infância conviveu com o futebol, desde brincadeiras com os irmãos, com amigos de infância e com atletas e dirigentes, influencia do pai e do tio Fares Lopes, dirigentes do Fortaleza Esporte Clube. Foi gandula de futebol e jogou nas categorias de base do São Gerardo, clube ainda filiado a FCF. Fez o 1º grau no Colégio Marista Cearense em Fortaleza e o 2º grau no Colégio Andreas Versalius em Teresina-PI, onde seu pai foi transferido. Serviu o Exercito Brasileiro, onde recebeu o diploma honra ao mérito por seu serviço relevante a pátria. Cursou Direito na UNIFOR e montou seu Escritório de Advocacia Mauro Carmélio Advogados Associados SC em 1987, onde até hoje presta serviços, atuando predominantemente nas áreas bancárias e securitárias. Casou-se em 1991 com Alessandra Costa e tem três filhos (Mauro Neto, Joao Victor e Alice Costa). Entrou na FCF como procurador do TJD em 1989, foi Auditor e Presidente da 1ª Comissão Disciplinar. Em 1994 assumiu o cargo de Diretor Jurídico da FCF. Em 2005 foi eleito Vice-presidente da FCF, em 2009 Presidente e reeleito em 2013 com unanimidade de votos. Notabilizou sua gestão pela modernização da FCF. Criou diversos campeonatos, recebendo dois não-profissionais e atualmente realizando 5. Foi o idealizador da Copa Fares Lopes, torneio que implantou e cresce a cada ano. Movimentando os clubes durante todo ano. Melhorou a receita dos clubes e profissionalizou o futebol cearense. Elevou o número de representantes cearenses no cenário nacional. Em sua gestão possui o Guarany de Sobral foi campeão brasileiro serie D e o Icasa conquistou o Vice campeonato da Serie C.Biografia: Nasceu em Fortaleza, no dia 18 de fevereiro, filho do médico Mauro Costa e Teresa Natércia, primeiro de quatro filhos (Marcos Augusto, Mário Henrique e Marcio César).
 
Desde a infância conviveu com o futebol, desde brincadeiras com os irmãos, com amigos de infância e com atletas e dirigentes, influencia do pai e do tio Fares Lopes, dirigentes do Fortaleza Esporte Clube.
 
Foi gandula de futebol e jogou nas categorias de base do São Gerardo, clube ainda filiado a FCF. Fez o 1º grau no Colégio Marista Cearense em Fortaleza e o 2º grau no Colégio Andreas Versalius em Teresina-PI, onde seu pai foi transferido. Serviu o Exercito Brasileiro, onde recebeu o diploma honra ao mérito por seu serviço relevante a pátria.
 
Cursou Direito na UNIFOR e montou seu Escritório de Advocacia Mauro Carmélio Advogados Associados SC em 1987, onde até hoje presta serviços, atuando predominantemente nas áreas bancárias e securitárias.
 
Casou-se em 1991 com Alessandra Costa e tem três filhos (Mauro Neto, Joao Victor e Alice Costa). Entrou na FCF como procurador do TJD em 1989, foi Auditor e Presidente da 1ª Comissão Disciplinar.
 
Em 1994 assumiu o cargo de Diretor Jurídico da FCF. Em 2005 foi eleito Vice-presidente da FCF, em 2009 Presidente e reeleito em 2013 com unanimidade de votos. Notabilizou sua gestão pela modernização da FCF. Criou diversos campeonatos, recebendo dois não profissionais e atualmente realizando 5. Foi o idealizador da Copa Fares Lopes, torneio que implantou e cresce a cada ano. Movimentando os clubes durante todo ano. Melhorou a receita dos clubes e profissionalizou o futebol cearense. Elevou o número de representantes cearenses no cenário nacional. Em sua gestão possui o Guarany de Sobral foi campeão brasileiro serie D e o Icasa conquistou o Vice campeonato da Serie C.
 
FCF
19/09/2013
 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

GYLMAR DOS SANTOS NEVES É ENTERRADO SOB SALVA DE PALMAS!!!

Gylmar dos Santos Neves é enterrado sob salva de palmas

Goleiro nas conquistas do bicampeonato mundial da Seleção (1958 e 1962) e do Santos (62/63) faleceu aos 83 de idade, dias após sofrer infarto

Enterro Gylmar dos Santos Neves (Foto: David Abramvezt)
  Gylmar dos Santos Neves é enterrado em São Paulo nesta segunda-feira (Foto: David Abramvezt)
 Debaixo de uma sonora e emocionante salva de palmas, e com a presença de campeões mundiais pela Seleção Brasileira e pelo Santos, o ex-goleiro Gylmar dos Santos Neves foi enterrado, às 15h, desta segunda-feira, no Cemitério do Morumbi,  na Zona Sul de São Paulo. Bicampeão do mundo nas Copas de 1958, na Suécia, e 1962, no Chile, Gylmar, que faleceu no último domingo seis dias depois de sofrer um infarto, entrou para a história como um dos melhores arqueiros de todos os tempos.
 
Companheiros de glórias tanto na Seleção como no Peixe, o ex-volante Zito e o ex-atacante Pepe foram dos mais emocionados no enterro do amigo.
 
– O Santos atacava muito e ficava muito exposto, assim o Gylmar pôde aparecer e mostrar a sua enorme qualidade. Ele era um goleiro fantástico, quase infalível e um ótimo amigo. É uma grande perda para o futebol brasileiro e mundial. Vai deixar saudades. Foi uma honra ter jogado com ele – afirmou Pepe.
 
Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, também foi ao cemitério prestar as suas homenagens em nome da entidade. Outros que estiveram no local foram ex-jogadores como Jair da Costa (campeão com o Brasil, em 62) e Dorval (bicampeão do mundo com o Santos, em 62 e 63), além de atletas que não atuaram com Gylmar, mas usufruíram de seu legado com a camisa canarinho, como Zé Maria, lateral-direito reserva na conquista do tri, em 1970, Cafu, ex-lateral e capitão brasileiro na conquista do penta, em 2002, além de Zetti, arqueiro reserva no tetra em 1994.
 
Saiba mais
Por David Abramvezt São Paulo
26/08/2013 15h14 - Atualizado em 26/08/2013 15h59