PERSONALIDADES DO ESPORTE

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SUMOV: 46 ANOS DE HISTÓRIA!!!

Sumov: 46 anos de história e muitos títulos
- Presidente atual, Cel Gomes

Neste dia 12/08 o Sumov completa 46 anos. Uma existência intercalada de momentos emocionantes, títulos memoráveis, conquistas históricas e algumas crises por falta de apoio de quem deveria ajudar.

A data é importante para nosso Estado, pois o Sumov é hoje referencial de respeito em nível nacional e internacional, com dois títulos sul-americanos e muitos títulos nacionais.

O Sumov foi fundado em 12 de agosto de 1965.
O clube era mantido pela Superintendência Municipal de Obras e Viação (SUMOV) da prefeitura de Fortaleza, quando se tornou o maior vencedor da Taça Brasil de Futsal, sendo campeão 5 vezes em menos de 15 anos.

Títulos

Taça Brasil (6 vezes):

1972, 1978, 1980, 1982, 1986 e 2001.

Sul-Americano (2 vezes):
1978 e 1980.

Estadual masculino (22 vezes):
1970, 1971, 1972, 1976, 1977, 1978, 1980, 1981, 1982, 1983, 1984, 1985, 1987, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998 e 2000.

Estadual feminino (2 vezes):
2001 e 2005.

Metropolitano (4 vezes):
1992, 1996, 1997 e 2003.

Em 2010 o time conquistou a Taça Brasil sub-20 e a Taça Brasil Feminina sub-17

Bansport

CALOUROS DO AR - Tremendão da Aerolândia!!!

CALOUROS DO AR (Tremendão da Aerolândia)
- Um pouco da história do Calouros do Ar
- Fundado em 1º de janeiro de 1952

HISTÓRIA DO CLUBE

O nome do clube é em homenagem ao conjunto musical da Base Aérea de Fortaleza
e aos aspirantes a oficiais aviadores que chegavam todos os anos à Base.

Desde sua fundação que a equipe da Aerolandia, gostou de pregar peças em times grandes, uma de suas maiores travessuras e que ficou gravado não só na memória dos amantes do futebol, mais na historia do futebol cearense aconteceu em 1954.

O então diretor do Ceará, Ivonísio Mosca de Carvalho
, almejava trazer a Fortaleza o time do Botafogo, uma das maiores equipes brasileira na época, com todas as suas estrelas, para comemorar os 40 anos alvinegro (1914-1954).

Porém
, problemas no calendário dos times dos dois estados foram um empecilho. Ivonísio tanto tentou que conseguiu trazer o clube carioca a Fortaleza.

Então ficou certo que no dia 12 de junho, o Botafogo enfrentaria o Calouros, numa espécie de preliminar, num sábado. A festa mesmo dos 40 anos, seria no dia seguinte, domingo 13, quando os visitantes enfrentariam o Ceará.

Diante do todo poderoso Botafogo o Calouros do Ar, não se intimidou e enfrentou o time carioca de igual para igual. Apesar de que, das grandes estrelas do clube alvinegro, só veio o Garrincha, faltando Didi e Nilton Santos.

Foto

E Orlando Ciarlini aos 40 minutos do segundo tempo marcou o gol da vitoria tricolor
. O placar terminou 1 a 0 para o Calouros do Ar, um dos maiores feitos da história do clube, comparável somente a conquista do campeonato estadual de 1955. O goleiro Chico Martins fez uma partida memorável, entrando para a história do futebol cearense. O goleiro pegou até pênalti, batido por Garrincha.

No dia seguinte, domingo, o Ceará perdeu por 2 x 0.

Veja a seguir a ficha técnica deste “match” como se dizia na época.

Data: 12/06/1954
Local: Estádio Presidente Vargas, Fortaleza (CE).

Calouros do Ar 1 x 0 Botafogo-RJ
Gol: "Orlando Ciarlini (40' do 2º tempo)".

Calouros do Ar/CE: Chico Martins; Pedrinho e Azevedo; Jandir, Helder (Zanata) e Índio; Luciano, Zezinho, Beto (Orlando Ciarlini) Nelsinho e Zuzinha.

Botafogo-RJ: Pianoswisky; Gerson e Floriano, Arati, Bob e Juvenal; Garrincha, Dino, Carlyle, Paulinho e Vinícius.

Arbitragem: José Tosta.

O título de 1955:
Em 1955 com apenas três anos de existência, o Calouros do Ar
, tinha uma equipe formada em sua maioria pelo efetivo da Base Aérea de Fortaleza, que mantinha o time e abrigava sua sede.

Naquele ano o Ferroviário conquistou o primeiro turno invicto. Já no segundo turno veio à surpresa, deu Calouros do Ar.

Na decisão,
o Calouros venceu a primeira partida por 2x0 e perdeu a segunda por 3x0, sendo necessário um jogo desempate.

A finalíssima foi disputada apenas no ano seguinte, no dia 11 de março de 1956, e o Calouros venceu por 2x0, gols de Zezinho e Zuzinha, conseguindo o único título do Calouros do Ar em toda a sua existência.

O Calouros do Ar foi campeão com a seguinte escalação: Jairo; Pedrinho e Coité; Luciano, Jandir e Jesus; Edilson Araújo, Zezinho, Beto, Hélder e Zuzinha.

Na verdade, 1955 foi o ano de ouro do Calouros do Ar
, que conquistou os três títulos disputados pelos clubes da divisão principal cearense, uma verdadeira “tríplice coroa”. Orientado pelo treinador Paulo Salgueiro, o clube papou o Torneio Preparatório, o Torneio Início e por último e mais importante, o campeonato estadual.

Dizia-se que o segredo daquela equipe era sua homogeneidade, afinal era toda ela integrada por jovens cujas idades variavam entre 18 e 24 anos. Nenhum figurão no plantel. O curioso é que, durante todo o campeonato cearense de 1955 o Calouros do Ar utilizou apenas 13 atletas, o que significa dizer que jogou em todo o torneio quase que com a mesma equipe.

O título do Calouros quebrou um encanto de anos, só comparado ao feito de um outro jovem clube, o Tramsways, que ganhou o campeonato de 1940.
O elenco campeão de 1955:

- Jairo (goleiro), 23 anos;
- Pedrinho (zagueiro direito), 22 anos;
- Coité (zagueiro central), 21 anos;
- Luciano (médio direito), 22 anos;
- Jandir (centro médio), 23 anos;
- Jesus (médio esquerdo), 24 anos;
- Edílson (ponta direita), 18 anos;
- Zezinho (meia direita), 22 anos;
- Beto (centro avante), 23 anos;
- Helder (meia esquerda), 21 anos;
- Zuza (ponta esquerda), 28 anos;
- Azevedo (zagueiro), 25 anos;
- Vandir (avante), 20 anos;

Campanha do Calouros do Ar em 1955
10.07.1955: CALOUROS DO AR 1-1 CEARÁ, em Fortaleza
31.07.1955: CALOUROS DO AR 0-0 FERROVIÁRIO, em Fortaleza
13.08.1955: CALOUROS DO AR 1-2 AMÉRICA, em Fortaleza
03.09.1955: CALOUROS DO AR 1-1 NACIONAL, em Fortaleza
10.09.1955: CALOUROS DO AR 2-2 FORTALEZA, em Fortaleza
17.09.1955: CALOUROS DO AR 1-0 USINA CEARÁ, em Fortaleza
25.09.1955: CALOUROS DO AR 4-0 GENTILÂNDIA, em Fortaleza
10.12.1955: CALOUROS DO AR 4-2 CEARÁ, em Fortaleza
17.12.1955: CALOUROS DO AR 3-0 FORTALEZA, em Fortaleza
25.12.1955: CALOUROS DO AR 2-2 FERROVIÁRIO, em Fortaleza
01.01.1956: CALOUROS DO AR 3-2 AMÉRICA, em Fortaleza
22.01.1956: CALOUROS DO AR 0-1 USINA CEARÁ, em Fortaleza
26.02.1956: CALOUROS DO AR 2-0 FERROVIÁRIO, em Fortaleza
04.03.1956: CALOUROS DO AR 0-3 FERROVIÁRIO, em Fortaleza
11.03.1956: CALOUROS DO AR 2-0 FERROVIÁRIO, em Fortaleza
15 JOGOS - 07 VITÓRIAS/ 05 EMPATES/ 03 DERROTAS
26 GOLS MARCADOS/16 GOLS SOFRIDOS
Obs.: Dos 13 integrantes do plantel, apenas dois não eram cearenses: o gaúcho Jesus e o potiguar Jairo.

O clube disputou ainda os campeonatos cearenses de 1953 a 1968 e 1970 a 1998, conquistando o 3º lugar em 1953, 1956, 1960 e 1968.

Em 1960, Juarez,
atacante da equipe, foi artilheiro do campeonato cearense, com 14 gols.
Em 1968, o artilheiro foi Célio, com 9 gols. Foi também 3ª colocado na 2ª divisão estadual em 1999 e 2003.

Em âmbito nacional o Calouros do Ar chegou a disputar o Torneio Norte-Nordeste de 1968 e a 2ª Divisão brasileira em 1971 e 1972, sem conseguir passar da 1ª fase.

Em 2004, após péssima participação no estadual da Segunda Divisão, o Calouros do Ar foi rebaixado para a Terceira Divisão Estadual, onde se encontra até hoje.

Licenciado em 2010 o Calouros não disputou o campeonato cearense por falta de condições financeiras, agora em 2011 o clube volta com garra e a pretensão de subir para a 2ª divisão do estadual.

Após 44 anos de participações interruptas na elite cearense, em 1998
o clube foi rebaixado para a Segunda Divisão do Ceará, após não conquistar um só ponto em seu grupo durante o certame, sendo então rebaixado para a Segunda Divisão.

Em 1999 e 2003
o clube quase volta à elite quando ficou na 3ª colocação na 2ª divisão estadual. Porem em 2004 veio a queda fatal para a terceira divisão cearense.

Retornando aos tempos de gloria, em 1968 0 “Tricolor da base aérea” participou do campeonato Norte-Nordeste no grupo I ao lado de: ABC FC (Natal, RN) Alecrim FC (Natal, RN) Botafogo FC (João Pessoa, PB) Campinense C (Campina Grande, PB) Ferroviário AC (Fortaleza, CE) e Sport CR (Recife, PE). ao final o “Tremendão” classificou-se em segundo lugar passando para a fase seguinte mas caiu para o Sport Clube Recife campeão do torneio naquele ano.

Confira os jogos:
Grupo 1

[Set 28] Sport 3-0 Ferroviário
[Out 06] Sport 1-0 Calouros do Ar
[Out 10] Sport 4-1 Campinense
[Out 13] ABC 1-2 Sport
[Out 16] Botafogo 0-2 Sport
[Out 25] Alecrim 1-5 Sport
[Nov 06] Ferroviário 0-0 Sport
[Nov 10] Calouros do Ar 2-1 Sport
[Nov 13] Sport 2-1 ABC
[Nov 17] Sport 5-1 Botafogo
[Nov 21] Sport 1-1 Alecrim
[Nov 28] Sport 2-0 Campinense

Classificação Final
Clube P G W E D GF GA GD
1. Sport 20 12 9 2 1 28 8 20 Classificado
2. Calouros do Ar 15 12 5 2 15 13 2 Classificado

3. Ferroviário 11 11 3 5 3 9 10 -1
4. Campinense 10 11 3 4 4 13 15 -2
5. Botafogo 8 10 3 2 5 9 17 -8
6. ABC 5 9 1 3 5 7 11 -4
7. Alecrim 5 9 0 5 4 9 16 -7

Fase Final
[Dez 05] Sport 2-0 Calouros do Ar
[Dez 08] Sport 2-1 Santa Cruz
[Dez 11] Sport 4-1 CSA
[Dez 15] Sport 1-0 Calouros do Ar
[Dez 22] Sport 4-1 Santa Cruz

Clube P J V E D GP GC SG
1. Sport 10 5 5 0 0 13 3 10 Campeão

2. Santa Cruz 5 5 2 1 2 8 9 -1
3. Calouros do Ar 1 4 0 1 3 2 6 -4
4. CSA 0 2 0 0 2 2 7 -5
Sport classificado para decisão do Norte-Nordeste.

TREMENDÃO DA AEROLÂNDIA SONHA EM RETORNAR A ELITE DO FUTEBOL CEARENSE!!!

2011 - Clitt Jons assumiu o comando técnico, José Maria a preparação física, Paulo Santiago é o preparador de goleiros e o eterno Sr. Eliseu o massagista.

O campeonato cearense da terceira divisão terá inicio no próximo dia 21/08 deste
, quando será dada a largada com três jogos.

Inseridos neste certame, dois, mas bem que poderia ser três, tradicionais clubes cearenses, detentores de títulos e glorias dentro da historia do nosso futebol. Calouros do Ar e Maguary o terceiro seria o América que este ano, infelizmente não participara do torneio.

Fundado em 1º de janeiro de 1952, o Calouros do Ar Futebol Clube, depois de muitas glorias o “Tremendão da Aerolandia”, caiu para a última divisão do futebol cearense no ano de 2004, mergulhando no ostracismo.

Em 2011 assume nova diretoria formada toda por militares da Aeronáutica, que lança um projeto para subir o Calouros o experiente ex-jogador e técnico Suboficial Gilberto Alenquer assume como presidente, eleito e renova todas as funções no clube.

Em Janeiro de 2011 o Calouros do Ar lança sua camisa comemorativa de 59 anos de fundação para angariar fundos para a temporada 2011.

Gilberto Alenquer atual presidente (2011)
assumiu e criou o projeto, que com ajuda de seus diretores pretende levar o Calouros ao caminho de sucessos do passado. Juntos trabalham para que o projeto não seja apenas um sonho e sim uma realidade.

Entretanto a diretoria atual sofre para manter a equipe em atividade. O quadro de sócios recebeu poucos integrantes nas últimas décadas, em virtude da seqüência de maus resultados, resume-se a um grupo de cerca de 20 torcedores, a maioria só comparece em ano de eleições no clube. Sem recursos financeiros suficientes a diretoria do Tricolor da base aérea distantes das “Áureas épocas”, “se vira” como pode. “Falta dinheiro, mas não falta boa vontade e garra”. Afirma Alenquer.

Entre as arvores que circundam o campo de futebol do quartel do 23º Batalhão de Caçadores o nosso popular 23BC, os comandantes do Calouros do Ar trabalham, dentro de campo Clitt incentiva a garotada, fora Gilberto Alenquer, administra e relembra seu tempo de atleta, vestindo a gloriosa camisa tricolor do “clube da base aérea”. “Foi em 1968 contra o Ceará, perdemos de 2x0, mas eu fiz a jogada do “Fantástico” quando salvei o que seria o terceiro gol do Ceará, tirei de cima da linha, e fui parar no programa da globo”.

Interessantes nomes reuniram-se a Alenquer no intuito de tornar realidade o sonho e resgatar a gloria do “Tremendão”.

Clitt Jons assumiu o comando técnico, José Maria a preparação física, Paulo Santiago é o preparador de goleiros e o eterno Sr. Eliseu o massagista
.

Muitos atletas de nome no futebol cearense já se pronunciaram no sentido de ajudar o projeto, fora isso jovens atletas, tanto de outros estado como da base do clube também estão na busca por seu lugar ao sol, e o Calouros pode ser o trampolim.

“Dr. Valmir esta liberando jogadores do Quixadá, Paulo Vagner do Horizonte também” diz Alenquer. Alem dos vindos de Quixadá e Horizonte também atletas conseguidos junto a empresários do sul do país, como Sidcley do Mato Grosso do Sul, Cleber e Dênis do Guarulhos de São Paulo, Niel vice campeão piauiense 2010 e outros mais reforçam o time para a campanha de 2011.

A terceirona cearense, como já foi dito, abre dia 21, entretanto o tricolor da Aerolandia só estréia na competição dia 24, numa quarta feira à tarde no PV, justamente contra o Maguary em um real momento de nostalgia do futebol cearense.

A expectativa com relação ao retorno do Calouros do Ar ao futebol profissional é grande.

Eis ai então, quarta feira 24 de agosto à tarde no PV, Calouros do Ar x Maguary, um excelente programa para os saudosistas.

Ronaldo Déber

terça-feira, 26 de julho de 2011

PELÉ SERÁ EMBAIXADOR DO BRASIL NA COPA 2014!!!

Pelé será embaixador do Brasil na Copa 2014

Dilma Rousseff recebeu Pelé em Brasília (Foto: Uslei Marcelino/Reuters)

Ministro do Esporte revela convite de presidente Dilma Rousseff ao Rei do futebol

O Rei Pelé será o embaixador do Brasil na Copa do Mundo de 2014
. A informação foi dada pelo Ministro do Esporte, Orlando Silva, na tarde desta terça-feira, através de seu Twitter.

Segundo Orlando Silva, o convite foi feito pela presidente Dilma Rousseff, que até já assinou o documento oficial.

"A Presidenta convidou e Pele aceitou ser Embaixador do Brasil para a Copa do Mundo Fifa 2014. O decreto foi assinado agora."

LANCEPRESS!
Publicada em 26/07/2011
Brasília (DF)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

FERDINANDO TEIXEIRA: "Quero qualidade de vida"!!!

Depois de quase cinco décadas dentro do futebol, Ferdinando Teixeira anunciou na manhã de ontem, sua aposentadoria.

Ferdinando Teixeira se aposenta no futebol

Os motivos alegados por ele, foram a saudade da família, que ficou em Natal,
as divergências com empresários de futebol e a distância dos seus empreendimentos na capital potiguar.

Com 12 títulos de campeão potiguar, dois no campeonato cearense, além de acessos por ABC, América e Fortaleza, para as séries "A"e "B" do Brasileiro, Teixeira é um dos técnicos mais vitoriosos do futebol nordestino. O sua despedida acontece amanhã, na partida contra o América, pela segunda rodada da série "C" do Brasileiro.

Ferdinando afirma: - Sei que tinha uma parte dos dirigentes que não me queriam aqui

O senhor deixa apenas o Fortaleza ou está realmente se aposentando?

- Então, estou mesmo saindo do futebol. Tinha o pensamento de trabalhar até os 65 anos e já passei dessa idade. O organismo já não reage da mesma forma, aos stresses e eu sou um cara muito sério dentro das minhas coisas. Agradeço a torcida, aos dirigentes, aos jogadores, aos funcionários do clube. Sei que tinham algumas pessoas que não queriam que eu ficasse aqui, já que não sou muito simpático. Mas, faz parte. A gente sente que há cisões dentro do clube. Não há união por completo. Tem vaidades que precisam ser administradas, ciúmes e isso tudo precisa ser administrado para poder se ter tranquilidade para trabalhar.

A distância da família pesou para essa sua decisão?
- Eles não podem mais me acompanhar e isso tem me feito muita falta. Estava decidido em acelerar o processo de aposentadoria. Nunca tinha tido problema de saúde e tive logo após a derrota para o CRB, na estreia da série "C". Foi um aviso do organismo. Agora vou me cuidar, buscar qualidade de vida junto a minha família.

Por que você não pensou na distância da família antes de assumir o Fortaleza?
- Você não sente o problema antes dele surgir. Sei que tinha uma parte dos dirigentes que não me queriam aqui. Mas, o mais decisivo foi esse problema de saúde que tive durante a semana. Nunca tinha tudo isso antes.

Essa sua decisão não seria uma forma de antecipar uma possível demissão, caso não vencesse o América?
- Não. Lá na frente pode acontecer essa derrota, mas iremos no classificar. Tenho certeza que esse grupo aqui formado tem amplas condições de brigar pelo acesso.

Sente-se realizado na sua carreira como treinador?
- Conquistei quase tudo que disputei no futebol, por isso mesmo me sinto realizado naquilo que fiz e que faço. Aqui no Fortaleza, assim como acontece em Natal, também existem aqueles empresários de jogadores que querem a todo custo colocar os seus no clube, e não aceito isso em hipótese alguma.

Tribuna do Norte de Natal
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quinta-feira, 21 de julho de 2011

MARCELO VILAR E SUA HISTÓRIA NO FUTEBOL!!!

MARCELO VILAR E TODA SUA HISTÓRIA NO FUTEBOL

Marcelo Vilar e Lima Lopes, mais conhecido como Marcelo Vilar (Fortaleza, 13 de maio de 1961) é um treinador de futebol do Brasil, está no Treze/PB.

Em 2006, era técnico do S.E. Palmeiras. Marcelo é pós-graduado na Universidade de São Paulo e formado em Educação Física.

Marcelo Vilar iniciou sua carreira de treinador em 1984. Em 1996
ele comandou sua primeira equipe profissionalmente, o Itapipoca do Ceará. Em 1997 foi para o Ceará, onde conquistou o título estadual. Também foi campeão da Copa São Paulo de Juniores no ano de 2001, com o extinto "Roma Barueri" (atual "Grêmio Recreativo Barueri").

Títulos
Campeonato Cearense: 1997 - Ceará
Campeonato Cearense (2ª divisão): 1998 - Itapipoca/CE
Campeonato Cearense: 1999 - Ceará
Copa São Paulo de Futebol Júnior: 2001 - Roma/PR
Copa Paraíba: 2009 - Treze/PB
Campeonato Paraibano de Futebol: 2010 - Treze/PB

Obs.: Marcelo Vilar começou a Série "D" como técnico do Treze/PB com vitória. Veja a súmula da última partida de Marcelo Vilar como comandante do alvinegro da Borborema

FICHA TÉCNICA
Campeonato Brasileiro da Série "D"

Estádio Governador Ernani Sátyro “O Amigão"

TREZE 2 X 0 VITÓRIA DA CONQUISTA

TREZE/PB: Carlos, Ferreira, Anderson, Saulo, Célico; Leomir (Du), Fernando Pires, Doda (Tigrão), Danilo Gomes (Chapinha); Cléo e Warley.
- Técnico: Marcelo Vilar.

VITÓRIA DA CONQUISTA/BA: Vandré, Zé Leandro, Lúcio, Rodrigo, Tiaguinho; Junior Gaúcho, Edmar, Lídio, Jorginho (Mailson); Danilo (Tanaka) e Kaká (Daniel).
- Técnico: Guilhermino Lima.

Árbitro: Gilberto Rodrigues Castro Júnior
Assistente 01: Márcio Freire
Assistente 02: Broney Machado

sexta-feira, 3 de junho de 2011

"DEPOIS DE MIM, RONALDO FOI O MELHOR"!!!

No hotel da Seleção, Romário avisa: "Depois de mim, Ronaldo foi o melhor"
- Baixinho passa uma noite na concentração do time canarinho, mas não vai ficar para assistir ao duelo contra a Holanda, no sábado, no Serra Dourada

Romário (Foto) no hotel da Seleção Brasileira (Foto: Márcio Iannacca / Globoesporte.com)

O ex-jogador e deputado federal Romário se hospedou no mesmo hotel da Seleção Brasileira, em Goiânia. O Baixinho foi a Goiás para participar de um evento em Rubiataba
, cidade que fica a 220 km da capital. Após as festividade, que aconteceram na noite de quinta-feira, ele seguiu para a concentração e passou a noite no local. O parlamentar retorna para Brasília nesta sexta-feira.

Na saída, o Baixinho aproveitou para elogiar a iniciativa da CBF de fazer uma despedida para o Fenômeno, na próxima terça-feira, contra a Romênia, no Pacaembu, em São Paulo. Porém, não deixou de mostrar o estilo irreverente que marcou sua carreira.

- Ronaldo merece muito mais do que isso. É um dos maiores jogadores da história do futebol mundial. Fez muito pela Seleção Brasileira, mas sempre lembrando que, depois de mim, foi o melhor que eu vi jogador - afirmou o jogador.

O evento foi organizado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e contou com a presença de Túlio Maravilha e do ex-boxeador Popó. Em Rubiataba, Romário criticou os gastos excessivos do governo para a Copa do Mundo de 2014.

Na próxima segunda-feira, Romário vai seguir para Belo Horizonte para participar do fórum legislativo
que vai discutir os investimentos do Brasil na Copa do Mundo.

Abaixo confira os principais trechos da entrevista de Romário em Goiânia:

GLOBOESPORTE.COM: Veio a Goiânia para ver a Seleção Brasileira?

- ROMÁRIO: estou aqui por acaso, vim para um jogo beneficente aqui perto.

Trabalhos sociais?
- Minha bandeira na política é para crianças e jovens carentes. Drogas invadiram nosso país, e o esporte é a maior ferramenta de inclusão social. E no mínimo fazer que jovens saiam dessa vida que é uma vida muito ruim. Para quem não tem noção, essa nova droga, o oxi, tem ingredientes como vidro moído e querosene. Dependendo do usuário, de quantas vezes usa, pode chegar à morte rapidamente.

O torcedor tem que se orgulhar de ele ser brasileiro, maior artilheiro das Copas, tem que ser sempre respeitado "RomárioE o que espera do confronto contra a Holanda, no sábado, aqui no Serra Dourada?
- Vai ser um grande jogo, primeira vez que enfrenta o time que tirou o Brasil da última Copa. vai ser sempre um dos maiores clássicos do futebol mundial. Eu tenho uma coisa especial nesse jogo, tive o prazer de jogar na Holanda, comecei minha carreira internacional pela Holanda, pelo PSV. É um dos grandes times do futebol mundial, vai ser um grande jogo. Vou torcer pelo Brasil, mas se fosse outro adversário, seria para a Holanda.

A Laranja te marcou muito?
- Se eu não fosse brasileiro, eu torceria pela Holanda. Infelizmente eliminou o Brasil, mas fiquei muito feliz que a Holanda chegou à final, de um país que tambem joguei.

E a Copa de 1994?
- O de 94 foi o mais emocionante, para nós jogadores e milhões de brasileiros. Fizemos 2 a 0, eles empataram. Por sorte eu tive reflexo de desviar daquela bola do Branco. Se ela bate em mim eu não estaria aqui agora, por causa da força da bola. Depois daquele jogo conseguimos ser campeões e entrar na história.

Em 1997, o Ronaldo estreou na Seleção ao seu lado. Guarda boas lembranças?
- Sempre ótimas lembranças. A gente vai ver a despedida de um dos maiores da historia do futebol mundial, um jogador que o torcedor tem que se orgulhar de ele ser brasileiro, maior artilheiro das Copas, tem que ser sempre respeitado. Parabéns à CBF por fazer essa despedida, que é muito importante. E dizer para o Ronaldo que ele tenha agora na vida o mesmo sucesso que teve como jogador. Depois de mim, com certeza ele foi o melhor.

É difícil saber a hora de encerrar a carreira?
- Quem me conhece, quem conviveu comigo, eu comecei a entender que um dia isso ia acontecer, e da minha maneira comecei a me preparar para isso. Os primeiros seis meses foi um pouco difícil. Mas quando chega a idade de parar, eu graaças a deus parei... eu ainda poderia ter continuado, mas foi na hora que eu achei que tinha que parar. Aproveitei bem a minha carreira.

O que acha da Seleção Brasileira atual?
- Hoje é um Brasil diferente de alguns anos atrás, esses dois nomes (Neymar e Ganso) são os principais que temos aí, junto com o Luicas do São Paulo. Acredito no trabalho do Mano na seleção. Seriedade na renovação, colocando os melhores do momento... Tem convocado os melhores, se continuar esse trabalho a gente vai estar preparado pra dar outro título ao Brasil.

E quem é o "novo Romário"?
- Eu acredito que se continuar nessa crescente, posso apostar as fichas no Neymar, Ganso, Lucas. Até lá (2014) vão aparecer outros. A cada dia aparece um talento novo. Vai ser difícil um novo Romario, um novo Ronaldo. Quero falar que foi uma grande honra, um prazer ter jogado ao lado do Ronaldo, o nome dele está marcado na história. Eu afirmo para vocês todos: depois de mim, ele foi o melhor de todos.

E o desempenho de Messi no Barcelona?
- Eu acredito que um jogador para se firmar tem a obrigação de ter uma grande participação na Copa do Mundo. Mas no momento temos que respeita-lo, é o melhor do mundo.

Messi ou Pelé?
- Futebol tem essas coisas, sempre que aparece alguém diferente a tendência é que façam a comparação ao maior de todos, que foi o Pelé. O Messi é o melhor do mundo, tem demonstrado isso, chegar a ser o Pelé é quase impossível. Para passar pelo Maradona, ele precisa fazer um grande mundal e se possível ganhar. A partir daí dá para dizer que é do nível do Maradona.

Convite a Ricardo Teixeira para falar no Congresso sobre a Copa 2014
- O meu convite é mais direcionado sobre a Copa do Mundo. Ele é presidente do COL (Comitê Organizador Local) e tem que responder por isso. Eu acho uma coisa absurda o que vem acontecendo de um ano e meio para cá, esses aumentos absurdos, principalmente nos estádios. Há um ano e meio o estádio estava orçado em 100 milhões, hoje está em 300 milhões.

Por Leandro Canônico e Márcio Iannacca
Direto de Goiânia, GO

sábado, 28 de maio de 2011

A DERROTA INESQUECÍVEL!!!

A derrota inesquecível de Joel: "Meu time era muito melhor que o do Flamengo"
- Técnico do Vasco no Carioca de 2001 se rende ao talento de Pet: "Só um jogador assim teria competência de fazer um gol naquele momento"

Joel Santana (Foto) não esconde que a derrota de 2001 o marcou - Foto: Thiago Correia / GLOBOESPORTE.COM

Joel Santana chega apressado à entrevista e com hora para sair por conta de outro compromisso. Deixa o telefone celular no silencioso, ajuda a equipe a colocar o microfone, senta-se e abusa da irreverência. As duas primeiras perguntas da conversa, num restaurante bem perto da praia da Copacabana, na Zona Sul, são dele. A resposta também.

- Vamos falar sobre o quê? Sobre Pet? Ele é meu amigo, mas não vou jogar confete para ele, não.

Se Zagallo se arrepia ao falar do dia 27 de maio de 2001, Joel
tem calafrios imunes aos 62 anos de idade, três décadas como treinador e oito títulos cariocas, além de um nacional e internacional com o Vasco. Não fosse o gol de Petkovic, seriam nove conquistas estaduais.

- Não preciso assistir. Aquele lance está aqui (aponta para a cabeça)
- disse o comandante vascaíno naquela época, ao se recusar a rever a jogada que deu o tricampeonato ao Flamengo do Velho Lobo.

Convencido pela reportagem, Joel, atualmente sem clube,
enxerga um Joel mais magro na tela do computador. Já vitorioso, dez anos mais moço, expressão sisuda à beira do gramado do Macaranã. Chateado mesmo, quase com cara de choro. Aquela falta, aqueles 43 minutos do segundo tempo, aquela derrota... nem a prancheta nervosa - como ele diz - evitaria.

- Quando o árbitro marca a falta naquele momento do jogo (assista ao vídeo ao lado), e o Flamengo com um batedor como o Pet, você não gosta de um lance de frente para a área para um jogador daquela qualidade. Só numa falta batida com aquela competência e com aquela qualidade é que poderia sair um gol. Como saiu.

Um lance marcante mesmo para quem tem tanta história para contar. Mais um dentre tantos que contrariam a lógica.

- Meu time era muito melhor que o do Flamengo. Pelo que me lembro, tinha Romário, Euller, Viola, tinha Pedrinho, tinha Jorginho. Tinha Juninho Paulista, Juninho Pernambucano. Olha só! Estava esquecendo esses dois jogadores. A nossa campanha, a nossa vantagem era muito grande - analisou Joel, cometendo equívoco apenas na escalação de Juninho Pernambucano, que já havia deixado o clube.

Depois da vitória do seu time na primeira partida da final, por 2 a 1, a derrota pelo mesmo placar levaria o título para São Januário. Pet estabeleceu o 3 a 1. A vantagem não resistiu ao talento do sérvio, algo que o treinador faz questão de ressaltar.

- Sobre Pet, Romário, Roberto (Dinamite) e muitos e muitos outros jogadores, você não fala muito porque o nome já diz que são diferenciados. Ele é top de linha. Para jogador mais ou menos é que a gente fica dando explicação.

Confira abaixo a íntegra da entrevista.

Revendo o lance, uma das imagens antes da cobrança é a sua expressão chateada pela marcação da falta. Era um momento em que dava para ter parado o jogo no meio-campo, não precisava ter deixado a bola chegar tão perto da área?


É muito fácil falar depois de vários anos, arrumar algum tipo de desculpa, algum tipo de defeito. Algumas coisas no futebol acontecem ali na hora. Eu nem achei que foi falta assim. Mas foi questão da arbitragem, e ele (o ex-árbitro Léo Feldman) deixou o lance correr. O lance seguiu com um córner que nós fizemos e não sabíamos se era córner ou falta. Quando ele marca a falta naquele momento do jogo, e o Flamengo com um batedor como o Pet, você não gosta de um lance de frente para a área para um jogador daquela qualidade. Apesar de que, minutos antes, ele tinha pedido para sair. Ele e um outro jogador, não me lembro quem foi, que estava com o joelho inchado. E o Pet com muita cãibra. Aí o preparador físico tirou o outro jogador. Ele permaneceu. Pela distância da bola e pelo goleiro que tínhamos, que é um baita de um goleiro, o Helton, que está lá no Porto agarrando muito, só numa falta batida com aquela competência e com aquela qualidade é que poderia sair um gol. Como saiu. Foi um lance de pura qualidade técnica de um jogador que resolveu um clássico. Foi um jogo atípico, porque no primeiro tempo jogamos muito bem, mas deixamos criar uma jogada que era a única que poderia sair o gol naquela altura dos acontecimentos.

Seu time era melhor que o do Flamengo?

Meu time era muito melhor que o do Flamengo. Pelo que me lembro, tinha Romário, Euller, Viola, tinha Pedrinho, tinha Jorginho. A nossa campanha, a nossa vantagem era muito grande. Realmente, se você colocasse no papel, o time do Flamengo era muito novo. O Juan (zagueiro, hoje no Roma) estava na primeira decisão, que é um jogador que eu conheço muito bem. Tem tanta qualidade que foi a duas Copas do Mundo (2006 e 2010). O Fernando estava chegando. O Julinho (Julio César, goleiro do Inter de Milão) estava começando. Olha a qualidade dos jogadores. Hoje, todos em grandes equipes, todos em Seleção Brasileira. Jogadores que estavam crescendo, que eu comecei a lançar quando estive no Flamengo. Sabia da qualidade e da competência desses jogadores. Não abrir a vantagem no primeiro tempo deu ao adversário condições de ele lutar pelo jogo até o fim.

Como foi a conversa com o time antes do jogo?

Depois do nosso primeiro tempo, entramos reclamando muito no vestiário, pela quantidade de gols que perdemos. E sabemos que em clássico você não pode perder tantos gols. E no segundo tempo foi um jogo lá e cá. Antes desse lance do gol, tivemos uma oportunidade muito mais clara e não conseguimos fazer. Era jogo de um detalhe. E em um detalhe o Pet foi lá e matou o jogo"Joel SantanaO time estava tranquilo. Nós vínhamos fazendo uma campanha de Libertadores e de Campeonato Carioca muito boa. Depois do nosso primeiro tempo, entramos reclamando muito no vestiário, pela quantidade de gols que nós perdemos. E nós sabemos que em clássico você não pode perder tantos gols. E no segundo tempo foi um jogo lá e cá, lá e cá. Antes desse lance do gol, nós tivemos uma oportunidade muito mais clara e não conseguimos fazer. Era jogo de um detalhe. E em um detalhe o Pet foi lá e matou o jogo.

O fato de o Vasco ter perdido os dois campeonatos anteriores fez o grupo entrar sob uma pressão maior?
O time era muito maduro, cara. Nosso time era frio. Fomos o clube que ganhou mais jogos seguidos na Libertadores daquele ano. Foram oito jogos seguidos. O time era maduro, plantado, postado. Time que sabia o que queria em campo, tinha maneira de jogar, nossas mexidas eram certas. Infelizmente no futebol o resultado final é o que conta. Era um time muito bom. Talvez um dos melhores times em termos de jogadores que eu trabalhei. Era muito compacto. Mas naquele jogo o Flamengo foi mais feliz.

O gol aconteceu aos 43 minutos do segundo tempo. O Vasco já comemorava. Você lembra da imagem do Eurico Miranda (ex-presidente), à beira do campo, fumando charuto?

Não me lembro, não olhei para trás. Só olhei para trás no momento da falta, que eu vi até um profissional que hoje está no Flamengo, que é o professor Isaías (Tinoco, gerente de futebol rubro-negro). Olhei para ele como se dissesse “esse não era o momento de fazer uma falta daquelas". Porque sabíamos da competência, da qualidade que eles tinham.

Faltou um pouco de malandragem?

Joel diz que os vascaínos poderiam ter atrapalhado Pet (Foto: Thiago Correia / GLOBOESPORTE.COM)

Faltou um pouco de experiência, não é nem malandragem
. Você agride a bola (os jogadores que estão na barreira costumam avançar). Mas isso você aprende no júnior, no juvenil. Quando chega ao profissional, não precisa nem avisar uma coisa como essa. É uma coisa normal. O árbitro contou a distância da falta, os 9,15 m da barreira, e ninguém tentou cortar um pouquinho o pensamento do jogador. Se um tenta agredir a bola, aí o árbitro vai mandar voltar. Depois um outro agride, ele vai dar cartão, mas que se dane! Se agride o time todo, ele não ia mandar repetir. Mas isso é futebol. Você ganha, empata ou perde. Você tem de saber ganhar, como já ganhei muitos títulos, e tem de saber perder. Perdemos porque faltou um detalhe no fim do jogo. Detalhe que nesse tipo de jogo não pode deixar faltar. E se faltar você vai perder de novo.

Houve alguma conversa no vestiário depois da derrota?

Não dá para falar, não tem conversa. É título, principalmente de um campeonato que nós corremos tão na frente. Nós viemos na frente o campeonato todo. Ali, no final, tivemos algumas situações de lesão. Na realidade, nós tivemos uma sequência de jogos em 15, 20 dias, muito dura. E nós perdemos duas competições, a Libertadores e o Campeonato Carioca. A Libertadores porque jogamos duas vezes contra o Boca (Juniors, da Argentina) e duas vezes contra o Flamengo. Nosso desgaste foi muito grande. Até ali, antes de chegarmos às decisões, a equipe estava muito boa. Mas nós perdemos o nosso principal jogador, que era o Romário. Ele teve uma contratura na perna num jogo que nós fizemos no Chile, pela Libertadores. E essa perda foi sentida porque ele era o artilheiro, era o finalizador, era o ídolo. E era como se fosse um coringa. Você não pode perder um coringa num jogo final. Mas é futebol. É assim. Já ganhei título aos 43 e perdi esse com gol aos 43 também. Futebol você ri e chora ao mesmo tempo. Mas só quem chega em tantas finais como eu cheguei tem condições de contar um jogo como esse, onde o Vasco tinha uma equipe muito boa e o Flamengo tinha uma equipe se reformulando muito boa também.

Lembra do jogo com frequência?

É mais um dos jogos que passam pela minha cabeça das decisões. É um dos jogos que vão fazer parte do meu livro também. Não vai ser só de vitórias, de oito cariocas conquistados. Este seria o nono. Com esse título, eu estaria como o líder absoluto de títulos nesse estado. Mas foi legal, foi um campeonato muito bacana.

Nós entrevistamos o Fabiano Eller, que foi quem cometeu a falta, e ele disse que consegue olhar para o gol e ver só um belíssimo lance. Você consegue ver essa beleza também?

O gol foi muito bem feito. Você vê nas imagens que a bola praticamente sai da direção do gol, pega um efeito e volta para dentro do gol. O Helton consegue ir nela, consegue esbarrar a ponta dos dedos na bola. Mas é uma precisão muito grande. É uma em cem que você acerta. E ele acertou. Só uma qualidade de um jogador como o Pet, Juninho Paulista, Juninho Pernambucano. Opa! Esqueci desses dois jogadores. Olha só. Olha o nosso time, que time que era. Só um jogador assim teria competência de fazer um gol naquele momento. O cara tem que ter a precisão, é um tiro só, matar ou morrer. Ele matou e a gente morreu.

Aquela derrota encurtou sua passagem no Vasco naquele momento?

A derrota vai mostrar onde errou para melhorar. Seria mais um título dentro da minha carreira. Depois daquilo, conquistei outros em função daquele jogo. Aquele jogo marcou como qualquer outro marcaria. Temos de aprender que na vida a gente não vence tudo"Não sei. Um título é um título. Você não ganha todo dia. Você não bota sua fotografia dentro do estádio todos os dias. Só com título. Equipes se renovam a todo momento. Esse título estaria gravado lá nos murais do Vasco como todos os títulos que eu ganhei lá. Mercosul, Campeonato Brasileiro, Campeonato Carioca, campeonato invicto, Copa de Ouro.

O que você pode falar do Pet?

Um craque que nem precisa falar muito. Craque a gente não fala muito, sabe da competência do jogador. Jogador que não é bom a gente fica falando muito. Pet, Romário, Roberto (Dinamite) e muitos e muitos outros jogadores você não fala muito porque o nome já diz que ele é diferenciado. Ele é top de linha. Jogador mais ou menos a gente fica dando explicação.

Já conversou com ele sobre o gol?

Rapaz, encontrei com o Pet há três meses, dois meses, na casa de um amigo. Mas nós não falamos sobre isso não, cara. Falei com o árbitro do jogo uma vez, falei que não foi falta e perguntei o que o levou a deixar o lance correr e depois voltar a jogada. Ele falou que o Vasco, naquela oportunidade, parecia um time de anjo. Realmente aparece na imagem que a defesa não agrediu a bola. Se ela agride, o árbitro não mandaria voltar. Estava muito em cima para terminar o jogo. O time ficou muito correto, obedeceu muito a regra do jogo. Ali, claro que tem de obedecer, você tinha de ser desobediente. Jamais aconteceria esse lance com um time espanhol ou com um time italiano. Eles agrediriam a bola para mais de cinco metros para tirar a visão do batedor.

Vitórias definem a história de uma pessoa, mas as derrotas marcam de uma maneira importante. Nesses dez anos, acha que algo teria sido diferente na sua vida?

Às vezes, você aprende mais na derrota do que na vitória. Futebol é um jogo como outro qualquer. Tem que saber jogar o jogo. Às vezes, a vitória deixa você de tal maneira que não se preocupa com o futuro. A derrota vai mostrar onde errou para melhorar. Seria mais um título dentro da minha carreira. Depois daquilo, conquistei outros em função daquele jogo. Aquele jogo marcou como qualquer outro marcaria. Temos de aprender que na vida a gente não vence tudo. Claro que ninguém gosta de perder, também não gosto, principalmente num clássico. Como já passei pelos quatro clubes e já decidi por todos os clubes contra todo mundo. Olha só! Foi normal. Os oito títulos que ganhei não tenho preferência, ficaram gravados na minha vida como ficou esse que nós perdemos.

O treinador diz que a derrota trouxe muitos ensinamentos (Foto: Thiago Correia / GLOBOESPORTE.COM)Você tem saudade daquela época?

Tantas coisas se passaram na minha vida. Estou lembrando até de fatos que não lembrava mais. Quando foi aquilo?

Foi em 2001. Nem me lembro para onde fui em 2002, 2003. Eu sou um andarilho, sou um cigano, aí já passei por diversas equipes, já voltei no Vasco, já fui no Flamengo, já voltei no Fluminense, já fui no Botafogo, é muito difícil ficar lembrando de dez anos atrás. Tenho de parar e começar a narrar, ir lembrando o que aconteceu. Realmente foi um jogo diferenciado e talvez jamais eu esqueça.

Quando o time do Vasco foi dar a saída de bola, dá para ver que você não conseguiu falar nada para os jogadores. Tentou?

Não dá para falar nada. Acho que uns dois se jogaram no chão porque ninguém esperava tomar um gol naquele momento. Como vai falar mais alguma coisa faltando um minuto? Não tem condição.

Lembra de ter olhado para as arquibancadas do Maracanã? Lembra da reação das torcidas?

Tem coisas na vida que você não vê mais nada, não escuta mais nada. Fica quieto. Mesma coisa quando é campeão. Bate aquele lance na sua cabeça. Na maioria dos títulos fui para o vestiário. A ficha só vai cair no outro dia. A mesma coisa num jogo como aquele. A ficha não cai. Até cair demora um tempo. Mas não é por isso que o mundo acabou.

E quando caiu a ficha?

Não sei te explicar. Em dez anos muitas coisas aconteceram na minha vida. Vai ver que ela caiu e eu até esqueci. Foi embora, já era. A vida continua, cara. Não tenho de murmurar coisas que perdi. Temos de lembrar coisas que fazem bem. Você foi um grande infeliz fazendo essa matéria (risos). Você não se deu bem, cara. Você vai cortar isso daí, sei que você vai cortar (risos). Mas essa é a parte boa da matéria. Tinha tanta coisa para falar sobre mim. A ficha já era, já foi, acabou. Gosto de lembrar de coisa boa. Todo mundo se lembra de festa, ninguém se lembra de morte. Eu sou assim. Coisa ruim eu passo a borracha, deleto. Coisa boa eu lembro todo dia. Se você fosse falar dos meus títulos, eu ficaria com você dois dias. Mas você é alemão (gargalhadas). Mas a matéria foi legal, está tudo certo. Vamos que vamos. Não é por isso que você vai ser meu inimigo. Toca aqui!

Por Richard Souza e Thiago Correia
Rio de Janeiro